𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 45

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• Zaya Kock – Domingo

Sorri dando um gole no suco, olhando as fotos que dona Angelina me mostrava. Valentim era criança, com sorriso banguela e mãos sujas de tinta, depois do almoço viemos para o quintal, dona Angelina achou alguns álbuns, e ficamos vendo as fotos.

Angelina – Aqui ele tinha sete anos, arteiro... A tinta estava escondida mas Valentim achou, o pai foi descobrir quando viu as paredes sujas – contou me entregando a foto.

Eu – O sorriso de quem aprontou – ri. Consigo imaginar o menino da foto sujando as paredes – A senhora enlouqueceu, imagino.

Angelina – Muito, minha filha – contou rindo – Tinha apego com a cor das paredes, demorou muito para achar uma que me agradasse, foi pintar para Valentim decorar do jeitinho dele.

Jane – Zaya graças a Deus era calma, tirando a hora do banho, chorava de soluçar – me olhou, fingi ofensa, estou sendo entregue aos leões – Não me olhe assim! Quem ouvia achava que a gente agredia você, minha filha – falou óbvia.

Eu – Que absurdo, mãe – neguei inocente – Eu amo banho, jamais faria isso – Ela ergueu uma das sobrancelhas, cruzando os braços. Não vai conseguir uma confissão.

Admito que não era uma criança que amava a hora do banho, pensava que perderia tempo, queria apenas correr.

Estava prestes a brincar quando vi Valentim na varanda com meu pai, ambos pareciam tramar algo, cochichando, olhando ao redor.

Desde que acordamos senti Valentim aéreo, o mesmo não parou de receber mensagem, não acho que seja algo preocupante, mas suspeito, levando em consideração seus sumiços

Assim como nossos pais sumindo junto dele, e faz alguns minutos que nossas mães não saem de perto, sempre me incluindo nos assuntos.

Será que está acontecendo algo e não querem me contar?

Angelina – Querida? – voltei a realidade com a voz da mesma. Olhei em seus olhos, forçando um sorriso – Está tudo bem? Ficou quieta, não respondeu nossa pergunta – questionou meio desconfiada, erguendo os pés na cadeira.

Eu – Me distraí com um passarinho – menti, já basta eu curiosa com tanta estranheza desses homens – O que estavam falando? – dei outro gole no suco, deixando o copo na mesa.

Jane – Queremos fazer uma noite de vinhos e frios, todo mundo com roupas claras – contou, sorrindo cúmplice para minha sogra. Como se soubesse da ideia, meu sogro apareceu, vindo em nossa direção, sentando ao lado da esposa.

Saulo – Se aceitar, iremos comprar os frios, vai ser pouco os que temos aqui – completou.

Tudo bem, o que está acontecendo com todo mundo nessa casa?

Jane – Isso, comprem sobremesa também – a mesma se animou, me olhando estranho. Não tive tempo de pensar, senti um beijo em meu pescoço, olhei vendo Valentim sorrir ladino, se sentando.

Eu – Deve ter ingredientes aqui, posso fazer a sobremesa – eles negaram juntos – Ok... Todo mundo está estranho – murmurei desconfiada percebendo seus olhares um para o outro.

Valentim – Estamos normais, amor, você sabe como nossos pais são, cheios de cronogramas – riu nervosamente, fingi acreditar, assentindo.

Angelina – Queremos uma noite especial, nem Margarida ficará na cozinha, vamos comprar as sobremesas, apenas arrumamos os frios, pode nos ajudar nisso, querida – propôs.

Eu – Tudo bem – me dei por vencida, não teria chances de mudar um planejamento feito por essas mulheres.

Continuamos no quintal olhando algumas fotos, Valentim parecia distância, poucas vezes comentava sobre algum momento, se fechando novamente em seus pensamentos.

Meu Amado Chefe Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora