Décimo Capitulo

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O amanhecer na Suíça, poderia ser considerado como o mais mágico. A aurora dava boas-vindas com seus raios solares, adentrando nos campos e reluzindo nas águas, o cheiro da terra recém molhada exalava por toda parte, isso significava que a vinícola havia sido regada. Pessoas passavam e desejavam educadamente um bom dia, a propriedade estava cheia, mas daquele lado, Camila acordava com um sorriso no rosto, determinada a encarar o que estava por vim.

Ao enxergar melhor, agora percebia o quão perto estava de Lauren, os rostos estão próximos, tal como os corpos inconscientemente se moveram um para o outro, a fazendo ter o braço em torno de sua cintura e a perna dela pesando em cima da de Camila. Observou a mulher que estava dormindo profundamente ao seu lado, seu peito subindo e descendo em uma respiração tranquila, era uma cena agradável de se ver.

— Lauren... — Sussurrou baixinho. Lauren despertou-se, atordoada, mas logo sorriu para a mesma. — Eu preciso ir agora. Te vejo mais tarde?

— Claro. — Lauren respondeu. — Posso ao menos fazer nosso café da manhã antes de você ir?

Camila concordou, havia acordado mais cedo do que o combinado. Não havia problema, haveria?

Lauren e Camila se prontificaram em tomar um banho e fazer sua higiene matinal. Poderiam ter feito isso juntas, claro, mas não havia ausência do pudor, queriam se aprofundar no desejo com calma. Seria um passo de cada vez.

Um passo de cada vez.

Em sua mesa, não podia faltar pêssego (era a fruta preferida de Lauren). Camila ajudou pegando alguns utensílios e a partir a fruta no meio, assim como a outra mulher preferia comer. Lauren preparou panquecas americanas de chocolate, a pedido de Camila, que amava a forma tradicional, mas preferia muito mais quando era doce.

— Então passaremos primeiro por Veneza. — Lauren iniciou a conversa.

— E depois? — Camila perguntava empolgada.

— E depois? Depois entramos em um trem e vemos até onde ele pode nos levar. — Não era uma brincadeira, Lauren sempre teve o desejo de fazer algo assim, se Camila estivesse disposta o desejo de realizar, estava concreto.

Depois de comerem, as duas trocaram alguns beijos, antes de parar no hall da entrada. Lauren a abraçou por trás e depositou beijos castos pelo seu ombro. Não queriam se separar, estavam ocupadas demais se derramando em paixão.

— Vai, você precisa ir. Antes que eu mude de ideia e desista de trabalhar hoje. — Disse, Lauren. Que em seguida beijou os lábios da latina, com ternura.

Saíram até a varanda, com intenção de se despedirem de vez, mas o Volvo (X60, de cor preta) estacionado na frente de sua casa chamou atenção. O sorriso que Lauren havia no rosto, se desfez aos poucos. Sua mão, que Camila segurava, foi soltada em um ato impulsivo e inseguro.

O que sente, é ardido, irritadiço e explosivo. O amargo em sua boca é conhecido, mas com novos ares. Ele estava de volta e encarava, refletindo seu olhar perverso na lente dos óculos escuros. Cristian estava encostado, no capô do carro, aparentemente aguardando sua saída.

— Vim te ver, Lauren, mas pelo visto... está ocupada com visitas. — Seu deboche era evidente, a rispidez em sua voz não era oculta. — Não é uma boa hora, irmãzinha?

— Não me dirija a palavra. — Lauren retrucou. — E vá embora, Cristian. Caso tenha esquecido, a sua casa fica do outro lado.

O a mandíbula do homem se enrijeceu, deixando sua raiva ainda mais evidente. Os dentes trincados indicavam o que Lauren conhecia bem, por convivência, estava tendo uma crise de raiva. E dessa vez, ainda mais incontrolável.

O Céu Na Terra Where stories live. Discover now