Capítulo 10

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Por Felipe

É sábado. O dia está muito quente hoje, então vou dar um giro na praia com os caras. Thiago me ligou hoje chamando pra ir, e já que não tô fazendo nada aceitei o convite.

Pego uma camisa no armário e o boné também, já estou com uma bermuda e chinelo. Pego a mochila com as coisas e meto o pé de casa e aviso minha mãe quando passo por ela.

Sempre aviso a ela pra onde vou, mesmo sendo maior de idade faço questão de avisar, é de mim esse bagulho. Ela que esquece de me falar pra onde vai.

Hum, tá achando q se manda.

As meninas também resolveram me deixar de lado. Ana Luísa anda sumida, diz ela que é por causa do trabalho mas eu já tô ligado que é por causa do namoradinho dela. Manoela me contou que foi se encontrar com aquele cara lá, fiquei bolado e não tô dando muito papo pra ela não.

Ela me contou hoje pela manhã quando chegou em casa.

Dormiu fora. Fiquei puto.

Thiago falou que vamos pro leme, pra geral se encontrar lá no rosas. Pego o ônibus que não demora muito pra passar e em pouco tempo consigo chegar na praia. Ando um bocado e já consigo avistar eles.

— Chegou o homem — Kaique fala assim que me aproximo.

— Demorou hein. — Thiago fala quando aperto sua mão

— Demorei nada pô, nem chegou todo mundo ainda.

— Papo reto. Falta o Pedrinho e o JG. — Cadu fala.

Coloco a camisa encima da minha mochila e o boné eu prendo no guarda sol. Sigo em direção ao mar e fico um tempo parado recuperando as energias, logo em seguida peço permissão pra entrar e dou o primeiro mergulho.

É como se a praia fosse meu lugar, namoral, sinto mó paz aqui.

Fico boiando um pouquinho até que alguém pula encima de mim e eu afundo.

— Meu puto, que saudades! — Pedrinho fala e me abraça assim que eu levanto, não deixando eu recuperar o fôlego.

— Filho da puta, quase me afogou. — olho pra cara dele que tá rindo.

Pedrinho tá comigo desde a época da escola, ele era um dos moleques que andava comigo, só que a gente se afastou. Mas sempre que a gente se vê é mó zoeira, tenho uma consideração muito grande por ele.

O outro que andava comigo, o Samuel, entrou pro movimento assim que saiu da escola e no ano seguinte morreu numa invasão que teve.

Não gosto muito de lembrar não, sinto um bagulho estranho.

Saio dos meus pensamentos quando ele dá dois tapinhas no meu braço e fala que a onda tá vindo. Dou um mergulho, passando por baixo da onda e volto pra superfície.

— Como estão as garotas? Saudades delas também. — já entendo o que ele quer dizer.

— A Analu tá bem Pedro. E está namorando. — ele arregala os olhos.

— Que isso! Minha mulher me traindo?! Eu não aceito! — brinca.

— Tá ligado que de todas as vezes que tu tentou, nunca deu em nada né? Tu acha que vai dar bom agora por quê?

— Ah, olha o porte do pai agora? Gostosinho, bombado. Ela vai querer sim. — dou risada sabendo que ele ainda gosta dela.

Pedro conheceu a Analu numa das minhas idas na escola delas pra buscá-las e ele foi comigo. Se encantou se primeira pela garota, só que era feio tadinho. Ela não quis de cara e mesmo ele tentando, nunca conseguiu.

"Sempre foi você"Where stories live. Discover now