9

1 0 0
                                    


O desejo paira no ar, denso e palpável, enquanto a tensão entre nós se intensifica. A atmosfera ao redor parece eletrificada, carregada de uma energia que não posso ignorar. As minhas mãos formigam de vontade de tocá-lo, mas permaneço imóvel, observando os olhos de Peter como se lesse a sua mente. Há um convite silencioso no ar, uma promessa de algo que está prestes a acontecer.

Os nossos lábios estão tão próximos que posso sentir a sua respiração quente contra a minha pele. O tempo parece desacelerar, cada segundo prolongado pela excitação do momento. A minha mente está em turbilhão, mas uma parte mais ousada de mim considera a opção de ser corajosa, de tomar o controle da situação.

A tensão sexual no ar é quase palpável, uma dança de antecipação e desejo que nos envolve. Molho os meus lábios com a língua, um gesto sutil e convidativo. Peter não se afasta, o seu olhar aprofundava-se na minha expressão à espera de alguma barreira, mas não viria. Não queria parar, não aqui

A decisão paira no ar, um fio invisível que nos liga, nos puxa e nos desafia. Com uma coragem que não sabia que possuía, finalmente fecho a distância entre nossos lábios, selando um beijo carregado de desejo, cedendo finalmente a tensão entre nós.

O beijo é ardente, como se um fogo interior finalmente encontrasse sua liberdade. Os nossos lábios movem-se  em perfeita sintonia, explorando e revelando cada centímetro de desejo. A sensação dos lábios de Peter contra os meus é eletrizante, um misto de suavidade e urgência que faz meu corpo inteiro reagir.

As mãos dele deslizam pela minha cintura, as suas carícias deixam uma trilha de calor por onde passam. As minhas mãos aventuram-se pelo contorno dos seus ombros, descendo pelo peito enquanto os nossos lábios se mantêm presos em um beijo que parece transcender o tempo. Cada toque, cada movimento, é carregado de desejo e uma entrega mútua.

 A intimidade do momento é avassaladora, envolvendo-nos completamente, como se estivéssemos em um mundo só nosso. As minhas pernas tremem ligeiramente, uma mistura de nervosismo e excitação que percorre todo o meu ser.

À medida que o beijo se aprofunda, as nossas respirações ficam cada vez mais descompassadas, uma sincronia  que se manifesta através desses pequenos suspiros compartilhados. As minhas mãos exploram a textura da pele dele, sentindo o calor que emana de seu corpo enquanto ele me mantém firmemente contra si.

Quando finalmente nos separamos, os nossos olhares permanecem presos, um entendimento silencioso passando entre nós. A tensão ainda preenche o ar, uma eletricidade carregada de promessas e desejos inexplorados. Peter sorri, um sorriso que carrega todo o peso do que acabamos de compartilhar.

— Ali, eu...

Ele parece quase sem palavras, pela primeira vez, as suas feições não pareciam impossíveis de decifrar. Volto a unir os nossos lábios, eu sabia que estava louca, completamente louca por me permitir fazer tudo isto com ele mas, que se foda. Só se vive uma vez... 

Peter puxou-me para o seu colo, agarrando a minha cintura com força e pressionado os nossos sexos. Senti-me amedrontada assim que senti o seu membro pelo fino tecido do moletom húmido.  Arranho levemente as suas costas mordendo o meu lábio inferior com força. Sentia-me como a saltar de um precipício, mas a adrenalina era tanta que não sentia medo, pelo contrário. Tudo o que sentia no momento era certeza. 

Assim que os nossos lábios estavam prestes a tocar novamente, o meu smartphone toca, e penso em ignorar, mas não consigo deixar de rir de nervosismo. 

— Desculpa... — digo, pousando a minha cabeça na curvatura do seu pescoço, fechando os olhos sentindo o seu aroma.

Peter estica o braço pegando em meu celular e o encostando na minha mão para que possa atender. Assim que seguro no celular ele entrelaça os seus braços pelo meu corpo. Vejo que é a minha mãe e fico um pouco nervosa mas apenas tinha de agir normal. 

— Oi mãe, tudo bem? — digo assim que atendo. 

Peter afasta-se um pouco, curioso e espantado e eu seguro um riso mordendo o lábio inferior e arregalando os olhos. 

— Está tudo bem sim, a Anna foi ao cinema com a Trice e a Kate. Não, vou ficar a estudar no quarto. 

Assim que digo isso Peter tenta quase inutilmente conter um riso e eu coloco o meu dedo indicador nos seus lábios para que ele não fizesse barulho. 

— Está tudo bem filha, pareces um bocado estranha,— A minha mãe pergunta do outro lado da linha.

— Está sim, estou só um pouco cansada. Vou ver se descanso um pouquinho. 

— Pronto filha, sempre vens este final de semana?

— Não mãe, desculpa. Queria ir com as menina a uma festa. Está tudo bem por ti? — Questiono receosa. Encaro os olhos cinzentos de Peter, os nossos olhares mantinham-se focados um no outro como se só conhecessem os nossos olhares. 

— Claro que não filha. Aproveita, mas com juízo! 

— Não te preocupes mãe, um beijo, Amo-te muito. 

— Um beijo filha, também te amo. 

Desligo a chamada e Peter cai para trás comigo. Sinto o solavanco das suas costas a entrarem em contacto com o colchão. 

— Com que então vais à festa? — Ele pergunta, fazendo carinho no fundo das minhas costas. 

Aconchego a minha cabeça sobre o corpo dele emitindo um som de confirmação. 

— Eu vou te buscar então. 

Olho para cima para encarar Peter e este encara-me também. 

— Tens a certeza?

— Claro!  Talvez te fassa uma visita enquanto te vestes, — ele diz com tom brincalhão — ou despes, tudo depende de ti. 

— Deixa de ser idiota. — Digo, rindo com ele. 

Ficamos ali, em silêncio, a aproveitar o momento. Era estranho em como as coisas estavam a desenrolar tão rápido... mas de alguma forma não me sentia assustada ou nervosa, diria que era uma sensação nova, de algo diferente.  

Sentia-me tão confortável no colo de Peter, que acabei por adormecer com a cabeça no seu peito, com um braço e uma perna sobre o corpo do mesmo. 

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 12, 2023 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

LiesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora