13 - dia de dar! (no escuro)

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— Ah! Ah! Hoje é dia de dar! Dar, dar, dar! Uau!!! Dia de dar! — Louis cantarolava ao passar pela porta de vidro da sala. — Dia de dar! Dia de dar! Dia de dar! — parou perto do sofá quando encontrou uma cabeça adornada por cachos. — Bom dia, Harry, — cumprimentou com uma voz fingidamente grave. — Feliz Dia de Dar! Já deu hoje?

E Harry se odiou por ter corado e por rir de sua cara de idiota. — Feliz Dia de Dar, Louis! Marquei de dar mais tarde... e você?

— Ah! Ah! Dar é muito importante, você sabe, é dando que se evolui espiritualmente, então nunca pare de dar! — a voz parecida com a de um interlocutor. — Eu mesmo, dou todo dia! — exclamou, sentindo a almofada do encosto do sofá ceder antes que seu corpo caísse do outro lado.

Quem dá todo dia? — Jo apareceu no pé da escada com uma caixa em mãos e ambos se assustaram.

— Harry.

— Louis. — Eles disseram juntos.

— Harry dá todos os dias, sem falta, mas hoje disse que atrasou um pouco... — Louis provocou, caído no chão, vendo de relance quando Harry apoiou o cotovelo no joelho e o queixo na mão, olhando-o incrédulo.

— Pare de palhaçada, Louis! — sua mãe repreendeu. — Se existe alguém aqui que dê muito, esse alguém é você, Harry é a pessoa mais apegada que existe e você é a mais dada. — e simplesmente seguiu para o jardim.

Harry gargalhava. — Sua própria mãe sabe que você dá muito, Louis... Que vexame! — ele tirava uma com a sua cara, gargalhando.

— Cala a boca! — Louis se irritou, vendo o feitiço virar-se contra o feiticeiro, e pulou em cima dele, lhe empurrando no sofá. — Você mesmo disse que dá todos os dias! — falou, prendendo os braços de Harry acima de sua cabeça, lhe agarrando os pulsos contra o tecido grosso.

Harry gargalhou de novo e Louis sentiu seu corpo tremer junto com o que estava abaixo de si. — Eu não disse que dou todo dia, eu disse que darei hoje de tarde, só isso...

— Então, você quer dizer que nunca deu, é? — Louis ergueu as sobrancelhas, aproximando seus rostos pois sabia que aquilo o incomodava, sendo insuportável. — Nunca deu, Harold? Prometo que será uma experiência incrível, eu juro... Se você quiser, eu posso até te ajudar! — e, aparentemente, apenas Harry havia identificado o duplo sentido naquilo.

— Você é tão experiente em dar que deveria abrir um curso. — comentou, relaxando os ombros ainda que suas mãos estivessem presas pelas de Louis.

— É, eu deveria. Vou te usar como meu primeiro aluno e depois como representante de classe e talvez garoto propaganda. — Louis alinhou seus rostos e manteve o contato visual. — Vou falar sobre você para o mundo inteirinho.

— Eu aceito! Aposto que existem milhares de pessoas interessadas. — Harry ergueu o queixo minimamente, na tentativa de mostrar o mínimo controle.

— Sim, sim. Mas também se precisa saber receber, não é?

— O que você prefere? Dar ou receber? — Harry perguntou, esticando uma das pernas antes dobrada, fazendo com que a pélvis de Louis encaixasse perfeitamente no quadril dele.

Um sorriso ladino surgiu nos lábios avermelhados de Louis. — Talvez eu seja um consumista compulsivo.

— Então... você é mais experiente em receber? — Harry franziu o cenho avidamente com um falso interesse.

— Só pode entrar na festa com presente. — Louis deu de ombros, aliviando o aperto nos pulsos de Harry o bastante para que suas mãos escorregassem até as palmas do outro.

august (larry's version)Onde histórias criam vida. Descubra agora