7.

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Mabi.

Algumas semanas depois...

Voltei a estudar. A faculdade está em recesso.

Eu faço curso de contabilidade. Gosto de matemática? Não. Mas faço só pra agradar minha mãe. Ahahhaha

Estava saindo da faculdade conversando com algumas colegas, quando avisto um carrão estacionado. As garotas cochichando, foquei meu olhar e vi ele ali. Encostado no carro, com as mãos no bolso da bermuda jeans. Uma polo preta, e tênis. Gente, que homem lindo. O mesmo acenou e deu um sorriso descarado.

Revirei os olhos, e fui até o mesmo. Inventa demais.

Eu: qual foi a sua? - empurrei o mesmo devagar.

Fp: tô gato, fala aí. - se gabou e eu bufei.

Eu: tá fazendo o que aqui, Felipe? - encarei ele.

Fp: vim te buscar. - deu de ombros.

O pessoal tudo olhando, as meninas pareciam que ia se jogar no menino. Aí que raiva.

Eu: que nada, veio querer atiçar as paty. - ele riu.

Fp; ciúmes, jogadora? - me olhou divertido.

Mandei dedo pro mesmo e adentrei no carro.

Esse homem sabia me estressar.

Ele entrou rindo, e deu partida.

[..]

Fp: quer almoçar aonde? - me olhou curioso. Observei ele e arqueei a sobrancelha.

Eu: pode ser naquele restaurante que a gente sempre ia. - sorri de lado.

Ele me analisou, concordou e ficou calado.

Que loucura.

3 anos sem contato, em um rolezinho qualquer, cá estamos nós.

Passei a mão no rosto. Que merda eu tava fazendo, gente? Não era pra ser assim.

A cada minuto que o carro se aproximava do nosso local que gostávamos, meu coração parecia que ia explodir.

Suspirei, tentando manter o controle. Mas tava impossível.

Fp mudou da noite pro dia.

E o que vt tinha falado, começou a martelar na minha consciência.

Eu: qual é a sua intenção? - falei olhando pra estrada. - disso tudo. Qual a sua intenção, e porque você tá fazendo isso tudo pra me agradar?

Eu podia estar ficando louca? Sim. Mas eu não iria guardar essa dúvida pra mim.

Fp: não tô entendendo. - me olhou. O mesmo estacionou o carro.

Eu: para disso. Você tá entendendo sim. - falei cansada.

Fp: eu só pedi para sermos amigos. - encarei ele. Impossível. Ri de nervoso. - tô falando sério, louca.

Eu: e eu te conheci ontem mesmo. - ele me olhou de relance, a respiração dele agora estava ficando acelerada.

Fp: Mabi, vamos almoçar. - desconversou descendo do carro.

Eu tava pra surtar, mas respirei fundo e desci do carro.

Vi a faixada do restaurante. Eu amava ali.

Meus melhores momentos com Fp, foram ali. Caraca, um filme passou pela minha cabeça. Era como se eu estivesse tendo um djavu.

Fp: tá passando mal? - olhei pra ele confusa. - ué, tá com mó cara de doente.

Eu: aí menino, me deixa. - resmunguei rindo e adentramos.

Fizemos nossos pedidos e ficamos jogando conversa fora.

Os pedidos chegaram, comemos e fizemos palhaçadas.

Que date maravilhoso. Que dia incrível.

Fp: o que você fez nesses 3 anos? - falou em tom curioso.

Eu: de começo, sofri. - ri pelo nariz. - estudei, curti muito. - falei dando de ombros. - mas e você? Nunca que tinha imaginado você... é... vamos dizer que patrão. - ele riu.

Fp: qual foi po - ele se espreguiçou. - tu tá ligada que eu sou ambicioso. Gosto da vida boa. - neguei. - não era isso que eu queria, mas foi o mais fácil que eu consegui. - suspirei. - relaxa, a vida é assim mesmo.

Eu: tu sabe que não precisava disso. - ele me olhou.

Fp: anão Mabi. - respirou fundo. - não vem com sermão. Tu nem sabe o que eu passei nesses 3 anos. Você me largou sem nem dizer o que pegou. Tu tá achando que só porque sou homem não tenho direito de sofrer? De me revoltar? Tu achou que eu ia ficar lá sentado chupando dedo esperando você voltar? - ele falou, nitidamente estressado e chateado.

Dava pra sentir o tom de chateação nas falas dele. Eu encarava ele atentamente. Não tive reação.

Ele negou, respirando fundo e levantou. O mesmo foi até o caixa e pagou nosso almoço.

Gente, ele sofreu? E tá sofrendo ainda? Quanto rancor.

3 anos guardando esse ódio no coração.

Fp: vamos. - apareceu, e sorriu de lado.

Apenas concordei e me levantei, acompanhando o mesmo até o carro.

Sempre foi você.Where stories live. Discover now