Narradora On
Já tinham se passado dois meses da morte do Tom, a rotina agora era um luping de cair e levantar.
Quando Giulia caia Bill estendia a mão. Quando Bill caia Giulia retribuía o gesto.
Os dois caminhavam pela praia que Tom amava, Giulia guiava o mais velho até o ponto especifico que o rapaz gostava, por conta do por do sol que ficava mais bonito ali.
Os dois andaram por alguns minutos com Bill carregando o vaso que continha as cinzas do irmão. Giulia caminhava pela beira do mar, sentindo a onda gelada molhar os seus pés, era uma sensação boa, que trazia vida para o seu peito, que fazia ela se lembrar do Tom.
Os dois se sentam na areia esperando o momento que o sol começaria a se esconder, pela previsão do tempo isso aconteceria as 18:21 e no momento ainda era 17:54.
Giulia se sentava a esquerda, o vaso no meio e Bill a direita. Os dois ficavam em silencio encarando a imensidão do mar. O vento mais gelado começa a soprar trazendo as ondas e as fazendo quebrar quando chegava próximo a praia.
— Como está o preparativo para a exposição? — Bill fala com os seus braços apoiados em seu joelho enquanto encarava o mar.
— Tem Tom por todas as partes. — Giulia suspira. — Cada desenho é uma memoria diferente.
— Já definiu o nome da exposição? — Finalmente ele encara a menor.
Giulia coloca as mãos para trás e inclina seu tronco, jogando a sua cabeça e encarando o céu alaranjado. — Estou em duvida entre "Tom com T" ou "Outra chance."
Bill sorria ladino e abaixava a cabeça. — Ele iria gostar de Tom com T.
Giulia sorria de forma sincera. — Exato! Giulia com G, precisa ter o meu nome, eu sou a sua musa. — ela fala imitando ele e rindo mas logo o sorriso se desfazia.
— Ei. — Bill empurra a garota de leve fazendo ela olhar para ele. — Se você ficar triste eu também vou ficar.
— Como está a sua mãe? — Giulia pergunta na tentativa de mudar o assunto.
— Bom, ainda chora a todo momento, vive com a foto do Tom nas mãos e... — o rapaz suspirava.
— Ela ainda está te tratando como se você fosse uma extensão dele? — a garota cruza as pernas e encara o amigo.
Bill somente concorda com a cabeça e volta a encarar o mar.
Desde o falecimento do Tom, a maioria das pessoas tratavam Bill como uma extensão do Tom, isso era incomodo porque parecia que ninguém se importava com a forma que ele se sentia em relação a isso, exceto Giulia.
Eles perderam as contas de quantas vezes ela tirou ele de situações embaraçosas envolvendo o assunto, ou até mesmo quando ela simplesmente surtava e falava a verdade que a pessoa não queria ouvir.
Tom se foi, mas parecia que ele tinha ensinado a Giulia como proteger o Bill, da mesma forma que ele fazia.
Quando o sol começava a se esconder os dois levantavam e caminhavam lentamente até o mar. Eles iam andando até que a ficasse quase nos joelhos de Giulia.
Bill respira fundo. — Está pronta?
Giulia umedece os lábios com a língua e respira fundo. — Sim.
Giulia colocava a sua mão no vaso e pegava um pequeno punhado de pó que em algum momento antes era o Tom. Bill seguia os mesmos movimentos da morena.
A natureza respeitou a dor dos dois, os ventos que antes eram compulsivos em soprar, naquele momento se cessaram. O mar que se movimentava rápido criando onda, atrás de onda, se acalmou. O sol que parecia correr para se esconder desacelerou. Toda a natureza encarava os dois, como se estivessem vivendo o luto por eles.
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The love for your life │ Kaulitz
RomanceGiulia fica em dúvida se deve se casar ou não no dia do seu casamento por conta de um amor do passado. Faltando uma hora para entrar na igreja ela decide contar a sua história de amor para a sua irmã.