Entre Brindes E Corações - Jk+Jm= Jikook MPREG

🍻Corrente para o Azul Sair🍻

❤️Park Jimin❤️

Junho 2011

Azul estava crescendo, pelo menos minha barriga estava muito maior do a última vez que relatei aqui, nesse momento já não dá para ignorar a existência dele, então o apelidei de azul, mesmo que eu não goste de azul, de qualquer forma após eu dizer para o doutor que eu não me sentia nem um pouco pai, o mesmo, na consulta seguinte me recomendou procurar a adoção, eu sei que ele queria o melhor para os dois ao ver que eu não estava radiante como a maioria dos casais que esteve em seu consultório mas adoção não parece o caminho para mim, entretanto, eu ainda não me imagino sendo pai mesmo estando com oito meses e meio.

Meu quarto na casa dos meus pais foi completamente revirado, eu já não reconhecia mais o lugar onde eu passava mais tempo em todo o meu dia, as paredes estavam todas em tons de azul, sendo escuro para o lado da minha cama e um tom mais claro para o lado onde o berço que ganhei de uma das vizinhas se encontrava, eu estava escondendo bastante a gravidez não queria que Jungkookie soubesse, logo, apenas pouquíssimas pessoas sabiam.
Não era mais o meu quarto, era o quarto do azul.

Meus pôsteres se reduziram em apenas uma parede, todos os meus livros de escola ou antigos trabalhos que eu guardava, foram parar em uma caixa no sótão, Azul foi tomando todo o espaço que um dia foi meu, não estava feliz com isso, na verdade eu não estava feliz com muita coisa, eu nunca estive tão feio em toda a minha vida, estava com quase o dobro do meu peso, meus pés pareciam duas bolas e eu não conseguia ficar muito tempo em pé, todas as minhas roupas passaram a pegar poeira e agora eu tinha que me acostumar com roupas de grávido, calças bregas de elástico, macacão de pintor e blusas em um número três vezes maior.

Sinceramente eu não conseguia entender muito quando o médico dizia que Azul precisava crescer mais, quando a minha barriga parecia explodir, como essa criança estava pequena se minha barriga estava enorme? E se é tanta água porque ela não diminui quando eu faço xixi?

Ei! Eu sei que vocês riram, me desculpa se na minha adolescência ninguém estava interessado em uma aula improvisada de educação sexual, a minha parte eu fiz. Eu passava 90% do meu dia com raiva de mim, minhas escolhas, meu corpo, e raiva do mundo também, eu tinha tanta raiva do Yoongi que eu poderia simplesmente matá-lo se ele aparecesse mas para a sorte dele o mesmo parecia estar se divertindo enquanto pulava de bar em bar em Boston.

Os outros 10% eu passava chorando exatamente pelos mesmos motivos, eu odiava me ver daquela forma, eu chorava porque não conseguia dormir, chorava com as dores nos pés, e chorava ainda mais por conversar com o Jungkook e ouví-lo contar de como a vida dele está incrível sem mim, de como ele tinha amigos malucos e de quantas coisas doidas ele fez, estava feliz por ele mas não conseguia ficar feliz por mim e a medida em que as semanas se passavam eu passava a me sentir cada vez pior.

[...]

- Eu percebi que você ficou acordado até tarde ontem, não conseguiu dormir novamente? - perguntou minha mãe no café da manhã.

- Estava conversando com Jungkook, ele estava me contando as novidades de Londres. - Respondi enquanto roubava algumas fatias de bacon.

- Oh, ele disse quando chega? Você está ansioso né? Tanto tempo sem vê-lo. - perguntou e eu dei um gole no meu café tentando fugir do assunto que eu tinha certeza de que não conseguiria.

- Ele não vem mãe, ele disse algo como viajar com os amigos americanos pela Europa. - Tentei parecer o mais indiferente possível.

- Mas ele não vem para o nascimento do Azul? - questionou.

- Não contei ainda, e é melhor assim, porque eu sei que ele viria o mais rápido possível e talvez vê-lo me lembre da merda que fiz. - Me levantei pegando minha carteira e minha bolsa e saindo para o trabalho.

Um tour pela Europa, estávamos bem nas férias de verão, a praia de Cape May era o melhor lugar, quer dizer, o melhor lugar para quem não pode estar na Europa né, Jeon sonhou com isso e não serei eu que vou atrapalhar toda a sua descoberta, eu o amo demais para ser egoísta a esse ponto.

Eu estava prestes a entrar de licença, estava chegando na reta final da gravidez, então tiraria uma licença e voltaria apenas quando Azul tivesse três meses ou antes caso eu entenda que não serei um bom pai e que não irei conseguir lidar com um bebê, de qualquer forma eu estava juntando dinheiro para colocar minha vida nos trilhos mesmo que hoje em dia eu já não acredite mais no meu próprio plano.

Meus turnos foram reduzidos pela metade, estava trabalhando em meio período agora, como eu não preciso gastar muito do meu salário, isso não me incomodou, meus pais estavam sempre do meu lado, minhas irmãs mesmo que pré-adolescentes estavam sendo até que compreensivas, no fundo, esse caralho todo estava girando em meu favor eu só não quero ver dessa forma.

[...]

Ficar em casa não me ajudava muito, eu simplesmente passava a maioria do tempo dormindo, não era sempre que azul me deixava dormir mas quando seus chutes simplesmente cessaram era como se automaticamente fosse desligado a chave de energia do meu corpo e então eu passava horas dormindo até ser acordado com chutes novamente.

Tudo estava arrumado para a sua chegada, mesmo sabendo que ainda teria algum tempo pela frente, o médico havia me explicado que geralmente o bebê não nasce com nove meses em ponto e sim às vezes até com quase dez meses.

Eu não poderia passar por mais tempo de tortura, Azul parecia cada dia mais agitado e eu cada dia mais mal-humorado, daqui a pouco eu vou passar a sair na rua gritando inferno para todo o lado, mas aí além de estar grávido ainda serei taxado de maluco.