019

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Annelise Sullivan

A diretora nos encarava com os olhos brilhando. Ela me explicou algumas coisas sobre como o baile deveria ser organizado.

Mas eu não estava entendendo, Aaron que iria me ajudar?

Bom, de qualquer forma.

"Ajudar" é uma palavra muito forte, porque eu o conheço e sei que ele provavelmente só vai ficar me observando e sentado. E, de certa forma, é até melhor assim, porque prefiro que ele não se intrometa e as coisas saiam do meu jeito, do que ele atrapalhe e faça tudo ficar feio.

— Então, agora que vocês estão de acordo, vocês podem começar hoje mesmo. O tempo de vocês é limitado. — Aaron abre a boca para contestar, mas a diretora é mais rápida. — E antes que você mencione as faltas nas aulas, eu irei conversar com os professores a respeito de vocês.

Assinto, sentindo-me um pouco desconfortável por estar na mesma sala que ele. Não conversamos desde a festa, e a tensão entre nós ainda estava um pouco presente.

Não sei se quero conversar com ele, ele é tão confuso. Uma hora está bem e, em seguida, parece pronto para me atacar pedras.

— Eu estava pensando em fazer o rei e a rainha do gelo, acho que isso atrairia mais atenção para o baile. — Dou uma ideia à diretora, mesmo sabendo que provavelmente não terei um par para me candidatar.

— É uma ótima ideia, querida! — Ela aprova minha sugestão, mas seu sorriso parece um tanto estranho.

Credo.

— Então, eu não vou ser retirado do time? — Aaron começa a batucar impacientemente as mãos na cadeira.

— Tudo depende do seu desempenho, mas espero que não. — A diretora agora olha para mim. — Annelise, querida, faça com que ele te ajude, por favor. Eu conheço o tipo de Miller, e sei que ele vai tentar se aproveitar de você.

— Eu não vou me aproveitar dela! — Ele exclama, visivelmente irritado.

— É mesmo? — A diretora o lança um olhar desconfiado.

— Eu vou garantir que ele ajude, pode ficar tranquila. — Suspiro profundamente, passando a mão pelo meu cabelo. Percebo o olhar fixo de Aaron em mim, mas não dou muita importância. — Posso ir agora?

— Sim, saiam. — A diretora responde em um tom ríspido e grosseiro. Que mulher louca.

Aceno com a cabeça, abro a porta da diretoria e saio, sem me preocupar em segurar a porta para que ele saia. Afinal, ele tem mãos e pode muito bem fazer isso sozinho.

— Poxa, princesa, desse jeito você me magoa. Fechando a porta na minha cara... — Ele diz em tom irônico, fazendo um drama e colocando a mão no peito como se estivesse sentindo dor.

Ah, faça-me o favor.

— Não me chama assim. — Respondo sem olhar para trás, caminhando em direção à biblioteca. Céus, eu tinha tantas coisas para fazer.

Escuto seu suspiro fundo, e automaticamente reviro os olhos.

— Annelise... eu... — Ele começa a dar sua explicação, mas eu não quero ouvir.

— Não quero saber. Não sou seu brinquedo para você me tratar do jeito que bem entender. E depois voltar como se nada tivesse acontecido.

— Nunca disse que você era meu brinquedo! Porra, é tão complicado.. — Fala em tom desesperado.

— Então fala, não gosto desse tipo de joguinho. Depois da festa você está agindo tão estranho.

Seus olhos se escureceram e ele dá um sorriso malicioso.

Coração de Quarterback Where stories live. Discover now