Estagio de Hora: 19;22

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Esbranquiçada luz semelhante à pele de uma cortesã do oriente, clareou apenas em um relâmpago e a chuva mudou de curso violentamente, as paredes sofreram impacto quanto a sonoridade vinda dos céus conduziu a primeira manifestação. Olhares solitários se dispersaram entre os cômodos e o relógio marcou dezoito e dezessete, o começo do início e final foi sussurrado antes do minuto.




Refletindo como espelhos,

Um olhar vigilante pouco descrito, apresentou aos cômodos da sala um deslumbre esverdeado do que poderia ter dentro de sua alma mórbida.

Aiko escutava com clareza o som dos grilos, da água escorrendo entre as pedras e da grama sendo molhada, a intensidade do vento e a respiração dos humanos. A desvida aos seus pés, cheirava a sofrimento, era um corpo cheio de retalhos e hematomas que não parecia ainda possuir feições para esbanjar desventuras.


– Prolixo.


Aiko agachou-se no chão e empurrou levemente o ombro de Laito e o fez sair de cima do carpete, nada aconteceu, apenas expôs o que muitos teriam pavor. O corpo flagelado com cortes e uma desproporcional cicatriz no dorso. Ela cerrou cenho ao recordar do semblante limpo do primo, a vaidade dele incomparável e a maneira impecável que sempre se dedicava a ficar, o cárcere havia destruído um dos pilares mais estimados de Laito, a beleza eterna. Não conseguia sentir empatia e nem tristeza, a forma estranha como imerso se encontrava parecia que era uma estiagem do que havia presenciado, que Aiko se levantou do chão e aceitou que deveria deixar como estava. Laito não possuía mais adão, tinha apenas se tornado uma criatura sem risco de perseguição, não existia mais nada nele que a ameaçasse.


Ele jamais acordaria.


A janela entreaberta bateu e o vento gélido conduziu a cortina brevemente, fazendo com a imagem longe se apresentasse aos olhos de Aiko, o céu cinza e de nuvens que cercavam as grandes cordilheiras chamou a atenção.


– Uma tempestade que não desaparecerá,se forma no meu peito. – frisou ela recolhendo os ombros, era a frase do poema que mais coincide com a situação atual.


Entre a ponta de seus dedos um toque envolveu suas mãos, não se tratava de um espelho e sim de uma viva sensação, Kanato havia a encontrado, um lapso de consciência a fez ofegar e sair de sua imersa verdadeira forma. Consciente, Aiko escutou cair aos seus pés o que minutos atrás estava em outra dimensão, desconexo, aquilo não tinha uma razão para estar ali.


Dando um passo para trás ela olhou para os familiares e para o grão sobre o carpete.


Frue...–Iniciou um familiar tentando se aproximar de Aiko.


– Isso não é algo agradável de se lidar.– Completou a outra sombra.– Mas eu lhe avisei para não pensar muito neles.


Aiko pôs as mãos no rosto e o massageou até o deixar vermelho, ela não tinha unhas para morder e não tinha mais coragem de se lamentar, não tinha em que descontar. Ela pegou a semente em mãos e as uniu em forma de concha, entre sua pele a pequena semente virou um simples amontoado de pó que desapareceu em seguida.


– Eu não vou lidar com isso.– Assegurou ela olhando para cada um dos quatro familiares.– Laito não é adão.– completou o levantou do chão e o colocou na poltrona. – O estado dele é terrível.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora