Capítulo 18

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-Shoto não vai embora.- Digo implorando para ele.- Você é a única pessoa que está fazendo meu tédio sumir.- Ele ri.

-Mia, eu vim para fugir da Momo. Agora eu não preciso mais, certo?- Pois é, a Momo ligou pra ele ontem e acabou que os dois conversaram. Foram muitas horas de conversa. Duas horas de conversa. E eles decidiram conversar pessoalmente agora. Shoto disse que não iria me falar nada da conversa dos dois, que se eu quisesse saber o assunto eu precisaria conversar com o Katsuki. Eu já iria conversar com ele de qualquer forma, mas não custaria me contar sobre os dois.

-Você veio sem me avisar, então o mínimo era ficar até quando eu for embora.- Digo choramingando para ele.

- Você me ama tanto assim?- Ele diz com aquele micro sorriso.

-Lógico, acha eu não amaria meu melhor amigo?- Seu sorriso aumenta e ele coloca sua mão na minha cabeça.

-Relaxa, Mia. Eu só vou conversar com a Momo, eu não vou me mudar para longe onde você não possa ir.

-Mas vai me largar aqui.

-Você nasceu aqui e tem muitos amigos.- Ele diz como se fosse óbvio.

-Mas existe tantos velhos aqui.- Resmungo novamente.

-Você vai voltar rapidinho.- Ele fecha sua bolsa e a coloca nas costas.

-E precisa ir embora agora?- Resmungo implorando pra que ele fique mais um pouco.

Depois que fui pra cidade, aqui não tem o mesmo ar de antes. Tudo continua igual, menos eu. Tipo quando eu cheguei na cidade, tudo parecia um tédio porque não estava acostumada com nada. Hoje eu já posso ir em festas, ir na piscina, ver tv, ficar no meu computador, cozinhar,  sair com meus melhores amigos, e ficar com o Katsuki. Ficar com ele. Era o que eu mais sentia falta

-Vou resolver meu relacionamento de uma vez por todas, e vou conversar com meu pai mais uma vez. Espero que agora dê tudo certo.- Ele me abraça.

-Também quero que dê certo.- Sorrio para ele.- Mas se quiser esperar mais um tempinho...

-Mia!- Ele me repreende. Resmungo rendida.

-Tudo bem, meio a meio. Me manda mensagem quando chegar no aeroporto.- O levo até a porta.

Ele se despede da vovó e vai indo em direção de onde se pega taxi para ir a estação. Sento com a vovó no meio fio e me deito em seu ombro.

-Quer voltar pra casa antes?- Ela quebra o gelo.

-O que? Não mesmo.- Nego com a cabeça.- Por que essa pergunta?- Digo desconfiada.

-Sinto que você só está aqui pra ter uma fuga.- Ela me olha como se já soubesse de tudo que se passa na minha cabeça. E realmente eu queria voltar pra casa, mas ao mesmo tempo eu não queria. Achei que se viesse para meu lar, minha cabeça iria se resolver, mas só consegui entender que me acostumei com a cidade e agora meu conforto está lá.- Pode me falar o que quiser, filha.

-Vovó, eu realmente queria vir para cá.- Suspiro pensando no que falar.- Mas sinto falta de algo. Pela primeira vez aqui na cidade que eu senti tédio, e eu fiz as mesmas coisas de antes. Minha cabeça só se bagunçou ainda mais, e nada se resolveu.

-Não se resolveu porque você fugiu da conversa.- Ela me encara como se estivesse me dando um sermão.- Minha felicidade, é onde está a sua felicidade. Se não está bem aqui, então volte para sua casa.

-Mas esse é o meu lar vovó.- A encaro.

-Filha, essa é sua casa, assim como sua casa lá na cidade. Mas o seu lar está bem ali.- Ela aponta com a cabeça e eu olho para onde seu olhar segue.

𝐌𝐄𝐔 𝐌𝐄𝐈𝐎 𝐈𝐑𝐌𝐀̃𝐎 ~ 𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐠𝐮𝐤𝐨𝐮Where stories live. Discover now