• diecisiete

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Minhas mãos estão suando enquanto me encontro sentada no sofá sem saber o que pode acontecer a partir das próximas horas

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Minhas mãos estão suando enquanto me encontro sentada no sofá sem saber o que pode acontecer a partir das próximas horas. Paco está terminando de se arrumar e eu o espero temerosa, com uma tremedeira espalhada por toda extensão do meu corpo e ao mesmo tempo diversas possibilidades acoplam o meu pensamento, da mais desastrosa a mais tênue.

Ouço o pisar forte do homem enquanto desce as escadas, vestido casualmente como sempre com uma camisa branca e uma bermuda bege, está e com o cabelo molhado um pouco grudado na testa, e vê-lo ali faz com que meus demônios internos finalmente se acalmem e eu enfim possa respirar levemente ao menos por um instante.

— Você está com medo? – questiona se aproximando de mim e sentando-se ao meu lado — Eu queria estar forte pra você, mas confesso que estou totalmente apavorado.

— Não é uma situação fácil, então é normal que até mesmo você não esteja forte e confiante agora.

— Seus pais são minha maior preocupação obviamente, são quase trinta anos de amizade que podem ser rompidos hoje – fala com o cenho franzido e um medo aparente — Mas além deles, tem todos os habitantes dessa cidade. Eles me conhecem desde sempre, e também a conhecem, sabem que sou seu padrinho e isso vai ser um escândalo.

— Eu sei – afirmo, sem saber onde buscar palavras para conforta-lo, pois sei que é exatamente isso que vai acontecer.

— Está na hora de irmos – exclama levantando-se e me estendendo a mão, e de forma instintiva eu imediatamente a pego e me levando em seguida.

Saímos juntos da casa do espanhol, e como toda vez ele me ajuda a subir em sua caminhonete e fecha a porta assim que o faço. Em seguida se dirige até o banco carona, ajeitamos nossos cintos e o homem da partida com o carro, percorremos o caminho em silêncio apenas com o som da rádio local ecoando pelo espaço.

Quando menos se espera o automóvel já estaciona na frente da minha casa, fecho os olhos e respiro fundo, quando os abro encontro o olhar do europeu sob mim. Nos entreolhamos numa forma silenciosa de demonstrar apoio um para o outro, e então o homem sai do carro e quando menos espero ele já está abrindo a porta do banco carona e me ajudando a descer da caminhonete.

Caminhamos lado a lado até a porta da residência, e antes que eu possa desistir viro a maçaneta e me adentro no espaço.
Meus pais estão na sala, e dirigem seu olhar a nós de forma imediata, meu ventre se contrai e um medo estrondoso vem ainda mais forte sob mim.

— Ainda bem que chegou minha filha – exclama meu pai levantando-se e vindo até nós — Onde a encontrou Paco?

— Ela estava comigo o tempo todo, compadre.

Em seguida minha mãe se levanta e em passos lentos se aproxima de nós também.

— E tem coragem de dizer isso com tanta naturalidade? – questiona a matriarca.

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