Capítulo 4

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           Matteo

   Observo a garota sentada no banco de trás, pelo retrovisor, ela me encara de volta com um olhar de furia. Realmente ela não era de se jogar fora, cabelos escuros, olhos verdes, baixinha, mas com uma petulância enorme. Teve a audácia de me afrontar e ainda por cima me apontar uma arma, ela não tinha ideia onde estava se metendo.

     Precisava me casar o mais rápido possível, eu era o filho mais velho de meu pai, automaticamente seu sucessor para tomar frente da mafia. Estava a semanas procurando a garota certa, mas nenhuma atendiam os requisitos, muito difícil nos dias de hoje, encontrar uma virgem.
      Meu pai me cobrava isso todo maldito dia, já estava farto, seria essa mesma, queria usá-la somente para ter o que eu queria.

       Nunca me prendi a mulher alguma, afinal, pra que ter uma, se posso ter várias? Todas sempre correram atrás de mim, como cadelinhas no cio, e eu sempre dei o que elas queriam. Porém depois do casamento, saberia que não seria mais possível, por causa do tal juramento de sangue, onde eu faria o juramento de lealdade e proteção a minha esposa. Mas que merda!

       Chegamos na minha mansão, a levo diretamente para um quarto qualquer.

- Vou tirar a fita de sua boca, e desamarrar suas mãos, mas já aviso.- Me abaixo olhando em seus olhos.- Se tentar algo, terá sérios problemas.

    Desamarro suas mãos, tirando a fita de sua boca, e como era de se esperar, ela vem até mim, tentando me dar um tapa. Seguro sua mão, com força.

- Seu desgraçado, infeliz.- Grita com raiva.

- Se continuar, serei obrigado a te amarrar e tampar sua boca novamente.- Falo tentando manter a calma.- Então fique quieta e me escuta, serei breve.

- Eu não vou casar com você.- Se adianta a dizer.

      A olho respirando fundo, tentando controlar minha raiva. Ela não tinha medo, me olhava firmemente, não baixava a cabeça, e isso me incomodava, ninguém ousava me enfrentar dessa forma.

- Isso não está em discussão, você casará sim.- Digo.- E trate de baixar o tom, pra falar comigo.

- Miserável.- Grita.

- Olha só, eu estou tendo bastante paciência com você, então não abusa.- Rosno, segurando seu braço.- Tenho que resolver algumas coisas, você vai ficar exatamente aqui, e nem tente fazer nada, pois deixarei alguém cuidando de cada movimento seu.

      Saio do quarto trancando a porta, posso ouvir ela gritar, e quebrar alguns objetos. Bufo com raiva, sabia nesse momento que tinha acabado de arrumar outro problema para mim, maior dos que já tenho.

      Pego um copo de whisky, afim de me acalmar, não demora muito para Enrico chegar com a ruiva, peço para colocarem ela junto com Katherine, talvez assim ela parasse de quebrar tudo.

- Pelo jeito a fera está furiosa.- Diz Enrico ouvindo os gritos dela

- Talvez com a amiguinha, ela se acalme.- Digo colocando meu blazer.

- A ruivinha é mais calma, e é bem bonitinha até.- Conta, sem vergonha.- Mas tenho que admitir, adorei ver a morena te apontar uma arma, sem medo algum.- Continua rindo.- Até pensei em te ajudar, pois estava armado, mas queria assistir o show. Pela primeira vez na vida, vi uma mulher enfrentando meu irmão, e não sendo submissa a ele.

- Você é um desgraçado mesmo.- Digo bravo. - Agora, vamos logo.

     Enrico era meu irmão, apesar de sempre estar do meu lado, adorava me ver irritado. Não perdia uma oportunidade de me ver em uma saia justa, parecia ser o prazer dele. Mas apesar de tudo, nós dávamos bem, e ele era meu braço direito, pra tudo.

  Vamos até o galpão, estava chegando uma carga de drogas, todos meus seguranças já estavam a postos com suas armas, não poderíamos dar bobeira, tínhamos muitos inimigos.

          A carga chega uma hora atrasada, e já passou para me deixar irritada, odiava atrasos. Confiro até os mínimos detalhes, não deixava passar nada, odiava que meus planos não saíssem como eu queria.

       Vejo meu celular tocar algumas vezes, desligo sem nem ver quem era, mas quem diabos insiste em me atrapalhar numa hora dessas?!

- Senhor.- Vejo Ítalo se aproximar.- Luke ligou da mansão, as meninas fugiram.

      Sinto meu sangue ferver, como aquele incompetente deixou duas meninas com menos de um metro e sessenta fugir?!

- Mas que porra, você está me falando?- Digo pegando seu colarinho.- Como Ele conseguiu deixar elas fugir?

- Senhor, eu não sei.- Fala Ítalo apavorado.

 - Calma, o que está acontecendo?- Pergunta Enrico se aproximando.

- As duas fugiram.- Conto.- Preciso das imagens de todas as câmeras da cidade.

      Odiava ser contrariado, e mais ainda, não ser ouvido quando dou uma ordem. Mas isso só podia ser coisa de Katherine, a outra não tem a mesma ousadia dela, mas ela ia me pagar.

      

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