11- Shakeella, Shakeella

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MECÂNICO DE ALMAS

na vida passada o mecânico

juntava karma depressa

reencarnou com sucesso

(mas encontrou cada peça...)

mudou em quase tudo

menos na sensação

de querer consertá-las

Sensei

***

Enquanto a versão psicopata da boneca-poste partia o bando das cachorras ao meio e Kruba torcia para seu plano dar certo, Sensei e Shakeella estavam no caminho para a sexta casa.

- Você é parecido comigo, sabia? – Diz Shakeella, andando um pouco a frente de Sensei.

- Não, não sabia... Em que exatamente?

- Você analisa tudo... E pensa demais. Quer consertar tudo sozinho, até mesmo as pessoas às vezes.

- É?

- Você é do mesmo signo que o meu. Só que é um pouco mais estressadinho, né, migs. Você precisa aprender a meditar um pouquinho.

- Vou meditar sobre esse ponto. Ou não...

- Se for, está no lugar certo para isso. Seja bem vindo à casa das Monjas Dançarinas Ten Bundistas – disse Shakeella, jogando o hábito pra cima. Por baixo da roupa comportada usava uma espécie de véu cheio de miçangas como saia, uma blusa curta de lenços trançados, e um cordão de miçangas na cabeça. Tudo dourado como ela. Outro detalhe é que o cabelo de repente tornou-se maior e cacheado. Sensei ficou tão focado em tentar entender a transformação repentina que se esqueceu de olhar os detalhes da parte de fora da casa (não fez muita diferença na verdade, parecia com todas as outras). Porém, uma coisa lhe chamou atenção: ela mantinha a venda dourada nos olhos.

- Ihh, que foi? Olha o babador, heim.

- Não, não é isso...

- O cabelo, eu sei... Babyliss, gato! Faz milagres!

- Não, não é isso... é que eu estava prestando atenção na venda que você usa. Na hora do desespero eu mal notei.

- Ah... sim, temos uma tradição que pode lhe parecer um tanto estranha. As monjas Ten Bundistas abdicam de abrir seus dois olhos para que possam atingir um grau elevado de abertura do terceiro olho, se é que você me entende... (e de brinde adquirimos algumas vantagens extras, como conseguir ouvir e sentir tudo e mais um pouco que acontece ao nosso redor).

- Ah, entendi... Então você...

- Sim, eu ouvi tudo e fui lá te socorrer.

- Entendo. Fico agradecido pela ajuda. Só mais uma pergunta: você disse... Monjas? "Tem Bundistas"... Mas você não era uma freira ou algo do tipo? Ou não... Até porque você falou antes sobre signos, e considerando que você é a sexta...

- Sim, eu sou de virgem. Só no signo, claro, assim como você, né? A fantasia de freira era só pra me disfarçar, senão a bicha mestra ia pegar no meu pé até a barba daquela leoa lá cair de uma vez. Eu vou te contar a verdade absoluta sobre as divassas. Mas antes, você precisa entrar na minha casa, né? Vem!

Sensei seguiu Shakeella para dentro da sexta casa. Parecia com as outras, a não ser pelas atendentes, que pareciam odaliscas (todas vendadas), e as paredes, pintadas com temáticas sacroprofanas.

"Gostou, né gato... me chama de Kama e deita ni mim que a gente Sutra! Gostoso!", pensou ela.

- Então, essa é a casa das... Monjas...? – perguntou Sensei, tentando relembrar o nome inteiro.

As Divassas do ZodíacoWhere stories live. Discover now