Capítulo 25 • Falso humano

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John Doe POV

Volto na dispensa após atender alguns clientes, lá encontro a s/n com suor em sua testa e um semblante pesado. Dou o foda-se para aquela loja, fecho tudo e levo ela em meus braços até o ponto de ônibus, lá junto de algumas pessoas com olhares curiosos esperamos o ônibus. Sento ela no meu colo e pouso sua cabeça em meu peito, a respiração dela está tensa.

Encaro seu rosto perfeito repleto de suor, pego a manga do meu casaco e passo tirando uma boa parte das gotas. Sinto meu coração agonizar pois não sei oque fazer exatamente para que ela melhore, sempre observei os humanos mas nunca interagi muito bem. Desço do ônibus com ela em meus braços, enquanto ando em direção ao apartamento sou parado por uma garota com roupa de garçonete.

" meu Deus, oque houve?" A garota encara a s/n e depois olha para mim.

" quem é você?" Me afasto.

" Desculpe, meu nome é Nanda, atendi vocês uma vez no restaurante da esquina" ela sorri de leve, então me lembro foi no dia em que aquele ser desprezível a assediou.

" a sim, prazer" ela me olha confusa mas logo volta sua atenção para a s/n.

" ela parece muito mal e com muita febre" ela se aproxima devagar pondo uma mão na testa dela.

" você sabe oque fazer quando uma pessoa fica assim?" Pergunto sem graça por tanto tempo tentar agir como humano mas em uma situação tão humana quanto não consigo manter a pose.

" Claro, precisa de ajuda?" Pergunta docemente.

" bem, sim" respondo sem jeito.

" está bem, estou largando agora do meu serviço, para onde vai levá-la" ela ajeita a bolsa em seu ombro e me encara.

" para casa dela é aqui perto"

Andamos alguns metros até chegarmos, minha intenção era levá-la para minha casa mas lá não acho que teria muita coisa que poderia ajudar. Chegamos no apartamento, por sorte a Carmen não está então levo ela para o quarto a deitando na cama.

" fique aqui com ela eu vou pegar um pano molhado para por na testa dela" assinto e ela sai.

" Desculpe não poder ajudá-la direito agora meu amor" me sinto impotente pois nem sequer posso pegar esse pano se não me transformarei.

Limpo novamente seu rosto com o casaco e depois deposito um beijo em sua testa. A Nanda entra com um pano e põe na testa da s/n, ela me diz para procurar alguma caixa de remédios e assim o faço, encontro em uma cômoda e entrego para ela. A cubro e saio do quarto com a garota.

" obrigada, de verdade" sentamos no sofá.

" não a de que, mas olha não me disse seu nome" ela sorri de leve.

" John Doe" Falo rápido.

" hm...John Doe" ela repete de forma pensativa.

" sabe não é muito criativo" fala agora me encarando.

" como?" A olho confuso.

" eu sei oque você é John" fala de forma divertida.

" oque quer dizer?" Uma confusão me toma, mas eu estou disfarçado. Como ela pode saber?

" olha fico feliz por você ser gente boa muitos que encontrei já estavam pirados por conta da constante exclusão" ela se encosta no sofá.

" eu também namoro com um ser de outro mundo, aliás ela é da mesma espécie que você e por saber de vocês não foi difícil te reconhecer no dia em que nos conhecemos" deixo meus ombros antes tensos relaxarem.

" ela já sabe também?" Ela faz um movimento com a cabeça direcionando para o quarto.

" sim" respondo dando um leve sorriso lembrando de quando isso aconteceu.

" bem eu preciso ir se não a Jana vai enlouquecer" associo o nome a sua parceira.

" obrigada novamente" levanto junto com ela a acompanhando até a porta.

" de nada e se ela piorar ou melhorar me fala, aqui anotei meu número pra você" ela me entrega um pequeno pedaço de papel com o número.

" entrarei em contato" sorrio com a gentileza e preocupação dela com a s/n.

" até mais!" Fala acenando enquanto desce as escadas.

Aceno de volta e assim a perco de vista, volto para dentro e tranco a porta. Vou para o quarto e lá encontro a s/n ainda repousando porém com um semblante mais suave, deito do seu lado e acaricio seus cabelos, após uns minutos assim ela começa a acordar.

"An...onde estou?" Pergunta desorientada.

" está em casa meu amor" falo suavemente.

" oque? Mas eu tava no trabalho como vim parar aqui?" Ela tenta se levantar mas eu a impeço.

" não, fique deitada você ainda não está bem" seu olhar encontra o meu.

" oque houve Doe?" Me encara preocupada.

" você acabou adoecendo mais, enquanto eu atendia então resolvi a trazer para casa" acaricio sua bochecha rosada pela febre agora mais baixa.

" mas~" a interrompo pondo um dedo na frente de seus lábios.

" sem mas meu amor, eu não iria deixá-la doente naquele lugar"

" Ok, obrigada Doe" ela sorri levemente e tosse, seu olhar se torna confuso quando toca no pano sobre sua testa.

" esse pano está molhado?"

" sim"

" quem pós isso aqui? Você não pode..."

" encontrei com a Nanda enquanto vínhamos para seu apartamento, ela se ofereceu para me ajudar a cuidar de você mas já foi" Falo sem tirar os olhos dela.

" Nanda?" Seu olhar fica ainda mais confuso.

" sim, lembra daquela garota do restaurante que nos atendeu a uns dias atrás?"

" a sim, eu não sabia o nome dela" ela sorri com a curiosidade cessada.

" como esta se sentindo?"

" um pouco fraca"

" então descanse" dou um beijo em sua bochecha e me levanto para sair do quarto mas sou interrompido pelo aperto de sua mão em meu pulso.

" John...pode, ficar comigo aqui?" Pergunta sem jeito fazendo meu coração acelerar com um êxtase de ela me querer por perto.

Sem falar nada apenas deito ao seu lado a abraçando, passamos algum tempo assim...

✁𝓙𝓸𝓱𝓷 𝓓𝓸𝓮 𝓾𝓶 𝓵𝓸𝓾𝓬𝓸 𝓭𝓮 𝓪𝓶𝓸𝓻 𓁹Where stories live. Discover now