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Tocar a campainha foi uma tarefa difícil, Jungkook estava com medo do que o esperava dentro daquela casa onde cresceu.

Yoongi queria ficar com ele, dizia que precisava vigia-lo, mas Jungkook o mandou embora, ficando apenas o ômega com as malas em frente ao portão tão conhecido.

Portão esse que foi aberto por uma senhora beta perto dos cinquenta anos. Jungkook esperava receber xingamentos, palavras como "eu te avisei" ou o portão ser fechado na sua cara, sempre o pior cenário, mas o que aconteceu foi algo que não passou pela sua cabeça, talvez nos seus sonhos.

A beta o envolveu em um abraço apertado e que era cheio de saudades. Ele se deixou envolver pelo abraço cheio de saudades, sentindo-se emocionalmente vulnerável naquele momento. Apesar de todos os receios e temores, parecia que sua mãe o estava acolhendo de braços abertos.

Após o abraço caloroso, a senhora beta deu um passo atrás, olhando nos olhos de Jungkook com um sorriso gentil.

— Sabia que você voltaria, meu filho. — ela dizia passando a mão nos cabelos do ômega. — Eomma estava com saudades.

— Eu também estava, Eomma. — Jungkook tinha um sorriso mínimo no rosto.

Ele entrou na casa com a ajuda dela para carregar as malas, deixando-as em seu antigo quarto que permanecia a mesma coisa desde que ele fora embora anos antes.

Encontrou o pai, também beta, sentado na poltrona da sala assistindo a um canal de notícias. O homem que era mais novo que a mulher alguns poucos anos ficou animado ao ver o filho ali, mas seu olhar tinha preocupação, diferentemente da esposa que não tinha esse olhar.

Jungkook estava na cozinha tomando um pouco de água enquanto sua mãe preparava alguns biscoitos, amassava a massa dos biscoitos com um pouco mais de força do que o necessário.

— Fico feliz que tenha voltado para casa, Kookie.

Jungkook observou a mãe enquanto bebia água, percebendo a tensão em suas ações. Ele respondeu com um sorriso gentil:

— É bom estar de volta.

A mãe continuou amassando a massa dos biscoitos e disse com um tom que escondia sua desaprovação:

— Às vezes, é preciso voltar às nossas raízes para perceber o que é realmente importante. — ela diza com um sorriso curto no rosto.

Jungkook sentiu um aperto no peito, conhecendo bem as intenções das palavras de sua mãe. Ele estava fragilizado, aceitando que ela, no fundo, estava certa.

Não tinha para onde correr, não tinha mais como ter um carreira culinária de prestígio como vinha construindo, sabia que se voltasse para Seul iria trabalhar em restaurantes medíocres e nunca teria sucesso já que todos da elite iriam julga-lo ou usa-lo.

— Me desculpa pelas coisas que disse da última vez. — era doloroso para seu orgulho abaixar a cabeça assim, ele lutou tanto para chegar longe e acabou voltando para o lugar que o repudiou. — Você estava certa, o mundo não é um lugar bom para pessoas como eu.

Ela parou de fazer os biscoitos para olha-lo, um olhar que transmitia pena. Tirou os plásticos que usava nas mãos para moldar os biscoitos e foi até o filho, tocando em seu ombro e tirando um pouco do cabelo do rosto dele.

— Se você quiser voltar para casa, Kookie, nós sempre estaremos aqui, somos seus pais. — ela tinha um tom mais doce, carinhoso. — Você é jovem, ainda dá tempo de mudar de vida, recomeçar. Sabe os Shin que moram aqui na nossa rua? — Jungkook assentiu. — O filho mais velho deles é um alfa que acabou de voltar da Tailândia a trabalho, um homem exemplar e dedicado, os pais estão procurando um ômega para que se case com ele. O quê acha?

Chef's KingdomWhere stories live. Discover now