8 REBECA

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O resto da semana passa tranquilamente e finalmente chega a sexta-feira. Eu acordo com o celular apitando ao lado da mesinha. Eu me espreguiço lentamente e abro os olhos para desligar o alarme

— Vontade de faltar — Lilian fala com a cara no travesseiro e eu solto uma risada ainda meio rouca de sono

Levanto e pego minha minhas coisas para ir ao banheiro antes que uma fila se formasse. Tomo um banho e lavo meus cabelos, hoje seria dia de finalizá-lo. Quando saio do chuveiro já vejo umas meninas se arrastando também indo tomar banho. Escovo os dentes e passo um gloss vermlho vinho. Resolvo fazer um delineado branco, iria combinar com a roupa. Quando eu termino, o banheiro já estava meio cheio, por isso junto minhas coisas e saio dando de cara com Marcela

—  Añ — Marcela fala sem jeito — Bom dia

— Bom dia — eu respondo

Nos não tínhamos mais nos falado desde aquela dia e o aviso de Lilian não saiu da minha mente

— Ei Rebeca — Marcela fala quando eu começo a sair e eu paro a olhando — Eu não queria que ficasse um clima estranho entre a gente depois daquele dia

Eu arqueio minha sobrancelha pra ela

— Não vai ficar clima nenhum — eu falo — somos adultas Marcela, não estamos mais na escola

Marcela torce as mãos de um jeito nervoso

— Eu só não quero que você pense mal de mim, desculpe

Eu olho pra ela fixamente. O típico discurso da mulher boazinha. Tantas desculpas, pra que? Marcela parecia ser do tipo de pessoa que queria agradar a todos e parecia ligar muito para o que as pessoas pensam dela. E fazia um esforço para todos gostarem dela

Exatamente o tipo de pessoa que eu não gostava

— Olha Marcela nos conhecemos a menos de uma semana, não precisa de tudo isso — eu falo — cada uma fica no seu canto e está bom pra mim

Eu saio sem esperar por uma resposta e volto ao quarto que estava vazio. Me sento na cama e começo a finalizar o cabelo, eu não pegava mecha por mecha tinha muita preguiça pra isso. Quando eu termino eu me olho no espelho. Eu estava linda. Pego minha mochila e meu celular e saio do quarto, o trancando em seguida

Chego ao refeitório e vou direto ao café. Pego um copo e o encho. Tomo um longo gole sentindo a cafeína preencher meu corpo

— Amante de café? — um cara alto e loiro pergunta aparecendo ao meu lado

— Sim — eu respondo — não consigo viver sem isso, virou um vício

— Eu entendo — ele fala e enche um copo ainda maior de café que o meu — Eu não consigo iniciar o dia sem ele... an moça? - ele pergunta me olhando enquanto toma um gole de café

— Rebeca — eu respondo e o cara se engasga de leve e eu arregalo os olhos

— Ei! — eu falo e ele coloca o copo na bancada tossindo até se acalmar colocando a mão no peito — que reação estranha

— Nada, é um nome bonito só isso — ele fala sorrindo simpático — Eu sou Gabriel, prazer

Gabriel se vestia de uma forma bem formal, usava uma camisa branca social e calças pretas sociais. Também usava um sapato social preto. Ele era bem bonito, mas parecia faltar alguma coisa. Uma tatuagem cairia bem naquele braço...

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