i knew you were trouble | anthony larusso!

desculpa, mack. a vó se foi.

MAIS UMA VEZ, naquela escola chata e entediante. Carmen não deixou ela faltar mais um dia, então foi forçada à ir.

Ela odiou. Ficou sozinha a manhã inteira, enquanto sentia todos os olhares sobre si. À essa altura, todos já sabiam.

Ao chegar em casa, foi deixar a mochila e correu para a casa dos LaRusso. Anthony mal abre a porta e ela já pula em seus braços.

— O que é isso tudo? — Perguntou, rindo.

— Saudade. — Disse, sorridente.

— Nos vimos ontem. — A rodopiou, logo a deixando no chão para fechar a porta.

— Eu sei, bobão. Mas essa manhã foi looonga. — Disse, com tédio na voz, se jogando no sofá.

— Ah, eu imagino. — Andou até a garota, sentando no sofá e colocando as pernas dela sobre suas coxas.

— E o Miyagi-do? Não está mais fazendo? — Pergunta, curioso.

— Só volto quando você tiver bem. — Sorriram.

— Amanhã é dia vinte e cinco de outubro. — Disse, depois de um tempo.

— O que tem? — Virou-se para ela, confuso.

— A gente ia acabar com tudo amanhã, lembra?

— Oh.

O celular da garota começa a vibrar. Ela senta no sofá para atender a ligação.

— Miggy? O que aconteceu?

Sua expressão muda. Seus olhos se arregalam, enquanto seu sorriso some. Ela começa a tremer, e então as lágrimas caem.

— Mack? O que ele falou? Está tudo bem? — Anthony se aproxima, preocupado.

Ela nem sabe como explicar o que está sentindo agora. É como se estivesse presa numa areia movediça, e lentamente afundando. Seu corpo entra em desespero, a tremedeira aumenta, tanto quanto as lágrimas. Ela queria falar algo, mas não conseguia.

— Anthony, me leva para o hospital, por favor. — Sussurrou, quando finalmente conseguiu falar.

— MIGUEL! MIGUEL! — Ao chegar, ela corre pelos corredores brancos do local, gritando por seu irmão.

— EU ESTOU AQUI, MACK. — Ele grita, saindo de um quarto.

Ela aperta o passo e pula em seus braços, se derramando em lágrimas.

— Por favor, me diz que é mentira. Me diz que ela está bem, que só foi uma recaída, por favor. — Murmurou, enquanto soluçava de chorar.

— Desculpa, Mack. A vó se foi.

Quando confirmaram seu maior medo, ela sentiu aquela dor descomunal em seu peito alastrar, a fazendo cair de joelhos. Um gosto amargo surgiu em sua boca, e ela sente como se uma parte dela tivesse morrido também. Ela apoia seus cotovelos no chão, e pousa seu rosto em suas mãos trêmulas. E nisso, dá um berro. Mas não é um grito qualquer. É um grito agudo, sofrido, agonizante. Anthony e Miguel se assustaram, por nunca tê-la visto assim.

(Sim, é o grito da Emma pq eu simplesmente adoro)

— Mack, Mack, se acalma. Quer ir vê-la? — Miggy a coloca em pé, novamente.

Anthony notou o quão frágil, sensível e vulnerável ela ficou. Por isso, decidiu manter distância por um tempo. Afinal, era um momento em família.

Por não conseguir nem falar, Miguel optou por coloca-lá no quarto ao lado. Ela não parece nada bem para tomar decisões agora, precisa de um tempo para assimilar tudo.