- Capítulo 12 - Quando a dor te corta -

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Oi, fofuxos! Desculpem o atraso! Não postei domingo por motivos de: viajei pra ver o namorado. Não deu tempo adiantar e muito menos o cansaço me permitiu postar ontem. Enfim. É isso!

Tô super feliz porque meu livro Caderno de Receitas entrou nos destaques do wattpad na categoria Espirituais, e isso aconteceu ao mesmo tempo ao lado de autoras que eu amo: CarolMoura TaniaPicon ArianeGodoi ClaraTaveira e Camila-Antunes. Então corram nesses perfis e sigam esses talentos! Garanto que vocês vão amar!

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"De que adianta você saber o quanto eu sinto, minha dor vai ser mais problema que solução. Por fora eu disfarço o quanto eu ando aflito, de só ter pra te dar meu tempo e minha inútil compaixão. Vou esperar do seu lado a tempestade passar. Vou esperar do seu lado porque eu só posso esperar."

Ainda no avião tentei me esforçar para lembrar que eu estava fazendo essa viagem por um bom e merecido motivo. Natália e Cláudio estavam casados e esperavam o primeiro filho. Fiquei muito feliz por eles quando recebi o convite para ser madrinha do casamento, mas expliquei a Naty que o Theo era muito pequeno para fazer uma viagem tão longa e eu não teria como deixá-lo. Além disso, a data que ela escolheu coincidia com as minhas aulas da faculdade e não tinha como perder.

Naty não ficou chateada, porque pelo menos o Apollo aceitou o convite, e, junto com a Roberta, foi padrinho de casamento dela. Agora, não tinha como dizer não novamente, depois de muito tentar e apelar para vários tratamentos Natália finalmente engravidou, e ela queria que eu fosse a madrinha do bebê. Como dizer não a uma das pessoas mais importantes da minha vida?

Daquela vez não procurei desculpas, como eu tinha feito anteriormente. Procurei força e coragem. Não que eu tivesse mentido na época do casamento, mas poderia dar um jeito, se eu quisesse mesmo ir. A verdade é que ainda não estava preparada para enfrentar o Edu. E agora, estava, ou pelo menos torcia para que estivesse. O Theo ainda estava na escolinha, e não seria um prejuízo muito grande se ele perdesse alguns dias de aula.

Desembarcamos em São Paulo depois de quase sete horas de voo madrugada adentro, cansados e sonolentos. Perambulamos pelo aeroporto enquanto esperávamos o voo que nos levaria para Joinville, mais perto de casa. Sorri, enquanto escutava o burburinho das vozes em português e observava o rosto surpreso do meu filho, que pela primeira vez ouvia alguém fora de casa conversando a língua dos pais. Reparei que estava com saudade daquele som e só agora percebia.

E esse sorriso, talvez, tenha sido o único sincero naquela semana. Doía voltar para a cidade em que eu nasci e passei toda a minha juventude, os melhores e os piores anos. Eu teria que enfrentar tudo que deixei para trás quando abandonei o pouco que tinha de realmente meu e fui embora para Londres.

Mas precisava lembrar não do motivo pelo qual fiz isso, mas, sim, de como mudei depois da decisão. A garotinha ruiva e sardenta deu lugar a uma mulher bonita, madura e bem sucedida. Consegui me formar em literatura inglesa, enquanto trabalhava para criar meu filho, manter a faculdade e pagar o aluguel do nosso apartamento. Consegui um contrato temporário como tradutora em uma editora antes de terminar o curso e depois fui efetivada. Já havia traduzido mais de três obras importantes para o Português, alguns livros do Português para o Inglês e tinha pelo menos mais cinco confirmados.

Natália era uma das minhas melhores amigas, uma das duas pessoas no Brasil com as quais eu mantinha contato, a outra era a minha prima Mariana. E havia prometido estar com ela no dia do nascimento do bebê. O Apollo queria me convencer a ficar de vez no Brasil, já que eu poderia traduzir os livros de qualquer lugar do mundo, mas eu estava relutante com aquela proposta e fiquei de pensar melhor sobre isso depois.

Novo Horizonte - AMOSTRAWhere stories live. Discover now