Oitavo Capítulo

480 47 17
                                    


Eita amores, nesse capítulo é só emoção. Boa leitura e COMENTEM sobre o que estão achando, obrigada.

NARRADOR (CAMILA CABELLO)

Nem todo começo são flores, alguns estão predestinados a darem errado assim que os caminhos são entrelaçados, meu relacionamento com Cristian é um grande exemplo disso, sempre tornei algo maquiavélico, sempre fiz questão de colocar um sorriso no rosto e ignorar o que estava acontecendo. Entretanto, sou uma vítima nesse jogo, já minha mãe neste caso... não pode dizer o mesmo. Sunuhe sempre foi uma mulher difícil.

Tive que sair de casa o mais rápido possível, buscava por toda oportunidade que ocasionasse meu sonho, desde muito cedo era determinada com o que queria, assim como meu pai, que infelizmente teve o azar de estar no lugar errado, na hora errada. Era minha maior angústia, sentia falta todos os dias. Só pode dizer que tive o amor fraternal, por conta de meu pai e da minha querida abuelita, Mercedes.

Já da minha mãe, o amor maternal me sufocou. Se é que posso chamar assim.

Minhas dificuldades ofuscaram o que estava bem na minha frente: um relacionamento tóxico. E claro, eu sabia disso tanto quanto qualquer um, mas tinha medo de não conseguir algo melhor (como ele me fazia acreditar, assim como minha mãe), tinha acabado de realizar meu desejo de ter uma casa nova, de morar em outra cidade e de ter conseguido um emprego. Ora, para quem desejava ser livre, eu estava muito presa. E minha verdadeira prisão estava em minha mente, desejava ser quem eu era, mas se prendia demais ao que os outros iriam pensar, ou melhor, ao que minha mãe poderia fazer contra isso.

Lembro muito bem das noites em claro por ter pesadelo toda vez que havia uma tempestade. Isso me lembrava o tempo em que ela me fazia rezar ajoelhada milhares de vezes na chuva, apenas pelo capricho de doutrinar. "vai lavar sua alma" ela dizia. Quem ela acha que é para me impedir de ser quem sou?

Gosto de lembrar da ousadia de Lauren, ela era direta no queria saber. Seu olhar era sereno e avassalador, os olhos mais lindos que já vi.

— ... "camila, você é hétero?

Lá estava a ousadia que eu tanto admirava. Mas lembro de sentir meu corpo inteiro tremer e de não conseguir formular nenhuma palavra sequer, aquela mulher sabia como mexer com meus neurônios.

— Desculpa, acabei sendo direta demais. Te deixei muito desconcertada? — Ela perguntou. Estava preocupada por ter me feito entrar em transe.

— Não, eu... — Busquei seu olhar antes de continuar falando. — Eu não gosto de rótulos.

Falei sussurrando, como se guardasse o segredo mais precioso da terra. Havia algumas pessoas passando na rua, me sentia desconfortável discutindo sobre aquele assunto ali.

— Lauren, se importa de me levar para casa? Gostaria de conversar com mais privacidade.

— Não me importo, se você não se importar em ir de moto. Não costumo vim de carro para o trabalho. — Me ofereceu um sorriso de canto de boca, sabia que eu não me importaria nunca, o problema em questão, era o meu vestido. — Mas se você quiser, posso em ir em casa pegar o carro, não tem problema.

— Não, está tudo bem.

— Tem certeza? Realmente não é problema, mas, tenho um capacete reserva aqui. As vezes dou carona para Hansen.

Concordei com a cabeça. Meu único medo era mostrar a cor da minha calcinha para a cidade inteira, mas por sorte as estradas não estavam muito movimentadas, o trânsito estava tranquilo. Lauren condizia a moto com todo cuidado, evitando aumentar a velocidade, o que me fazia agradecer em silêncio.

— Estamos chegando, mas prefiro te levar em um lugar, você se importa? — Disse ela, quando paramos por conta do semáforo.

— Depende, para onde vai me levar? — Perguntei curiosa.

O Céu Na Terra Where stories live. Discover now