Capítulo XI

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Narradora On

Já tinham se passado dois meses da morte do Tom, a rotina agora era um luping de cair e levantar.

Quando Giulia caia Bill estendia a mão. Quando Bill caia Giulia retribuía o gesto.

Os dois caminhavam pela praia que Tom amava, Giulia guiava o mais velho até o ponto especifico que o rapaz gostava, por conta do por do sol que ficava mais bonito ali.

Os dois andaram por alguns minutos com Bill carregando o vaso que continha as cinzas do irmão. Giulia caminhava pela beira do mar, sentindo a onda gelada molhar os seus pés, era uma sensação boa, que trazia vida para o seu peito, que fazia ela se lembrar do Tom.

Os dois se sentam na areia esperando o momento que o sol começaria a se esconder, pela previsão do tempo isso aconteceria as 18:21 e no momento ainda era 17:54.

Giulia se sentava a esquerda, o vaso no meio e Bill a direita. Os dois ficavam em silencio encarando a imensidão do mar. O vento mais gelado começa a soprar trazendo as ondas e as fazendo quebrar quando chegava próximo a praia. 

— Como está o preparativo para a exposição? — Bill fala com os seus braços apoiados em seu joelho enquanto encarava o mar.

— Tem Tom por todas as partes. — Giulia suspira. — Cada desenho é uma memoria diferente.

— Já definiu o nome da exposição? — Finalmente ele encara a menor.

Giulia coloca as mãos para trás e inclina seu tronco, jogando a sua cabeça e encarando o céu alaranjado. — Estou em duvida entre "Tom com T" ou "Outra chance."

Bill sorria ladino e abaixava a cabeça. — Ele iria gostar de Tom com T.

Giulia sorria de forma sincera. — Exato! Giulia com G, precisa ter o meu nome, eu sou a sua musa. — ela fala imitando ele e rindo mas logo o sorriso se desfazia.

— Ei. — Bill empurra a garota de leve fazendo ela olhar para ele. — Se você ficar triste eu também vou ficar.

— Como está a sua mãe? — Giulia pergunta na tentativa de mudar o assunto.

— Bom, ainda chora a todo momento, vive com a foto do Tom nas mãos e... — o rapaz suspirava.

— Ela ainda está te tratando como se você fosse uma extensão dele? — a garota cruza as pernas e encara o amigo.

Bill somente concorda com a cabeça e volta a encarar o mar.

Desde o falecimento do Tom, a maioria das pessoas tratavam Bill como uma extensão do Tom, isso era incomodo porque parecia que ninguém se importava com a forma que ele se sentia em relação a isso, exceto Giulia.

Eles perderam as contas de quantas vezes ela tirou ele de situações embaraçosas envolvendo o assunto, ou até mesmo quando ela simplesmente surtava e falava a verdade que a pessoa não queria ouvir.

Tom se foi, mas parecia que ele tinha ensinado a Giulia como proteger o Bill, da mesma forma que ele fazia.

Quando o sol começava a se esconder os dois levantavam e caminhavam lentamente até o mar. Eles iam andando até que a ficasse quase  nos joelhos de Giulia.

Bill respira fundo. — Está pronta?

Giulia umedece os lábios com a língua e respira fundo. — Sim.

Giulia colocava a sua mão no vaso e pegava um pequeno punhado de pó que em algum momento antes era o Tom. Bill seguia os mesmos movimentos da morena.

A natureza respeitou a dor dos dois, os ventos que antes eram compulsivos em soprar, naquele momento se cessaram. O mar que se movimentava rápido criando onda, atrás de onda, se acalmou. O sol que parecia correr para se esconder desacelerou. Toda a natureza encarava os dois, como se estivessem vivendo o luto por eles.

The love for your life │ KaulitzWhere stories live. Discover now