Cap. 14

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Harry Potter estava quebrado por dentro, sem falar muitas coisas, ele saiu rapidamente da Mansão Lestrange, tinha concluído sua missão, impressionar Bellatriz Lestrange, mas havia pagado um alto preço por isso, sua inocência.

Tinha apenas 11 anos de idade, estava cursando seu primeiro ano, mas sua alma já estava manchada com sangue. A possibilidade de ele ter que matar alguém não havia passado na sua mente, claro que mais para frente essa seria sua realidade, mas não agora, ele não estava pronto, tanto que Tom Riddle teve que intervir plantando um sentimento na mente do garoto através de uma ilusão, o Ódio.

Sem nem perceber como, ele já estava na Sala do Diretor em Hogwarts, com Albus Dumbledore e Severo Snape o olhando.

- E então Potter, pela sua cara, você estragou tudo com esse seu cérebro de Trasgo. – Debochou o Snape com um sorriso maldoso

O Harry estava devastado, seu rosto estava pálido, seus lábios sem cor, seu braço tremia enquanto ele apertava sua varinha.

- Harry, meu garoto, você está bem? – Albus Dumbledore questionou preocupado

- Gustavo Yanks. – A voz do garoto saiu baixa e fraca, quase como um sussurro, ele fintava o chão. – Quem é ele? – Perguntou quando ele não recebeu resposta de nenhum dos dois, dessa vez ele ergueu seu olhar para os dois homens

- Gustavo Yanks, um Membro da Ordem da Fênix, é um mestiço que foi capturado em uma missão de reconhecimento ha mais ou menos um mês. – Snape falou sem entender, trocou um rápido olhar com o Diretor, que olhava o garoto atentamente

- Ele estava na Mansão Lestrange? – Perguntou se aproximando do garoto, que apenas concordou com a cabeça, colocou a mão no ombro do garoto querendo passar alguma sensação de conforto, mas ele apenas recuou assustado e na hora do susto, ergueu sua varinha em direção ao Diretor, esse que recuou alguns passos surpreso pela reação do garoto

- O que aconteceu lá? – O Snape perguntou, pela primeira vez sem a voz acida ou o tom de sarcasmo, ele podia ver pela reação do garoto que alguma coisa tinha acontecido

- A missão foi um sucesso, eu consegui a aprovação de Bellatriz Lestrange. – O Harry falou encostando-se a parede da sala do Diretor, em busca de algum apoio. – Mas para isso, tive que fazer uma coisa. – Falou abaixando a cabeça novamente, o Tom tentava acalmar e consolar o Harry em sua mente, mas o garoto apenas ignorava o Projeto de Lord das Trevas, ele estava focado na realidade

- Harry, o que você teve que fazer? – Albus Dumbledore com um toque de medo na voz, ele não queria nem imaginar o que Bellatriz Lestrange tinha preparado para aquele garoto

- Para provar que minhas palavras eram verdadeiras, eu tive que... matar Gustavo Yanks. – Lagrimas caíram de seus olhos quando ele finalizou sua frase

Os dois homens na sala se surpreenderam com a frase do garoto, eles estavam esperando qualquer coisa, menos isso, nunca imaginariam que Bellatiz Lestrange forçaria um garoto de 11 anos a assassinar alguém.

Ali, olhando aquele garoto de apenas onze anos chorando por fazer algo que não queria, Albus Dumbledore sentiu seu peito se partir, aquilo era unicamente sua culpa, seu plano tinha causado aquilo, ele e somente ele tinha assassinado a inocência de uma criança.

Severo Snape olhando o filho mais velho da sua amada chorando, sentia seu coração doer, não conseguia nem imaginar o que ele estava sentindo, já tinha estado naquela posição, mas ele já era mais velho, e tinha sido sua escolha, mas aquele garoto tinha assassinado em prol de um plano que eles nem sabia se daria certo ou não. Ali, naquele instante, Severo Snape se prometeu uma coisa, faria de tudo para o que aquele garoto tinha feito não tenha sido em vão, ele se sacrificaria se fosse necessário, para o plano dar certo.

- E-Ele..tin-nha...familia? – Harry perguntou em prantos, mesmo entre soluços, ambos os homens tinha entendido o que ele queria perguntar

- Harry, meu garoto, é melhor não saber. – Dumbledore falou rapidamente, querendo tirar esses pensamentos

- E-eu o mat-tei. – Sussurrou limpando suas lagrimas. – EU TENHO O DIREITO DE SABER. – Gritou sentindo uma grande revolta subindo a mente, o Tom tentava falar, mas sua fala não chegava até o Harry, à mente do Harry estava uma bagunça

- Harry...

- NÃO ME CHAME DE HARRY. NÃO SUJE MEU NOME MAIS DO QUE EU JÁ O SUJEI. – Gritou desesperado, lagrimas voltaram a cair, imaginava o rosto dos seus pais se soubessem o que ele tinha feito, o rosto de decepcionado do seu pai veio em sua mente, o rosto de ferida da sua mãe, e olhar de traição que seu irmão lhe lançaria torturavam sua mente, ele pedia que eles nunca descobrisse algo assim, mas isso seria inevitável, chegaria um momento que todos saberiam o que ele tinha feito, e saberiam as coisas que ele ainda faria, mas valeria a pena, não é? Era para o seu irmão continuar vivo

- Odin, é melhor esquecer isso, jogue no fundo da sua mente, foque nos seus próximos objetivos. – Dessa vez foi o Snape que falou

- Cale-se Snape, eu quero saber, Gustavo Yanks tinha família? – Questionou olhando para o Dumbledore, que suspirou

- Sim, ele tinha uma esposa, e alguns dias atrás, sua filha nasceu. – Falou com pesar, sabia que essa informação torturaria o garoto

- Ele chegou a conhecer a filha? – Perguntou mordendo os lábios, lagrimas não paravam de sair de seus olhos

O Dumbledore trocou um rápido olhar com o Snape, os dois não queria que o Harry tivesse essas informações, mas o garoto não aceitaria nada menos que a verdade.

- Não, ele nunca chegou a conhecer a filha. – Snape respondeu

O Harry paralisou por alguns segundos, quando do nada, ele se virou em direção a porta, e começou a caminhar em sua direção, mas a porta se fechou sozinha.

- Odin, fique, você precisa conversar, desabafar, não faz bem guardar tudo para si. – Dumbledore falou encarando as costas do garoto

- Diretor, abra a porta, eu preciso pensar não desabafar. – Ele falou tentando girar a maçaneta, mas não surtiu nenhum efeito

- Odin, escute o Diretor, o correto é você se sentar e conversar conosco. – Snape argumentou

- Mas eu não quero fazer o correto. – Ele falou dando um chute na porta, não fez nada na porta, então ele tentou um segundo chute. – DEIXE-ME SAIR. – Gritou dando um terceiro chute, e a porta se abriu sozinha, obviamente o Dumbledore tinha a aberto

- Deixe-o Professor Snape. – Dumbledore falou vendo o garoto correr pelos corredores de Hogwarts. – Acredito que esse tempo sozinho lhe fará bem. Irei até os Potter, terei que inventar uma resposta para justificar o Harry estar em Hogwarts. – O Dumbledore caminhou até sua lareira. – Deixe-o sozinho, ele precisa pensar. – Alertou novamente sumindo em chamas verdes

Harry Potter and The PlanWhere stories live. Discover now