58 - queimadura de sol

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— Oi. — Harry estava na sua porta, ainda vestido com a bermuda que colocou após chegar da praia e tomar banho, as mãos juntas atrás do corpo, um sorriso tímido no rosto.

— Oi. — Louis respondeu, comprimindo os lábios em uma linha fina ao que se apoiava na porta, esperando que Harry entrasse, mas ele não o fez. Então Louis passou uma mão nervosa pelos cabelos lisos úmidos e os bagunçou levemente, o convidando: — Quer entrar?

— Sim. Muito obrigado pelo convite. — falou, travesso, andando debilmente para dentro do quarto.

Era fim de tarde, estava quente, e o sol poente entrava pela janela e manchava as paredes do quarto de Louis de laranja, tão forte que Harry conseguia ver a sombra dos fios de seu cabelo refletida na porta de madeira que foi fechada.

A Tv estava ligada, mas Harry não sabia o que passava. As hélices de madeira do ventilador giravam e giravam e agitavam o lençol esticado da cama. Harry mordeu o lábio inferior para conter o sorriso, estava tão bem com aquilo que se assentava entre os dois que gritar isso para o mundo lhe pareceu adequado.

Harry cravou seus olhos no peito de Louis quando este se encheu de ar, seguindo-o enquanto o garoto cruzava o quarto para pegar a garrafa de vidro que estava apoiada na mesinha de cabeceira, impedindo que Harry visse o momento que seu peito se esvaziou e possibilitando que ele visse suas costas. Ela estava vermelha, mais do que o que se considera "normal" por ventura.

— Deus, suas costas estão muito vermelhas. — comentou, um vinco surgindo entre as sobrancelhas.

Louis levou a garrafa à boca e tomou alguns goles de água, uma gota despencando do vidro suado e caindo em seu peito. Harry acompanhou sua trajetória com os olhos até que ela se extinguiu no cós da samba canção azul de Louis, e ele teve que fazer uma nota mental: Louis usava apenas a samba canção.

— Eu esqueci de passar protetor nas costas, acredita? — disse, passando as costas da mão na boca para enxugar os lábios molhados e virando-se de costas para Harry novamente ao colocar a garrafa de volta na mesa. — Tá ardendo pra cacete.

— Como alguém se esquece de passar protetor nas costas? — disse, sem nem prestar atenção no que dizia, aproximando-se de Louis e apertando um dedo em suas costas. A pele afundou e, quando Harry tirou o dedo, uma marca branca e redonda estava no lugar, no meio de uma vermelhidão intensa.

— Ai! — Louis chiou, fazendo careta, e Harry pediu desculpas baixinho. — Eu me esqueci. — deu de ombros, se virando para o cacheado e tendo a lateral do rosto atingida pelo laranja do sol. — Não tenho muito costume de olhar para as minhas costas, sabe. — ironizou, erguendo as sobrancelhas de forma impertinente e descendo os olhos para a boca de Harry como de costume antes de lhe dar as costas novamente para pegar outra coisa. — Minha mãe mandou eu passar isso, — ergueu um tubo de loção pós sol. — mas eu não alcanço.

Harry sorriu. — Que cu doce, Tomlinson. — provocou.

— Vai se foder. — Louis mandou, a língua passando pelo interior da bochecha, os dedos do pé estalando contra a madeira, os olhos azuis escurecendo gradativamente.

— Era só ter pedido... — Harry deu de ombros, se fazendo de desentendido.

— Eu não disse que queria-

— Deita. — Harry indicou a cama com a cabeça, pegando o tubo da mão de Louis antes dele obedecer e se deitar de bruços.

— Isso se chama autoritarismo, sabia, Styles? — Louis resmungou, mas logo ficou quieto e bem imóvel ao sentir Harry montando em sua lombar, e logo depois se ajeitando, sentando-se na bunda de Louis.

august (larry's version)Onde histórias criam vida. Descubra agora