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Jasmine Freire

Com meus olhos ainda fechados, estendi meus braços na cama. Meu corpo parecia bem mais relaxado e o frescor entrava lento pelo cômodo.

Abri meus olhos devagar e me deparei com o telhado, o silêncio e paz.

O medo e insegurança ainda assolavam minha alma...

Marina me aconselhou e me fez entender que tudo aquilo que estava sentindo era totalmente espiritual, e que, era necessário eu buscar forças do céu e não me distanciar já que se eu o fizesse, era a mesma coisa de pôr uma arma contra minha própria cabeça.

Com certeza o diabo, com ódio, transformou-se em Paola e atormentou meu sonho a fim de tirar-me a paz e me fazer desistir, no entanto, ele não conseguiria tão cedo.

Quando eu me sentisse pronta, eu partiria. e incrivelmente, eu ainda não sentia isso...

Olhei para o lado e vi Ângelo que tinha a cabeça pendida pra trás enquanto seu corpo estava descansando sobre a cadeira.

Franzi meu cenho e me levantei, andei até ele e me assustei por sua boca e bochecha terem um pouco de sangue escorrendo.

Desesperada, entrei no banheiro em busca da maleta de pronto socorro, peguei o álcool, algodão e um saquinho que estava vazio. Me retirei e olhei de imediato para a pequena geladeira no chão, me abaixei e me senti aliviada ao vê que tinha cubos de gelo dentro de um recipiente, o pus dentro do saquinho e assim que me afastei molhei um pano na água da torneira passando em seguida no rosto de Ângelo com cuidado para acabar não o acordando tão rápido.

Meu plano estava dando certo até que precisei utilizar o álcool, deve ter sido pelo cheiro ou por conta de ter posto próximo ao ferimento, que ao sentir, ele acabou hesitando e abrindo os olhos.

Sua cabeça tonteou, e assim que me olhou, ele conseguiu parar.

— Jasmine? — sussurrou. — Você não deveria estar levantada... Devia estar dormindo... — ele tentou levantar mas o parei a tempo.

— Nada disso, eu tenho que cuidar desses ferimentos...

Voltei a pôr o álcool sobre sua pele, dando pequenas batidinhas.

— É, pelo visto, falhei em cuidar de você...

— Você ao menos tentou, e além do mais, sua presença já é um cuidado para mim... — confessei.

Seus olhos brilharam tanto que me deixou um pouco anestesiada.

— E, além do mais, gosto bem mais de cuidar dos outros.

— E você merece todo o carinho do mundo. — suspirei — Você é única, Jasmine.

Tentei não me atrapalhar com sua fala, me sentir confusa era uma das piores sensações que já pude ter.

— Por que está sangrando assim?

— Acabei me envolvendo em uma briga...

— Ângelo!

— Mas foi necessário.

— Como assim? Necessário?

— Se eu não tivesse feito, minha irmã seria sequestrada ou até algo pior — hesitei com a informação jamais pensada por mim um dia.

— Como assim?

— Ontem, eu saí com Isabella, enquanto você descansava. Nos divertimentos no parque e na volta ela disse que iria na frente, sozinha, sei que quer brigar comigo mas eu não sabia que isso iria acontecer...  Enfim, ela me gritou e na segunda vez a encontrei. Dois homens a seguravam e estavam de costas para a minha direção me dando chance de reagir. O pavor na voz da minha irmã e a voz deles, fez todo o meu instinto despertar... E eu, reagi...

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIWhere stories live. Discover now