33 - Tomlinson, venha pegar minha bola!

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Se Harry pudesse voltar atrás e não ir ao jogo de Louis, ele o faria.

Gostaria de saber antes que Louis estaria naquele péssimo humor, emburrado, falando pouco. Harry tentava se convencer que era normal, uma tensão pré jogo, nada além. Mas se lembrar que estaria rodeado pelos amigos dele não ajudou muito.

Tudo tinha começado tenso demais, algo dizia a Harry que aquilo não era um bom sinal. Primeiro: entrar no carro, liga-lo e sair da propriedade era tão barulhento quanto parecia ser; Segundo: o caminho inteiro foi em completo silêncio, nem música Harry se atreveu a colocar; Terceiro: o jogo estava lotado, muita gente, muita música, muita gente falando e duas torcidas gigantescas; Quarto: Louis o evitava desde sexta, mal tinha olhado na sua cara desde que chegaram e agora não era diferente.

Deveria ter ficado na cama.

Mas tinha ido até ali para torcer por Louis, e porque sair com Louis pareceu uma ótima ideia as duas da manhã de uma quinta feira.

Então... Estava tudo bem. Só esperava que Louis voltasse ao normal quando o jogo acabasse, porque Harry não queria saber como seria estar numa roda dos amigos de Louis com um Louis emburrado. As duas coisas o deixavam desconfortável demais quando isoladas, juntas então...

— Você está nervoso? — Harry perguntou, baixo, parado na frente de Louis, na lateral das arquibancadas, perto dos vestiários.

— Não. — e deu de ombros.

— Você parece nervoso. — Harry continuou, movendo-se em seus calcanhares. Ele tinha arrumado uma bandana vermelha e branca para amarrar no cabelo, tinha colocado uma meia de cada cor e teria pintado duas linhas nas bochechas caso não tivesse vergonha de Louis achar estúpido. Branco e vermelho eram as cores do uniforme, brasão e bandeira da escola de Louis, mas o garoto não parecia ter notado nadinha, nem mesmo a bandana...

— Sou um bom ator. Quero que pensem que eu tô com medo. — e indicou com a cabeça a arquibancada contrária àquela que estava encostado.

— E um péssimo mentiroso. — Harry provocou com deboche.

— Não estou nervoso. — Louis disse, lentamente, tirando os olhos do gramado e olhando para Harry pela primeira vez naquela noite.

— É tão seguro assim?

— No futebol? — Louis ergueu as sobrancelhas. — Sim.

— Acho que tá cantando vitória muito cedo. — Harry comprimiu os olhos, negando com a cabeça.

Louis riu forçado. — Qual é? Você veio torcer por mim ou por eles?

— Por você.

— Se eu for péssimo, você vai sair correndo?

Harry fingiu pensar. — Provavelmente.

— Tomlinson. — Um garoto chamou a alguns metros. — O técnico tá te chamando.

Louis suspirou e qualquer sinal de humor sumiu de seu rosto. — Fique por perto, tá? — falou, baixo, o cenho fortemente franzido, erguendo um dedo na direção da corrente de cruz no pescoço de Harry, um movimento inconsciente, mas recolhendo a mão antes que o tocasse. — Onde vai ficar na arquibancada?

— Uh... — Harry olhou para as cadeiras atrás de Louis e as dezenas de pessoas nelas. — Vou descobrir.

— Tá bom. Te vejo mais tarde. — Louis disse, sem olhar para Harry, e fez menção de ir embora.

Harry segurou a alça da sua bolsa e perguntou naquele tom que ambos conheciam muito bem:

— Pode tentar fazer um gol pra mim?

august (larry's version)Where stories live. Discover now