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Mabi.

Gente, mas que loucura? Que caos é esse?

Acordei com meu celular gritando. Não tava entendendo nada. Levantei da cama em um pulo procurando o mesmo. Para no final, achar ele de baixo do meu travesseiro. WTF?

Peguei o mesmo e era Gabi me ligando. Caraca, acabou com minha vibe de dormir.

Ligação on.

Mabi: eu espero do fundo do meu coração que seja urgente. - resmunguei.

Gabi: caraca Mabi, até agora dormindo? - riu.

Mabi: velho, tu viu a hora que chegamos né? Qual foi, Gabi. Vai dormir. - choraminguei.

Gabi: se arruma, tô passando aí. - desligou o telefone na minha cara.

Onde desliga essa garota? Eu só queria dormir.

Me levantei arrastando. Sem forças pra nada, o álcool nem tinha saído por inteiro do meu organismo.

Parti pra dentro do banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho ligeiro. Fiz minhas higienes e saí enrolada na toalha.

Procurei uma roupa qualquer, esse calorão do RJ era pancada.

Luisa: vai pra onde, senhorita? - mamãe chegou, toda animada.

Eu: aí mamãe. - suspirei. - Gabi não dá um intervalo.

Luisa: ali tem jeito não - riu e o interfone tocou. - deve ser ela, vou lá atender. - concordei.

Apesar de morar em apartamento, já moramos no alemão. Babadeiro demais. Amo de coração.

Mas rolou umas conversa fiada, e minha mãe num quis mais ficar lá. Fazer o que né? Sou carrapatinho da coroa.

Meu pai? Nunca nem vi. E nem faço questão também.

Gabi é minha amiga, antiga mesmo. A única.

Irmã de FP, ah, o cara era um maldito. Usou, abusou e jogou fora. Era gamada no garoto, mas peguei um ranço. Tem 3 funcking anos que não o vejo. Odeio com minha força total.

Gabi: tá viajando na maionese, piranha? - estalou os dedos. Encarei ela, revirando os olhos.

Eu: mano, me deixa. - bufei.

Gabi: festinha lá em casa. - se jogou na cama e eu encarei ela.

Eu: só pode tá zoando. - cruzei os braços, encarando ela. A mesma levantou a cabeça e me olhou óbvia. - não vou.

Gabi: coe Mabi. - sentou na cama. - até tia Luísa vai. - olhei minha mãe aparecendo na porta.

Eu: então vão. - passou um filme na minha mente, só pode tá de sacanagem.

Luisa: para com isso, filha. - tentou e eu neguei.

Gabi: agora pronto. - começou a ficar estressada, encarei ela. - po amiga, é passado e tu tá ligada.

Eu: ele me sacaneou, Gabriela. - falei, tentando manter a calma. - tu acha mesmo? Fiquei 3 anos evitando o cara, pra do nada aparecer na casa dele como se NADA tivesse acontecido. - ri nervosa.

Gabi; não é assim que funciona. - falou mais baixo, me encarando. - a casa é da minha mãe e ela quer você lá. Se eu soubesse que ia ser essa baixaria, tinha falado pra ela vir. - resmungou.

[...]

Eu: ainda acho uma má ideia. - falei estressadíssima.

Luisa: aquieta teu facho. - falou seria. Fiquei calada.

Sabe, quando seu consciente tá gritando? Era o meu, nesse exato momentinho. Que merda eu tava na cabeça de aceitar vir aqui?

Meu coração parecia que a qualquer momento, ia parar.

Apesar de tudo, eu e Fp tínhamos uma história mal resolvida. Descobri várias coisas, e invés de tirar tudo a limpo, sumi da vida dele. Me afastei de todos que tinha contato. Menos Gabi. Ela sempre esteve comigo, e entendia meu lado. Mas isso agora? Eu não entendo cara. Não mesmo.

A cada rua que passávamos, me passava um flash back do caralho. Eu e ele correndo pelas vielas, rindo, felizes.

Neguei com a cabeça, caindo em si.

Só me fez mal.

Eu que não caio mais no papo furados desses moleques.

Chegamos na casa da tia Helô. Caraca, muita gente.

Tinha esquecido como o pessoal amava ela. Aquele lugar, era o meu lar. E eu passei esses anos todo distante deles.

Respirei fundo, mantendo a classe.

Se tem uma coisa que eu aprendi bem, foi a ter classe, tá maluco, nota 1000 pra mim.

Gabi: tudo bem? - me cutucou, ajeitando sua roupa. Olhei pra mesma e sorri.

Eu: vai ficar. - ela riu e concordou.

Adentramos na casa. Tudo muito lindo, nossa.

Gabi: mãe, chegamos. Quase que não chegava, mais deu tudo certo. - riu.

Helô: porra, como tu cresceu. - me abraçou e Gabi fez careta.

Gabi: meu Deus, nem me ama mais. - fez bico.

Helô: ai filha, te vi hoje. - riu, beijando o topo da cabeça de Gabi. - ver Mabi é um evento raro. - fala aí, minha casca de bala. - abraçou minha mãe e eu ri.

Mabi, 20 anos.

Sempre foi você.Where stories live. Discover now