Capítulo 05 - Meu peito arde e sangra

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Leitores e leitoras, o wattpad classificou essa história como de conteúdo adulto, e não há nada no mundo que o faça mudar isso... =( Então, os capítulos mais quentes, pela minha experiência, só aparecem para os meus seguidores. Eu não sei o porquê disso, e nem como mudar... mas enfim.. Só avisando a vocês, caso algum capítulo não apareça.

Outra coisa, qual melhor dia para postar o capítulo da semana? Quero que vocês me ajudem a decidir. Deixem aí nos comentários, tá?? 

Obrigada a todos que estão lendo, votando e comentando! Isso é super importante para mim!

Xêros!! =**


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Resolvo todas as pendências que preciso, incluindo a burocracia do trabalho e um diálogo sincero com os meus pais. Converso com a minha família, que claro, é contra a minha decisão. Na adolescência, quando eu queria o Miguel, ninguém me apoiou, mas depois que casamos e viram que não tinha mais jeito, acabaram se acostumando. E agora que informo que vou me separar, quase ninguém vê com bons olhos, com exceção da minha irmã mais nova, a Helena.

Minha mãe dá escândalo, o que é esperado. Meu pai me pede para ponderar mais, até me apoia nesse "tempo" fora, mas por ele, só entro mesmo com o divórcio quando voltar de vez para casa. Meus irmãos preferem não opinar, mas vejo que isso traz uma preocupação a mais para o Henrique. E a Helena, que além de irmã, é minha amiga, fica completamente do meu lado.

Lamento a reação da minha mãe, e entendo o cuidado do meu pai. Mas é a minha vida, e preciso vivê-la como acho que será o melhor para mim. Se acertar, ótimo, e se errar, vou arcar com os meus erros, como acho que estou fazendo. Porque na minha concepção, o casamento com o Miguel foi um erro, mas, pelo menos, foi um erro que me deu o maior amor da minha vida: a minha filha.

A Rita, a babá da Flávia, aceita viajar para o Sul comigo, o que vai facilitar muito nos meus dias de plantão. Preciso de ajuda com a Flávia, mas dessa vez, não vou deixar que ninguém me substitua. A Rita me ajudará, mas vou criar a minha filha, como consegui fazer durante as férias.

Depois de deixar o carro um dia inteiro na revisão, coloco na mala tudo que preciso, me armo com os meus CDs prediletos e pego a estrada sozinha. Meu carro é robusto, masculino e seguro, o que me deixa tranquila em viajar para tão longe sem companhia. Deixo a Flávia passar uns dias com o pai, sob supervisão da Rita, e as duas me encontrarão em uma ou duas semanas.

O caminho é longo. Levo quatro dias para chegar. Dirijo o dia inteiro, parando apenas para comer e usar o banheiro. Durmo em hotéis e de manhã cedo piso fundo novamente.

Dirigir me faz bem. Ajuda a pensar. E pensar é tudo que posso fazer diante do que aconteceu. Um aborto. Um casamento fracassado. Meu marido com outra. A Mônica e seus falsos sorrisos, fingimentos e falsidades. A traição do Miguel. A dor de não ter sido suficiente. A busca por falhas e erros da minha parte. O arrependimento por ter lutado tanto pelo Miguel e, por incrível que pareça, a culpa.

A minha razão diz que eu não tive culpa. Afirma que não foi um erro meu que provocou tudo isso. Mas meu peito arde e sangra, e eu me sinto a mulher mais inútil da face da terra.

No meio do terceiro dia, sinto minhas mãos e pés um pouco inchados, possivelmente pelo longo tempo na mesma posição. Retiro todos os meus anéis. Já sabendo que um deles não vai voltar para o meu dedo.

A paisagem vai mudando, às vezes faz sol, mas pego duas ou três chuvas. Alguns lugares com trânsito, outros praticamente vazios. As únicas vozes que me acompanham é mulher do GPS e dos cantores que entoam canções que fazem a trilha sonora da viagem. A minha voz, eu mal ouvi.

Confissões de HeloísaOnde histórias criam vida. Descubra agora