73.

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Fp.

Dias depois.

Os dias se passavam voando. Já tinha passado até do tempo pra poder fazer o bagulho pra sair da favela.

Arreguei né pô, sou homem mas fiquei cabreiro com esse bagulho.

Vt: tu tá ligado que vão te chamar lá né? - acendeu o cigarro e tragou o mesmo.

Eu: pois deixe chamar, meu mano. Não vou jogar tudo pra cima não, tenho família agora. - falei sério. Tô nem ficando doido.

Vt: to ligado pô, e tu tá certinho mermo. - concordei. - to ligado que tu foi na pureza, mas esse bagulho ia dá certo não, ia viver mais fugido do que sendo o patrão. - fez uma cara feia.

Eu: aê porra. - bati palmas. - essa porra aí mermo que eu tava querendo explicar. - ele riu. - melhor ficar tranquilin aqui mermo.

Ficamos proseando, e logo saímos pra cobrar uns mano que tinha tempo que não dava o ar das graças, eu ficava puto com essas parada.

[..]

Rato: aê patrão, o Dadin tá querendo trocar ideia contigo. - falou no radinho. Vt me encarou e bufou.

Eu: libera, irmão. - respondi. - que porra é? - olhei VT.

Vt: ah irmão, deve ser porque tu num deu a palavra final né. - deu de ombros. - ele deu os dias lá, e tu nem falou que desistiu.

Bufei pensativo.

Espero que não dê merda. Tô querendo um pouco de paz.

Subi pra boca, e quando cheguei lá, Dadin já tava com a tropa.

Cumprimentei o mesmo e entramos na sala.

Dadin: tu sumiu, irmão. - sentou na cadeira a minha frente.

Eu: pô, tava resolvendo as parada. Muita gente achando que tá bagunçado. - ele me observou.

Dadin tinha bem seus 40 e poucos anos. Era o chefe da facção. Resolvia só parada braba mermo.

Ele e mais uns outros coroa. O mesmo que ficou de saber se eu iria cumprir a meta.

Dadin: tô ligado, tô ligado. - tragou seu cigarro. - meta batida ou deu pra trás? - me olhou.

Eu: tu já tava ligado né? - encarei ele, que deu um sorriso de lado, permanecendo calado.

Dadin: pô Fp, tô nessa caminhada não é de hoje. - começou e eu continuei encarando. - todo mundo sabe que pra sair desse mundão, não é fácil. Tu tem família, porra.

Bufei.

Maluco fez tudo calculado. Bagulho era que eles não queriam me deixar sair desse caralho todo.

Eu: vocês tão ligado que não manda em mim né? - falei pensativo.

Dadin: ninguém tá falando isso. - disse despreocupado. - tu tá ligado que quando entra, não vai abandonar o barco. - me olhou. - melhor ficar de boa, meu caro. Assim ninguém sai machucado. - franzi o cenho.

Eu: aê Dadin, já deu. - cortei. - era isso que vocês queriam mermo. Então tô aqui ainda. - faleie estressando, o mesmo riu fraco. - só quero proteger os meus.

Dadin: nunca tivemos desavenças, meu querido. - se levantou, ajeitando seu terno. - é por isso que tu é meus olhos, Fp. Tu é demais. - olhei pro mesmo desconfiado.

Eu: vou nem te dá confiança, coroa. - fiz careta e o mesmo riu.

Dadin: bem vindo novamente. - fizemos um toque.

[..]

Nada tirava da minha cabeça aquele bagulho.

Dadin parecia doido. Nem era bom confiar.

Mabi: tudo bem, amor? - se aproximou, fazendo massagem nos meus ombros.

Eu: tranquilo, gata. - beijei a palma de sua mão. - só uns bagulho, mais tudo na calmaria.

Mabi: resolveu com a facção? - me olhou.

Eu: o mano teve ai. - ela me olhou confusa. - foi tudo planejado, já sabiam que eu não ia colocar tudo a perder. Não queriam que eu saísse desse vida. - respirei fundo e a mesma ficou calada.

Mabi: só quero nossos filhos bem. - falou baixo e eu olhei pra mesma.

Eu: sempre vão estar. - puxei a mesma pro meu lado.

Sempre foi você.Onde histórias criam vida. Descubra agora