STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●

(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ O mundo antes.

OS MEUS OLHOS INTERESSADOS miraram a porta branca assim que os meus pés tocaram o primeiro corredor do segundo andar. 

Ali, aonde as crianças mais novas se dividiam por cômodos, separados por portas adjacentes, o meu destino quase ansioso me guiava em direção ao quarto da menina de onze anos, recém chegada da sua viagem entre Hilltop e Oceanside.

Judith não havia demonstrado muita coisa além de saudade quando chegou. Os lábios finos em seu rosto coberto por sardas esboçaram um sorriso modesto para todos nós quando nos abraçou, exatamente como ela sempre fazia, mas alguma coisa em seus olhos castanhos adoráveis me denunciaram uma tristeza compreensível.

Talvez fosse o meu instinto materno, porém, eu sentia a profundidade do seu incômodo através das palavras curtas, assim como o temor nervoso durante a longa conversa que ela se disponibilizou a ter com o seu irmão mais novo nas horas seguintes a sua chegada – para explicar os motivos da mãe não ter voltado junto com a caravana; e nos deixando ansiosos, sentados nos degraus daquela escada principal enquanto esperávamos o momento entre Grimes.

Com o cair da tarde, recebemos a visita dos nossos amigos de Hilltop, que ainda se instalavam em Alexandria, na busca dos materiais solicitados por Eugene.

Agora, todos eles – Jerry, Magna, Connie e Kelly – estavam muito bem recebidos no nosso andar térreo. Confortáveis o suficiente para até mesmo se disponibilizarem a fazer o jantar, já que Jerry se gabou dos seus dons culinários algumas vezes.

Enquanto o cheiro salgado de molho invadia a casa completamente como um restaurante, eu aproveitei a confraternização simples em nossa cozinha para simplesmente me distanciar dos convidados e subir até aquele segundo andar. Até o quarto da garota que ainda não havia descido e, então, parei diante da porta assombreada com o meu coração apertado.

Se para nós, os adultos responsáveis da comunidade, a partida de Michonne já se tornava um momento sombrio e assustador, imagina para alguém como eles? Aqueles que a amavam e a veneravam como uma verdadeira mãe. 

Não era surpresa alguma que a pequena "Bravinha" ainda estivesse reclusa em seu quarto desde quando voltou, apesar de não demonstrar tanto os seus sentimentos e emoções com facilidade.

Dobrei o meu dedo indicador e bati com o ossinho contra a madeira para fazer um som tímido. De início, acreditei que eu nem ao menos seria ouvida, mas para a minha surpresa, a voz educada de Judith surgiu abafada do outro lado, me pedindo para entrar.

Girei a maçaneta escura e afastei a porta branca com um empurrão quase animado. Esbocei um mínimo sorriso simpático, como se estivesse a vendo pela primeira vez depois de um longo tempo, e tentei parecer entusiasmada quando entrei no ambiente do seu quarto.

O cômodo coberto por tons terrosos entre o verde claro, bege e marrom, estava mergulhado na sombria iluminação de lâmpadas a óleo de cor sépia, transformando o cenário em algo aconchegante e bastante calmo, o que era um ponto bastante positivo.