Capítulo 2 - Sorvete

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Texas, Estados Unidos5 de março, 2023

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Texas, Estados Unidos
5 de março, 2023.


acordei em uma manhã de domingo sentindo a claridade em meus olhos, vou demorar para me acostumar na casa nova. ouço barulhos de passarinhos cantando oque é muito bom de se ouvir.

me sento em minha cama e esfrego meus olhos, pego meu celular que está na cômoda e vejo que são 08:04 da manhã e algumas mensagens da Heloisa. mas oque mais me chamou a atenção foi quando olhei para a data.

5 de março de 2023, 5 meses se completa hoje que Beijamin morreu. não pude conter uma angústia em meu peito ao me lembrar de suas últimas palavras.

"eu vou ficar bem, não se preocupe, foque nos seus estudos."

e mais uma vez você se importava mais comigo e com a mamãe do que você mesmo.

uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto e me lembro que prometi a mim mesma que não iria chorar porque sabia que você iria falar para mim não ficar triste e seguir em frente. mas é tão difícil, eu queria esquecer desse luto mas não quero me esquecer de você.

respiro fundo e tento tirar esses pensamentos da minha cabeça e entro no Whatsapp para responder Heloísa.

Heloisa — Sofia!! ai que saudade e eu estou muito feliz em saber que você finalmente veio!

Heloisa — precisamos matar a saudade logo!

Heloisa — como você está e como vai sua mãe?

Sofia — Oi Helô, eu também estou com saudades.

Sofia — estamos bem.

deixo o celular na cama e me levanto e vou ao banheiro em seguida lavo meu rosto e desço até a cozinha e encontro minha mãe sentada á mesa tomando café.

— bom dia mãe — falo me sentando.

— bom dia filha — fala comendo uma torrada, ela ao menos olhou em meus olhos e pude ver seu tom de tristeza.

são raros os momentos em que encontro ela chorando porque ela esconde muito bem quando está triste, mas ainda sim consigo perceber, mas não gosto de tocar no assunto porque sei que é delicado. mamãe é uma pessoa muito forte e guerreira, mas botar para fora os sentimentos as vezes faz bem. ela tenta esconder como forma de defesa e eu a entendo, nos sentimos fraca e impotente nesses momentos mas esquecemos que somos seres humanos, chorar é normal, errar é normal, não temos como dar conta de tudo porque não somos uma máquina, mas somos forte o suficiente para superar os obstáculos que a vida nos dá. quando eu penso em desistir eu começo a lembrar de outros momentos difíceis na minha vida em que eu pensei que não ia conseguir e aqui estou eu, de pé! então se já passamos por tanta coisa, não vai ser isso que vai me fazer desistir.

Medo de amar vocêWhere stories live. Discover now