✁𝓙𝓸𝓱𝓷 𝓓𝓸𝓮 𝓾𝓶 𝓵𝓸𝓾𝓬𝓸 𝓭𝓮 𝓪𝓶𝓸𝓻 𓁹

Capítulo 10 • Cicatrizes

John Doe POV

Eu farei do impossível possível para conquistá-la, agora que não preciso esconder dela o meu verdadeiro eu só me resta esperar. Facilita já saber tudo que ela gosta, passei dias a observando antes de fazer o primeiro contato como humano com ela naquela realidade.

Sei que em algum momento ela vai decidir voltar e por mais que eu não queira é preciso pois não sei quanto tempo mais aguentarei por aqui. Suspiro com o pensamento de ter que voltar para aquela realidade miserável onde sou desprezado pela minha espécie, como se muitos daquele vale fossem tão normais, há muitas espécies de demônios espalhados por aquele lugar.

Vou até o quarto da minha amada me pondo na minha forma original para não fazer tanto peso na cama e dessa forma a observo durante toda a noite.

S/n POV

Acordo sentindo minha cabeça doer, sento na cama e me espreguiço tive uns sonhos meio malucos com stalker e realidades. Levanto indo logo fazer minhas higienes, tomo um banho me visto e vou para a cozinha, porém chegando perto escuto uma melodia em assobio.

Espio pela porta e lá está o stalker que dominou meus sonhos, não foi somente um pesadelo. Tudo até aqui realmente está acontecendo, acho que minha ficha está caindo agora.

" venha, fiz seu café" fala de costas para mim.

" Ah...ok" Falo sem graça.

Me sento na mesa e ele põe uma panela com ovo frito na mesma. Pela primeira vez desde que o conheci ele está sem o casaco finalmente mostrando mais pele além de seu pescoço e rosto porém há várias cicatrizes de cortes incluindo umas com formatos de coração oque é bem bizarro. Ele percebe meu olhar para as marcas e sorri.

" fiz todas por você meu amor" fala derrepente me fazendo arregalar os olhos, espero ter escutado errado.

" oque disse?"

" cada corte desse eu fiz pensando em você" fala pondo uma mão atrás da cabeça sorrindo envergonhado.

" Doe você se mutilou?!" Pergunto horrorizada.

" sim, algum problema?" Questiona me olhando com confusão.

" porque fez isso! John meu Deus isso não é certo" Falo me levantando da mesa passando as mãos pelo seu braço de forma involuntária.

" por favor nunca mais faça isso!" Falo segurando a mão dele enquanto olho no fundo de seus olhos.

" se for para você chegar perto de mim desse jeito novamente vale muito a pena além de me dar uma ótima sensação" fala sorrindo olhando para meu aperto em seu braço.

" desculpe" me distancio rapidamente sentando na cadeira novamente.

" me promete que não vai mais se cortar?" Peço sem conseguir olhá-lo nos olhos.

" hm...prometo" ele começa a preparar as coisas em um prato para mim e me entrega.

Ninguém nunca mais fez comida para mim, minha mãe morreu me dando a luz então meu pai trouxe sua amante para casa logo se casando com ela a tornando minha madrasta, subitamente meu pai faleceu em um acidente dentro da nossa casa, não me lembro pois tinha apenas 5 anos assim ficando a mercê da minha madrasta.

Ela me maltratava e me fazia de empregada ainda nessa idade, me sentia a própria cinderela mas como ela era minha única responsável eu dependia dela, vivia de migalhas enquanto ela curtia do bom e do melhor. Quando fiz meus 18 anos e consegui um trabalho sai o mais depressa possível daquela casa porém fui demitida dele um ano depois, então desesperada procurei em todos os cantos vagas até que achei uma nesta cidade estranha.

" não sei se o suco está bom" John me desperta de meus pensamentos, pego o copo e tomo um gole, está um pouco doce demais porém dá para tomar.

" por que não prova?" Pergunto estendendo o copo para ele.

" não posso entrar em contato com coisas líquidas assim, somente sendo mais densa" fala desviando o olhar do meu.

" ah...é mesmo" Falo me lembrando da sua reação a água.

" coma tudo" manda sentando na cadeira do meu lado me encarando.

" vai ficar me olhando?" Pergunto desconfortável.

" sim" sua expressão é de pura serenidade.

Dou de ombros e começo a comer, é desconfortável ter seu olhar sobre mim a cada movimento que eu faço mas depois de um tempo me acostumei. Termino de comer e já lavo todos os pratos enquanto Doe sumiu derrepente, oque ele estará aprontando agora?

Termino e enxugo minhas mãos indo para sala, vejo o ele no sofá com o controle na mão escolhendo um filme. Sento ao seu lado o vendo colocar um de terror "Terrifier", lembro de ter escutado falar que é um filme muito sanguinário.

" não passa nem das 10 da manhã Doe, e já vamos ver esse tipo de coisa?" Pergunto cruzando os braços.

" se quiser pode escolher outra coisa" fala me oferecendo o controle gentilmente.

" não, quer saber, tudo bem" Falo me acomodando melhor no sofá abraçando meus joelhos.

" estou muito feliz por estar aqui com você" ele diz sorrindo me fazendo dar um rapido sorriso também.

Doe se acomoda também, ele olha para o espaço entre nós porém continua onde está, parece está se esforçando para não forçar a barra comigo, isso é legal da parte dele. Aí meu Deus oque que eu estou pensando, preciso de terapia...