Capítulo IX

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-Por que estamos nessa droga de barco?- eu perguntei limpando algumas lágrimas, que escorriam livremente pelo meu rosto.

-O oráculo nos deu uma missão.-ela começou a sorrir- Vai ser sua primeira missão!!

Eu não estava nem um pouco contente, parte disso pelo o que havia acontecido a algumas horas.

-Qual a missão?- fiz outra pergunta.

-"A filha do sangue de ouro" presumimos que era você. "Deverá se juntar a sabedoria, o tridente, a forja e a guerra". Eu, Percy, Leo e Mattheo."E encontrar ajuda no sol e na lua" Apolo e Ártemis. "Para acabar com aquele que impede sua entrada ao Olimpo". Essa parte ainda é confusa.

-Zeus. Eu tive um sonho maluco onde Hades me convida a algum lugar e Zeus me chama de imperfeita e não me quer por perto.

Antes que Annabeth pudesse falar algo, Percy entrou pela porta sem bater e começou a falar:

-A Max rasgou a cartinha que fizemos para ela. Ela não tá no quarto. Eu preciso conversar com você sobre o que rolou mais cedo Sabidinha- Ele levantou os olhos e reparou que eu estava lá sentada na cama com os olhos inchados de tanto chorar- Ah. Eu volto depois.

-Eu já estava de saída, depois conversamos Annie.

Quando eu passei por Percy ele apenas me olhou magoado e disse que Mattheo estava atrás de mim e que precisava muito conversar comigo:

-Se ele se importasse ele não te faria de garoto recado.

Eu saí e bati a porta do quarto. Juro que foi sem querer.
Eu fiquei parada de frente para o meu quarto. Eu não queria entrar. E eu não Ia entrar, não naquela hora.
A minha roupa ainda estava um pouco molhada, do balde de água gelado que tinha levado na discussão.

Eu estava na metade do caminho para o convés do navio, quando eu vi Mattheo olhando a paisagem.

Foi aí que eu notei, o navio não velejava. Ele voava.

Eu estava dando ré quando Mattheo me viu:

-Ah mais que droga, justamente quando não é para prestar atenção você presta.-eu reclamei- e não... não tô afim de falar com você.

-Ah Max, às vezes as pessoas podem ser mais horríveis que os monstros.-ele disse
caminhando na minha direção- você só lida com problemas de raiva. E olhe só, está sendo incrível no processo.

-Se você soubesse a verdade sobre mim, não pensaria que eu sou assim tão incrível.

-Claro que eu sei a verdade. Eu sou seu melhor amigo.

-Nem eu sei a verdade. Como você saberia?- eu me sentei em uma das caixas que estavam espalhadas- Ah verdade, você é o sabe tudo da minha vida. Querem saber alguma coisa da Max? Pergunte ao Mattheo, ele vai responder melhor que ela mesma.

Ele apenas ficou me olhando dizer um monte de coisas, e ofender gerações e gerações de toda a família dele.

Se fosse outra pessoa com certeza teria saído de perto de mim, só que não era outra pessoa, era o meu melhor amigo:

-Você já sentiu que tudo o que conseguiu, talvez não tenha sido você que conseguiu, que foi sorte ou algo parecido?-Eu senti outra lágrima escorrer.

-Vem cá ruivinha.

Ele me puxou para um abraço forte.
-Com grandes poderes vem uma grande necessidade de tirar uma soneca. Então eu acho que você devia ir para o quarto.- ele me olhou- você não entrou lá ainda né?

Eu neguei com a cabeça. Ele basicamente me arrastou até a porta do quarto:

-Abre.-ele disse e eu fiquei parada- eu abro então.

O quarto era espetacular, havia uma estante de livros e CDs das minhas bandas favoritas.

Haviam poster's do Artic monkeys e The Neighborhood.

Tinha um manequim com o meu arco e flecha com a aljava.
Tinha um armário cheio de roupas novas.

E a cama era de casal, o lençol era azul escuro. Minha cor favorita depois do vermelho.

-Esse quarto é... perfeito- eu fui no guarda-roupa e tirei uma muda de roupa confortável- se puder me dar licença, quero trocar de roupa.

-Tudo bem, tudo bem. Eu tô saindo-ele tentou abrir a porta-Acho que não tô saindo mais.

-Mas que porra. Quem trancou essa droga de porta?-eu dei um chute na porta.- Abre logo essa merda! Mas que Caralho. Inferno. Aí mais que merda!

-Eu não vou abrir até você fazerem as pazes- era Leo.

-Você tá fudido tocha humana- eu me estressei- Léo Valdez. Ou você abre esta caralha dessa porta. Ou eu acho melhor você nem tentar outra coisa.

-Ah gatinha...

-Não chama ela assim não, o fogaréu- Mattheo se irritou.

-Tudo bem-ele gritou do outro lado- não tem como arrombar a sua porta, eu já tinha tudo planejado na minha cabeça. Mas eu não ia prender você aí com esse desprovido de inteligência.

-Eu te mato Valdez!-Mattheo gritou- você tem sorte se eu não arrombar essa porta.

Aí como eu quero matar esse moleque.

Eu fiz Mattheo virar de costas, colocar uma blusa amarrada no rosto e joguei a coberta sobre ele para eu poder trocar de roupa:

-Ficou bonita ruivinha.

-Se fode. Se você for dormir aqui vai dormir nessa cadeira aí, aproveita que ela reclina.

-Eu acho que ele não vai nos prender aqui por muito tempo.

-Ele não é nem louco.- eu disse- eu apago aquele fogo mequetrefe dele e ainda o frito de dentro pra fora.

-A gente combinou sem mortes desnecessárias não foi?- ele pensou o pouco- acho que ninguém vai ligar se ele não voltar da missão.

Eu ri.

-Tome isso- eu disse jogando um travesseiro e uma coberta pra ele- eu não vou deixar você dormir na cama. Ninguém mandou você ter um amigo daqueles.

Mattheo falou mais alguma coisa que eu não prestei atenção, eu tomei muita água para me acalmar, problema de raiva é difícil.

Mas eu gosto de xingar alguém, faz parte do meu dia a dia.
Devem ter passado uns 15 minutos quando eu escutei Mattheo levantar da cadeira e caminhar pelo quarto.
Ele simplesmente deitou na cama e me empurrou para o lado da parede:

-Que é Mattheo?

-Shiiuu, tem alguém aqui- ele disse sussurrando- eu acho que essa coisa pegou o Leo.

-Por que você acha isso?- eu sussurrei de volta.

-Olha- ele me mostrou um pequeno monitor que refletia de uma pulseira que tinha, havia alguém indo e vindo pelo corredor dos quartos.-tá vendo?

Era grande demais para ser o Léo. Ele mudou para outra câmera.
A roupa de Léo estava um pouco queimada e ele estava caído no chão da cozinha. Eu não pude conter um gritinho.

Batidas fortes na porta me assustaram ainda mais. Eu sentei na cama com o susto.

Mattheo se levantou da cama e foi caminhando devagar até a porta, ele tentou olhar pela fresta da fechadura ele se assustou e tropeçou no tapete e caiu no chão:

-MERDA!-ele sussurrou alto demais

-Meu Deus você tá bem?- eu disse correndo em sua direção e o ajudando a levantar.

A porta rangeu, ela estava abrindo.

Mattheo entrou na minha frente como um escudo, eu dei um leve soco nas suas costas e eu troquei de lugar me transformando no escudo.

Se aquilo fosse mesmo matar todos os meus amigos, tinha que passar por mim primeiro.
A porta se abriu por completo.

Fiquei em estado de choque com o que estava a minha frente.

Irmã dos deuses - A verdade sobre o Olimpo Where stories live. Discover now