STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●

(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Contraste.

O EXTENSO CÔMODO FEITO completamente de madeira parecia ser usado como uma espécie de auditório para toda a comunidade de Alexandria, visto que agora eu me encontrava exatamente de frente para uma bancada denominada "O Conselho".

Uma mesa de madeira muito comprida servia como um balcão de júri. Do outro lado, um grupo de pessoas sentadas em suas cadeiras me ouviam e me encaravam como se devessem realmente julgar as minhas ações, apesar de eu não estar ali para alimentar um pedido de desculpas.

Algumas daquelas pessoas que compunham aquele Conselho não eram conhecidas por mim, contudo, pessoas como Laura, Michonne, Aaron e Siddq – também presentes na mesa – me eram familiares há muitos anos. Assim como Gabriel, aquele que se sentava no centro e parecia ser realmente o líder do Conselho no momento.

— Você faz ideia de como foi imprudente se infiltrar no acampamento daquelas pessoas? — Gabriel questionou para mim com seriedade depois que eu encerrei todas as minhas explicações sobre os fatos ocorridos nos últimos dias.

— Esse não é o ponto. — Daryl rebateu com o seu tom de voz mais irritado e um rosto ameaçador que acabou fazendo o padre apertar os seus lábios e levantar os seus ombros como se soubesse o quanto aquilo seria difícil.

Acabei olhando para o caçador ao meu lado demonstrando um sorriso confiante enquanto ainda mantinha a minha mão perfeitamente enfaixada pendurada em uma tipoia macia disponibilizada por Siddiq anteriormente.

Agradeci a sua defesa com um olhar bastante sugestivo, mas mostrei que eu não precisaria que ele me defendesse diante daquela situação. Afinal, eu estava acostumada com tribunais.

O Dixon lançou um dos seus longos olhares preocupados em minha direção como se precisasse engolir a própria raiva junto a um longo gole de inquietação. E eu me virei novamente para o Conselho diante de mim, já que nós dois nos mantínhamos lado a lado no centro do cômodo.

— O meu pai morreu há anos atrás, Gabriel. — Respondi em um tom bastante sério, apesar de manter o sorriso sarcástico em meu rosto. — Não preciso de um novo agora, mas obrigada. — Debochei da sua colocação. — Não existe meios de mudar o passado, mas existem escolhas para enfrentarmos o futuro e é exatamente isso o que estamos buscando aqui. Não preciso da obviedade de ninguém. — Reclamei sacudindo a minha cabeça em negativa.

Gabriel deixou o seu corpo mais ereto naquela cadeira, mostrando-se incomodado com as minhas palavras, mas foi a vez de Aaron mover-se de modo mais enfático, estando sentado ao lado do padre naquela mesa.

— Não precisa da nossa obviedade, mas nós precisamos entender: o que motivou tudo isso exatamente? — O outro questionou enquanto apoiava a sua mão mecânica sobre a mesa diante de si e me encarou com olhos preocupados, apesar de bem mais brandos do que Gabriel.

— Benevolência. — Dei de ombros e franzi os lábios como se fosse óbvio. — Eu encontrei uma pessoa que estava sofrendo e precisava de ajuda. E eu decidi oferecer essa ajuda porque a minha natureza preza por isso. Foi exatamente o que eu fiz: eu não me traí. — Expliquei com mais ênfase e certeza.