Capítulo XVII

1.9K 357 241
                                    


As noites se tornaram o terror da Giulia, ela estava com 36 semanas, oito meses e alguns dias como ela gostava de falar para os leigos, e se tinha uma coisa que ela sentia falta do começo da gravidez era aquele sono avassalador que a fazia dormir em qualquer lugar, em qualquer horário. Agora as dores nas costas a dominavam, não tinha posição certa e por conta disso ela acordava inúmeras vezes, fora as vontades quase que incontroláveis de fazer xixi.

Definitivamente ela não deseja o final da gestação nem para o seu pior inimigo.

A noite não estava tão abafada, mas ela mantinha a janela aberta deixando uma corrente de ar frio entrar, ela gostava da sensação do vento gelado batendo na sua pele quente. O seu sono leve foi interrompido quando a brisa soprou mais forte, enquanto ela despertava, ela escutou um múrmuro de lamento vindo do corredor e sabia exatamente de quem era. A garota se levanta e caminha até quarto do Bill, abrindo a porta lentamente vendo ele encolhido na cama enquanto chorava.

Nos últimos meses, a insistência da mãe dele em dizer o quanto ele foi um péssimo irmão por engravidar uma garota enquanto Tom estava debilitado tinha aumentado em dez vezes. Giulia tentava sempre fazer coisas com o Bill para o distraí-lo, mas bastava uma ligação da sua mãe para tudo falhar. 

— Oi... — Giulia fala de forma doce e com a voz baixa enquanto se deitava atrás do Bill e o abraçava. — Preciso que você respire mais devagar.

O moreno hiperventilava sem perceber enquanto seu rosto estava todo vermelho e o travesseiro molhado de tantas lágrimas.

— Respira comigo Bill, sente o meu peito. — Ela fala e começa a respirar fundo enquanto o abraçava mais forte. — Está tudo bem, eu a Lyz estamos aqui com você.

Ele confirma com a cabeça e começa a imitar o ritmo da respiração da Giulia, fazendo ele conseguir ter o controle novamente sobre o seu corpo. Todo o sinal de alerta que ele estava antes começa a se dissipar conforme a sua respiração volta ficar normalizada e o seu coração diminuir a velocidade.

— Ela não entende como eu posso ter te engravidado sendo que o Tom estava morrendo, ela não aceita isso e não aceita eu seguir a minha vida. — Ele fala com a voz rouca por conta do choro preso em sua garganta.

— Só nós sabemos a verdade. — Ela o abraça com mais força. — Sua mãe está errada e mesmo se tudo isso fosse verdade, você não é uma continuidade do seu irmão para ter que parar a sua vida porque ele...— a sua voz abaixa. — Está tudo bem, Bill. 

Ele aperta a mão da garota que descansava em sua barriga como se a Giulia fosse a única coisa que importasse, e ela é a única coisa que importa. Ela e a Lyz.

— Vou te deixar dormir. — Ela fala ao perceber que ele tinha se acalmado, se inclina beijando a nuca despida do rapaz, bem em cima da tatuagem com o símbolo da banda que ele tinha. — Boa noi...

— Fica. — Ele aperta a mão dela com mais força no seu corpo. — Só hoje, por favor. — Sua voz sai como súplica.

Ela se deita no travesseiro e começa a acariciar os cabelos escuros do rapaz. — Você disse isso da última vez. 

— E vou dizer isso na próxima. — Ele sorri abafado. — Eu durmo melhor com vocês aqui.

— Eu também. — A garota fala em um suspiro o que era para ser só um pensamento.

Bill se vira e a encara olhando fixamente em seus olhos. — Então por que não vem dormir aqui mais vezes?

— Por que não. — Ela sorri e volta a acariciar o cabelo do rapaz que fecha os olhos sentindo o carinho. 

The love for your life │ KaulitzWhere stories live. Discover now