2.

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Mabi.

O pagodinho tava gostoso.

Cheio de gente bonita. De onde saiu tanta gente bonita nessa favela?

Hahahaha.

Eu tava dançando, tomando uma cervejinha e comendo umas carnes. Adoro. Uma delícia curtir assim. Vibe da hora.

Gabi: vai me dando corda, que rapidinho eu tô batendo na sua portaaaaa. - cantou gritando.

Eu: a gente brinca de se apega e não se solta, depois não tem volta, pensa na proposta. - cantarolei, sentindo a música na alma.

Eu amava menos é mais, as músicas eram ótimas.

Fp: caraca, a morena representa. - senti um calafrio, travei, mas mantive a pose.

Gabi por um lado, parecia ter visto o Satanás, eu ri por dentro, mas por fora, eu tava quase gritando.

Gabi: sai fora, fp. - falou seria.

Fp: não vai me apresentar? - sua voz rouca, seu cheiro maravilhoso, pelo o amor de Deus.

Eu: já nos conhecemos. - virei, olhando para aqueles olhos. Malditos olhos. O coração parecia que ia soltar.

Ô caralho.

Fp parecia ter visto 10 carro de polícia na sua frente. O homem ficou mudo, respirou fundo e negou.

Gabi: climao em, vamo lá na minha mãe, Mabi. - me puxou.

Fp: como tu tem a cara de pau de aparecer aqui? - falou sério. Parecia ter raciocinado agora.

Ergui minha sobrancelha, sem entender nada.

Foi isso mesmo que ele me perguntou? Anão.

Eu: cara de pau? Me poupe. - fiz cara de desdém.

Eu sabia que ele não era mais um aviãozinho, e nenhum menorzin do corre. Fp tinha virado dono da favela. Perigoso. Procurado. Mas eu tava pouco me importando, quem ele pensa que era pra falar daquele jeito comigo?

Fp: te poupar de que, garota? Tu sai sentando pra todos e ainda aparece aqui? Perdeu o medo de morrer? - segurou meu braço com força. Gente? O que aconteceu?

Nessa hora, todos. Eu digo todos, sem nenhuma exceção, olhava para nós.

Que vergonha.

Eu não vim aqui pra passar isso.

Puxei meu braço com força, sentindo o mesmo arder. E dei um tapa servido no braço dele.

Eu: eu nunca, repito, nunca te dei ousadia pra falar um absurdo desse pra mim. - falei séria, ríspida. Que ódio desse ridículo. - seja lá qual foi a história que inventaram, estão de parabéns, foi com sucesso. - debochei. - não chega mais perto de mim, você se tornou um ridículo.

Fp: tu pensa que é quem, caralho? - alterou.

Luisa: abaixa o tom de voz pra falar com minha filha. - minha mãe apareceu invocada. - vem de showzinho na frente dos outros não, mantém postura, caralho.

Fp abaixou a cabeça. Tendi nada em?

O local que o viado apertou, estava bem vermelho e doendo.

Que nojo desse babaca. Como um dia eu pude amar um boboca desse?

Sai dali pisando fundo.

Eu sabia que não devia ter vindo nessa buçanga.

[..]

Gabi.

Eu: a postura tu enfiou no boga e saiu voando né, carniça? - dei um empurraozinho no meu irmao. Vacila muito.

Fp: qual foi, porra? - falou todo cheio de marra, revirei os olhos.

Eu: brinca mais que a brincadeira. Tá maluco, Fp? - encarei ele. - se tu tem assunto mal resolvido, chama no canto e conversa, fica dando esses mole não. Feiao.

Fp: extrapolei, tô ligado po. - passou a mão no rosto. - lembrei das parada.

Eu: que parada o que fp, tu pintava e bordava e acha que tá no direito de alguma coisa. - ele me encarou.

Fp: pintei e bordei o que, carai? Tá viajando nas ideia? - falou sério.

Eu: ué, foi as ideia que deram pra Mabi. - dei de ombros.

Fp: então saiu dois papo. - olhei pra ele curiosa.

Eu: tá doido? - falei obvia.

Fp: tô dando ideia, espiga de milho. - dei dedo. - me passaram uma visão. Por isso eu perdi a linha.

Eu: to tendendo mais nada. - ele me contou tudo. - ué, e falaram pra ela que tu pegava era todo mundo.

Fp: bando de Zé povim. - falou doido da cabeça.

Gabi, 21.

Sempre foi você.Where stories live. Discover now