Entre costuras e alfinetes

XII

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Capítulo XII
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Rosa caramelo-

Durante toda a sua vida, HoSeok sonhou em ser dono de uma loja de roupas. Quando deveria estar brincando com outras crianças, ou fazendo lição de casa, estava sentado de pernas cruzadas no chão da sala de costura da mãe, fazendo miniaturas dos vestidos que ficavam sob a agulha da máquina de costura.

Sua infância não foi tradicional, mas ainda assim foi muito feliz.

Eles sabiam de antemão que a Guerra viria: era sobre isso que todos falavam há meses. Na escola os pequenos estudavam nas aulas de história, na padaria as pessoas cochichavam na hora de escolher o pão. A guerra era algo que acontecia com outras pessoas, longe de onde viviam. E então ele veio para a sua região, para a sua cidade. Foi a guerra que os trouxe até aqui. O lugar onde todos chegam e ninguém sai.

A primeira coisa que aqueles homens fizeram foi empilhar todos os tecidos ou roupas prontas, dobrando-os e colocando-os em grandes pilhas. Sem eles não eram mais grandes designers, apenas um bando de ômegas assustados e humilhados.

Hobi olhou para tudo, lembrando-se de como a lã e a seda eram macias ao toque. Evocando as dobras das calças, as saias, os vestidos...De repente um enorme sentimento de desolação o invadiu, naquele momento ele se sentiu capaz de dar até o que não tinha para ter YoonGi o envolvendo em seus braços firmes.

Ele era um ômega que precisava da companhia e proteção de seu alfa mais do que nunca.

“As coisas são muito simples aqui,” Tae anunciou enquanto andava de um lado para outro, “ninguém sai, ninguém entra, ninguém faz nada além de ficar quieto enquanto esperamos os idiotas chegarem.”

Os três meninos se entreolharam, sabendo que não tinham escolha senão obedecer.

Eles assentiram com relutância, aceitando com tristeza o que seria sua penitência pelas próximas horas.

Para escapar do pesadelo, eles se encurralaram em um canto, abraçando-se, proporcionando-se calor corporal, como pão quente que dura mais tempo juntos.Os pães eram bons, mas os amigos são ainda melhores.

“Tudo bem, situações desesperadoras exigem medidas desesperadas”, Yoongi esclareceu aos presentes.

Naquele momento todos os seus soldados estavam reunidos ao seu redor. Assim que a notícia chegou até ele, ele decidiu convocar uma reunião de emergência. Eles precisavam planejar seu contra-ataque antes que as coisas piorassem.

-Nós realmente não temos um plano fixo e, com a rapidez de tudo, me vejo tendo que pedir ajuda a você, não apenas como seu general em comando, nem como seu superior, mas como o que sou: um alfa cujo ômega que ele ama está em perigo, o que implica que sou um homem em seu estado mais vulnerável. Portanto, estou disposto a ouvir todas as ideias que vocês tiverem que possam ser úteis para nós neste momento.

-Claro vá em frente. “Estamos abertos a todas as opções”, garantiu NamJoon em tom tranquilizador, a última coisa que precisavam era que todos decidissem não comentar as coisas por medo do fracasso.

“Bem, isso seria algo assim...” ele começou a contar ao ver que todos estavam prestando muita atenção nele.

Quem falou foi HaeJoon, reconheceu YoonGi, um dos comandantes da tropa. O menino sempre foi muito responsável, era fácil admitir, mas nunca se interessou muito em ajudar quando era mais necessário, então não entendia seu interesse repentino por esse assunto.Por outro lado, HaeJoon admitiu ter cometido vários erros com sua esposa. Ele era um péssimo marido, subestimou-a e desprezou-a em diversas ocasiões, afastou-a quando ela só queria um pouco de carinho. Mas hoje, pouco antes de chegar ao quartel, SunHee deu-lhe a notícia de que estava grávida, disse-lhe que em breve seriam pais de um bebê doce e adorável. E, chame de fantasia, mas de uma forma ou de outra conseguiu abrir seus olhos. O alfa estava disposto a remediar cada um dos erros que havia cometido, a fazer as coisas direito e do zero com seu ômega, queria reconquistar o coração dela.

Porque ele não permitiria que a guerra lhe tirasse o que ele mais amava nesta vida.

Ela não perderia a oportunidade de criar seu futuro filho com seu maior amor.

Porque a vida é muito curta para cometer um erro e não consertar.