As fases da vida são difíceis e imprevisíveis, nem sempre crescer é bom e nem todas as decisões que você toma é melhor para você.
Nesta história vamos acompanhar a vida de jimin e jungkook de uma forma diferente. Os dois tem uma amizade desde peque...
Como eu pude? De onde eu tirei forças? Que armadura eu usei para me proteger do olhar de Jimin? Ele estava tão frágil, ele precisava de mim, mas eu entrei naquele táxi, e o deixei.
Estava com o porta retrato em minha mão, eu não conseguia parar de olhar para o quanto estávamos felizes ali, e minha cabeça não parava de imaginar que talvez se eu fosse um pouco mais corajoso, o azul fosse meu, eu não me importaria de ficar em Jersey por Jimin. Eu deveria ter insistido no que eu sentia, eu poderia simplesmente fazer ele ouvir exatamente o que me causa e o quanto me deixa louco, mas eu fugi, e o deixei.
Por alguns dias eu consegui ter uma amostra grátis do que é ter uma família, dividindo a cama com Jimin, cuidando do azul, eu até aprendi a dar banho e trocar fraldas, e eu faria todos os dias com um sorriso no rosto, se fosse meu, eu não fugiria, não o abandonaria como o Yoongi fez, eu seria o apoio quando ele estivesse cansado, eu tomaria todas as suas dores para mim e o faria se sentir amado independente do humor ou de como estava seu corpo ou o seu cabelo.
Agora eu estava entrando em um avião, indo para a vida que sonhei, mas sentindo que estava fazendo a coisa errada. Contudo, eu também não poderia voltar, não tinha nada para oferecer, não era médico ainda então além de um apoio emocional, que diferença eu teria de Yoongi? Jimin não precisava de mais um peso em sua vida, de qualquer forma eu teria que ir, para quando voltasse, pudesse dar a ele tudo que merece.
O voo foi longo e doloroso, eu olhava aquela foto o tempo todo e ainda não conseguia decifrar o que eu estava sentindo, a mil pés de distância, um abismo entre nós, mundos diferentes, não sabia que doeria tanto me despedir.
[...]
Eu coloquei minha mochila no chão e fui direto para a cama, minha vontade era vegetar nela até que eu conseguisse me livrar da confusão em minha cabeça e coração, mas quando se mora em dormitórios tudo que você não faz, é pensar.
- Você demorou para voltar, as aulas vão começar amanhã. - Meu colega de quarto pulou em minhas costas.
- Eu tive um dia difícil, tenho que dormir. - Profiro na esperança dele me deixar em paz pelo resto do tempo que me resta até eu iniciar meu novo semestre.
- Não me venha com essa Jeon, vamos fazer uma despedida no bar aqui perto, vai ser legal, bebidas, músicas. Vamos cara, você não tem escolha a não ser levantar essa bunda daí, se arrumar e ir comigo, se ficar eu serei obrigado a trazer a festa para cá. - Eu preferia muito ter um colega de quarto que não falasse comigo, que não gostasse de mim e que só me dissesse quando iria usar o quarto para transar.
Como se já não bastasse todo o drama em minha vida, eu ainda tinha que ir em um lugar que não queria, eu o conhecia, não estava brincando em dizer que levaria a festa para o meu quarto, então eu coloquei uma roupa universal e confortável para andar algumas quadras e assim ao menos tentar esquecer meus sentimentos por Park Jimin com o álcool.
Todos pareciam animados, um monte de jovens reunidos em um lugar só, essa não era a minha vibe, por qual motivo eu estava em um bar lotado quando eu estava procurando um jeito de esquecê-lo? Infeliz ou felizmente Park Jimin tem tudo, eu entro em lugares movimentados e imagino ele, vou para lugares calmos e imagino ele reclamando do quão lento eu sou, então me diga como o álcool vai me ajudar se a cada gole eu só penso em ligar para ele?
Não queria estar rodeado de pessoas tentando ser meus amigos quando minha cabeça estava uma loucura, me sentei no canto mais escuro e solitário do bar, pedi uma dose de whisky, eu nem sabia o gosto, mas nos filmes as pessoas sempre bebem então...
Foram duas doses até alguém parar ao meu lado, eu achei que havia sido claro em me afastar, mas eu ainda queria saber quem era a pessoa lerda que não entendeu o recado. O garçom me serviu mais uma dose, todavia eu não havia pedido.
- Eu não pedi... - ele apenas virou de costas para mim e seguiu seu caminho.
- Considere como um presente. - Uma voz masculina soou aí meu lado, olhei e dei de cara com um par de olhos azuis e cabelos loiros, ele tinha traços finos, magro e parecia que havia acabado de sair de uma passarela.
- Oh, obrigada. - Puxo meus cabelos para cima, nervoso, eu estava pronto para mandar vazar quem quer que seja, mas quando eu me virei toda a minha coragem foi para o ralo.
- Seria muita indelicadeza minha perguntar por que você não está curtindo a comemoração? Me parece... acabado. - Ele se virou para mim, cruzou suas pernas e apoiou seu corpo na bancada do bar.
- Tive um dia difícil, cheguei hoje, estou cansado. - Dou mais um gole no whisky, cara, isso é ruim, mas quando você está uma bagunça por dentro até água-ardente desce.
- Oh, você não é daqui, do jeito que imaginei. - Ele deu um sorriso leve, mostrando pouco os dentes, o que me fez ficar nervoso. - Desculpe por não me apresentar, me chamo Liam e você gatinho? - o cara realmente me chamou de gatinho? Depois de me chamar de acabado?
- Jun... Jungkook, Jeon Jungkook. - Ele era bonito, me deixou nervoso.
- De onde você é Jeon Jungkook? - arqueou sua sobrancelha e deu um gole em seu drink vermelho.
- Nasci na Coreia, mas vivo em Nova Jersey desde pequeno. - Termino o copo e sorrio para ele.
- Hum, interessante. - Ele se levantou e ficou atrás de mim colocando as mãos em meus ombros e pressionando. - O que acha de braços ingleses para lhe consolar hoje à noite? É melhor do que beber whisky barato no canto. - Sussurrou em meu ouvido e me causando um arrepio tremendo.
Céus quando a parte da puberdade vai embora?
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