- Capítulo 05 - Melhor pra mim -

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"Olhando o relógio o tempo não passa quando eu me afasto de você. Mas se de repente ele fica apressado e as horas disparam é só porque encontrei você..."

Melhor pra mim – Leoni

Uma semana se passou sem que o visse. Até fui à casa da colina umas duas vezes, mas a porta e as janelas estavam sempre trancadas e não havia sinal do carro. Comecei a me desesperar. E se o Eduardo tivesse voltado para sua cidade natal? E se ele nunca mais viesse a Novo Horizonte?

Milhões de absurdos passavam pela minha cabeça, já cogitava armar planos de arrombar uma das janelas da casa em busca de pistas para procurá–lo, mas ao mesmo tempo não queria parecer desesperada.

Não repararia nele parado, encostado em seu carro na frente da escola, se não tivesse visto a cara de boba da Roberta com os olhos fixos em alguém. Quando virei, tentando descobrir quem chamava a atenção dela, encontrei o olhar dele sobre mim e meu estômago afundou. O Eduardo me sorriu e fiz o mesmo, puxando as meninas na direção dele, extremamente feliz por vê-lo de novo quando eu já perdia as esperanças de reencontrá-lo. Por sorte, o Apollo tinha saído mais cedo naquele dia.

Roberta me olhou boquiaberta enquanto Natália disfarçava um sorriso. Nós três paramos na frente dele e eu disse oi.

– Olá! – Respondeu. – Atrapalho?

– Não. Essas são minhas amigas: Natália e Roberta. E esse é o Eduardo. –Apresentei.

O Eduardo deu um beijo na bochecha de cada uma e fiquei possessa. Eu o conhecia há quase três semanas, contando o tempo em que ele passou sumido, e ele nunca sequer tocou na minha mão. E agora via as minhas amigas pela primeira vez e cada uma ganhava um beijo na bochecha? Tentei disfarçar minha revolta e esperei para saber o que ele queria. Natália disse que tinha que ir embora e saiu puxando a Roberta que acompanhou meio à força.

– Algum problema com o almoço? – Perguntei e ele sorriu.

– Hoje não.

– E no que posso te ajudar hoje?

– Hoje é sexta... – Falou meio inseguro. – Talvez nós pudéssemos dar uma volta, fiquei curioso para conhecer as atrações turísticas da cidade.

– Ah, você precisa de um guia turístico. – Disse sarcástica.

– Algo assim. – Respondeu sorrindo.

– Preciso almoçar primeiro, e tenho que estar de volta cedo, para trabalhar. – Concordei, apresentando as minhas condições.

– Quanto ao almoço, trouxe o suficiente para nós dois. – Apontou para um depósito dentro do carro. – E prometo te trazer até as quatro.

– Ok. – Depois que aceitei o convite ele pegou minha mochila novamente e abriu a porta do carro para mim. Eu o ensinei como chegar à praia mais próxima e em vinte minutos nós estávamos respirando o ar salgado do mar.

A Praia Mansa era mais frequentada por famílias com crianças por conta da maré calma com pouquíssimas ondas. Não havia pedras e a areia era quase branca. Ele parou o carro no calçamento e pegou o depósito de comida, o sol não estava muito forte e fomos sentar na areia, não muito longe do mar.

Fui segurando a saia até o local onde nós sentaríamos, brigando comigo mesma em pensamento por ter me esquecido daquele detalhe: eu estava de uniforme e se soltasse minha saia de pregas o vento a levantaria até o meu pescoço. Procurei uma posição adequada para sentar no chão de forma que minha calcinha não ficasse à vista, mas não fiquei muito confortável.

Novo Horizonte - AMOSTRAWhere stories live. Discover now