12 - Desejos.

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Lalisa deitou em sua cama e deixou que um sorriso bobo escapasse de seus lábios. Apenas em lembrar que à alguns minutos atrás estava poucos centímetros de distância dos belos lábios de Jennie, seu coração começava a bater mais rápido.

Era como sua pressão caísse: Ela ficava gelada, suas mãos suavam e era como esquecesse de como se respira. Isso não era tão novo para ela.

Já tinha sentido isso antes à alguns anos atrás-por sua terapeuta, Son Chaeyoung. Mas dessa vez era bem mais forte. Muito mais intenso.

Ela poderia descrever isso como um vulcão prestes à entrar em erupção e queimar tudo ao redor. Só que no caso o vulcão é Jennie Kim e as coisas ao redor eram seu seu coração e pulmões.

Porque era assim que se sentia perto da maior, uma ardência estranha no peito. Mas uma ardência... Boa? Mas, para falara verdade, estava brava. Brava com Minnie. Por ela ter chegado na hora errada.

Pegou um papel e três caixas de giz de cera.
Desceu as escadas calmamente e sentou na mesa. Inicialmente, pensou em desenhar
Jennie. Mas mudou de idéia.

— Não confio e nem gosto dela, mãe. Aquela garota não parece uma pessoa boa.

— Mas sua irma parece gostar. É isso que importa, Nicha.

— Eu não gosto dela. Ela pode fazer algum mal para Lali.

— Talvez não.

Lisa arqueou uma sobrancelha enquanto
ouvia a discussão das duas.

— Mesmo assim. E se ela ganhar a confiança dela só pra... Sei lá!

— Pare com essas besteiras ágora mesmo, Minnie!

— Pare com essas besteiras agora mesmo Minnie. — Repetiu Lalisa.

Olhou para a escada de onde vinha as vozes que, mesmo baixas, eram audíveis. Não conseguia vê-las, apenas ouvi-las.

— Não acho que Jennie iria fazer isso. Ela não parece esse tipo de pessoa pra mim.

— Mas mã-

— Você devia estar feliz por sua irmã. Ela finalmente está socializando com alguém.
Você está sendo bastante egoísta, Minnie!

— Você está sendo bastante egoísta, Minnie.

— Enquanto a pessoa que ela socializa for..
Aquela garota, não vou ficar calma mãe. Tenho medo do que ela pode fazer com a Lali. Eu me preocupo muito com minha irmãzinha sabia?

— Minnie... Isso é apenas uma paranóia sua.
Aquela menina é uma pessoa boa. Você acha que se ela realmente não gostasse da Lili, iria ser tão e compreensiva?

— Eu que-

— Já chega, Nicha!

Voltou ao seu desenho. Começou por um simples esboço que depois virou duas pessoas.

Acabou com duas bocas coladas.

— Já chega, Minnie... Chega, Minnie...Chega, Minnie.

Olhou mais um pouco seu desenho e sorriu.
Juntou todos seus matérias e voltou para seu quarto.

Nicha observava cada sorriso que Lisa dava e suspirava. Sabia quem era o motivo deles.

— Você gostou mesmo dela? — Perguntou sem ânimo.

Lalisa olhou-a por cima de seu ombro e fez uma careta. Minnie bufou e debruçou-se sobre a cama.

— O que você viu nela? — Bufou. — Não confio nela.

Lalisa sentou e fitou as costas da irmã. Por que ela precisava da confiança de Minnie para Jennie ser sua amiga? Minnie era só sua irmã e nada mais!

— .. Porque eu me preocupo contigo, entende? Gosto muito de você, Lali-

— Antes não gostava — Interrompeu.

Lisa tocou na ferida. Sabia que aquilo mexia com a irmã mais velha de um jeito enorme.

Aquilo a magoou, mas não foi a intenção de Lalisa deixá-la triste, só queria que ela parasse de julgar Jennie.

— Eu sei, tá legal?! Olha, eu... Desculpa!

A menor suspirou. Deitou-se novamente e se cobriu com o lençol dos pés a cabeça, virou na cama para ficar de costas para a mais velha.

— ...É sério, eu era uma menina idiota. Me perdoe. Sei que te machuquei bastante e sei que você lembra porque você não é boba.

"Você não é boba" Lalisa lembrará dessas palavras.

-Mas quero que saiba que eu realmente amo vocês . E que eu não te odiava de verdade. Eu só... tinha muito ciúmes.

Lalisa virou para o lado de Nicha mas sem tirar o lençol de cima de seu corpo. Dava para vê-la um pouquinho, meio embaçado, mas conseguia. As vezes fazia isso para que ninguém soubesse que estava acordada.

— Antes de você nascer, eu era a princesinha de casa. Quando a mamãe ficou grávida e tivemos que vir pra Coréia. Já foi uma mudança enorme. Quando você nasceu e foi crescendo, mamãe ia te dando cada vez mais atenção, te levando em pediatras quase todos os meses para saber se tava tudo bem contigo.
Eu sentia falta de toda aquela atenção que ela dava só pra mim! Por isso fiz tantas coisas horríveis..

Lisa já sabia daquilo. Sabia de tudo que ela estava dizendo. Minnie era só uma garotinha mimada quando criança, não à culpava e nem queria suas desculpas.

— Só quero que me desculpe pelo dia que te empurrei da cama, e quando derramei refrigerante na sua cabeça... Ou quando cortei seu cabelo enquanto você dormia. — Mordeu os lábios— Desculpe... E quero que saiba que
vou... Vou tentar te apoiar em tudo.

"Vou tentar te apoiar em tudo" Ela lembrará disso também.

Passaram alguns minutos de silêncio. Lalisa pensava e pensava em várias coisas diferentes com uma única pessoa. Ela queria conhecer mais um pouco aquela coreana envergonhada que gostava bastante de falar.

Lisa tinha percebido isso e várias coisas.

Jennie gostava de cachorros, e isso era notável. Seus cadernos tinham desenhos de cachorrinhos e sua bicicleta tinha desenho de shibas.

Outro sorrisinho bobo nasceu em seus lábios.

Lábios que teriam tocado os de Jennie se não fosse Nicha.

Ela queria que surgisse outra oportunidade de fazer com que aqueles lábios tocassem os seus. Ou que aquela mão pousasse em sua cintura novamente.

Colocou a mão em baixo de seu travesseiro e tirou o desenho feito mais cedo. Queria que ele se tornasse realidade.

Talvez ela tivesse que beija-lá pois percebeu o quanto tímida Jennie pode ser. Mas quando estimulada se solta, foi o que aconteceu mais cedo.

Lalisa pensou mais um pouco, se ela não se afastou é porque também queria aquilo, certo?

Uma pessoa não beijaria outra sem que quisesse?

Só de imaginar seu coração batia mais forte.
Ele provavelmente estava querendo isso, um beijo. Um beijo de Jennie Kim.

Crayons | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora