perdição - tavin

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Valentina Fortaleza

Já se passaram 5 dias da ligação com meu irmão, eu estou relativamente melhor, tô na fase de ficar brava, o que eu tô puta não é brincadeira viu.

A Luana conseguiu me convencer de ir, foi mais fácil ainda convencer meus pais, até porque eles tem confiança total no Bernardo, meu pai só ficou meio assim porque a gente ia ficar numa casa cheia de desconhecidos, ele chegou até a oferecer pagar nosso hotel por esse mês, mas a gente recusou, acho que vai ser bom interagir com várias pessoas, vai me distrair.

- Lua, você colocou sua raquete de beach tennis na mala né, porque a gente vai arrumar arena pra  jogar lá. - no início de 2023 nós começamos a fazer aula de bt e virou um vício enorme.

- Coloquei sim, tô mal porque a gente vai perder as aulas. - ela disse meio sentida.

- Eu também Lu, mas a gente arruma lugar pra jogar lá. - falei convicta

- Meninas, vamos? Vou levar vocês para o aeroporto. - meu pai aparece no batente da porta e nos chama.

É engraçado ver a Luana passando por ele, porque ela tem seus 1,60 e ele tem 1,95.

•quebra de tempo•

Acabamos de chegar no aeroporto, minha ansiedade começou a bater, não quero ficar longe da minha família todo esse tempo, nós somos muito apegados, mas ao mesmo tempo eu tô morrendo de saudade do meu irmão, faz 4 anos que eu não vejo ele.

Fizemos o chek-in e ficamos esperando nosso voo ser anunciado, depois de um tempo jogando conversa fora com meus pais escutamos o número do nosso voo no alto-falante.

- Tchau pai, eu te amo muito, vou morrer de saudade! - falei abraçando apertado meu pai, enquanto Luana abraçava minha mãe.

- Tchau mãe, te amo muito, vou sempre te mandar atualizações e várias fotos com o Bernardo, vou morrer de saudades. - abracei minha mãe, vai ser difícil ficar longe dela.

Terminamos de nos despedir e entramos no avisão, de Recife pro Rio de Janeiro são 3 horas de duração.

- Tina, me promete uma coisa, aproveita essa viagem por favor! Vamo sair, vamo beber, vamo fazer merda. Lá em Recife você só estuda, foca completamente na escola e na sua rotina, vamo aproveitar por favor, vai ser uma oportunidade única. - Luana disse isso me fazendo refletir.

Eu sempre tive condições muito boas, graças ao meu pai que batalhou e ainda batalha muito para nos manter com esse padrão. E sabendo que ele trabalha tanto pra me fazer feliz eu sinto que estou constantemente devendo algo pra ele, e eu "retribuo" isso nos estudos, nunca tirei uma nota abaixo de oito na escola, e eu estudo feito condenada mesmo.

Meus pais até se preocupam, porque essa cobrança não é normal, já fui pra psicóloga e tudo, mas não adianta.

— Eu prometo Lua, esse imbecil não vai estragar minha férias, que ele e essa namorada dele se enfiem um no cu do outro e explodam. - falei já puta, só de lembrar da situação.

Eu sempre fui muito seletiva, porque sinceramente, eu sou linda né, não tem como. E sempre achei muito legal dar fora em todo mundo, até porque eu acredito que as coisas tem que ser especial, então pra mim não faz sentido ir em uma festa e ficar com cinco caras que eu nunca vi na vida, todos os meninos que eu já beijei ou saí eram importantes pra mim de alguma forma.

Eu fiquei perdida nos meus pensamentos e nem percebi quando cai no sono, acordei com Lua me cutucando.

- Vamo Valentina, dormiu o voo inteiro sua caralha. Me deixou aqui sozinha sem fazer nada. - falou e achei graça, nossa amizade é assim, regada por amor

- Calma porra, nasceu de cinco meses foi, relaxa mulher. - falei já me levantando e ligando o celular, assim que ele ligou e pegou área eu vi que o Bernardo me mandou mensagem a uns 15 minutos falando que já tava no aeroporto com o Thiago e um tal de Tavin.

- Luana, tu que assiste mais essas batalhas de rima, quem é tavin hein, ele veio com o Thiago e o Bernardo buscar a gente.

- Mulher e desde quando eu assisto batalha, o máximo que eu já vi é aquele pau que o Bernardo deu na Anne quando era pirralho. - falou já se estourando de rir, e eu comecei a me estourar junto.

- Aquela batalha é o auge da minha vida, sempre que eu tô triste eu vou lá e assisto pra ficar feliz. - ela concorda com a cabeça ainda rindo, eu já tava chorando de rir.

Quando eu rio muito minha risada começa ficar estranha, e aí a Luana começa a rir mais ainda e aí ela acaba imitando porco sabe.

E aí quando ela imita o porco eu rio mais ainda, e vira um ciclo sem fim.

- Amiga calma, eu vou ficar sem ar, vou fazer xixi na roupa. - falei me recuperando da crise de riso e indo na direção das nossas malas que estavam rodando naquela esteira lá.

Assim que achamos nossas malas fomos saindo em direção a área do aeroporto que pode circular todo mundo, já que na área de desembarque só ficam os passageiros, detalhe, ainda estávamos rindo um pouco.

Assim que saímos eu logo vi meu irmão, foi uma sensação surreal, sai correndo pra abraçar ele, quando abracei ele percebi que ele continuava com o mesmo perfume, e isso me fez cair no choro, eu amo muito ele e fazia muito tempo que eu não o via.

- Bernardo que saudade, eu te amo muito! - falei me afastando dele e percebi que ele chorava também.

- Own, olha ele chorando, manteiguinha derretida. - falou a Luana gastando com ele.

- Cala a boca Luana. - falou se fingindo de bravo mas logo puxou ela pra um abraço também, eles eram bem próximos.

Sai desse transe e logo abracei apertado o Thiago, o que eu sentia falta do meu melhor amigo é brincadeira.

- Oi Tina, que saudades, você tá linda! - ele disse enquanto me abraçava apertado.

- Obrigada Kelbert, o tempo foi bonzinho comigo. - falei enquanto me separava dele.

- Ah tá, e você era feia antes né, beleza. - Luana falou com voz de deboche.

Eu nem tinha me ligado que aquele Tavin tava lá, reencontrar meu irmão e meu melhor amigo, e minha melhor amiga estar comigo me traz muitas lembranças, de quando todos nós íamos pra minha casa de praia e ficávamos o mês de janeiro lá só curtindo.

Depois de uns anos fazendo isso nós tivemos que parar, porque já não dava para os meninos ficarem esse tempo todo lá, a agenda deles é muito corrida.

- Oi Tavin tudo bem? Eu me chamo Valentina, mas pode me chamar de Tina. - falei meio constrangida, não sou muito boa em fazer amizades.

Ele é lindo nossa, é alto e loiro, tem cara de ser gente boa e de ter nossa idade, acho que vamos ser bons amigos.

- Oi Tina, tudo bem sim, o Bmo nunca tinha falado de você pra gente, é um prazer te conhecer. - falou me surpreendendo com um rápido abraço.

Depois disso os meninos falaram que tinham que gravar uma música agora, então iam deixar a gente em casa e depois nós íamos sair pra jantar em algum lugar.