Capítulo 7

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        Katherine

    Me ajeito na cama, sinto um pouco de dor no local do machucado, e uma leve dor de cabeça. Olho a minha volta, prestando mais atenção no quarto onde estava, na verdade parecia ser uma suíte, era realmente muito bonito, espaçoso e moderno. Suas paredes eram em um tom areia, com cortinas brancas na imensa porta janela que ia para a sacada.

     Realmente o tamanho desse quarto dava uns quatro do meu antigo, na verdade, isso se não fosse quase do tamanho da casa do meu pai.

    A porta se abre, me tirando dos meus pensamentos, não sei como, mas Lorena conseguiu que liberassem ela para vir até aqui o quarto, ela estava inquieta, mais do que o normal.

- Amiga, que susto você me deu.- Diz se sentando na cama.- Como está? Muito dolorida?

- Estou bem.- Digo.-Estaria melhor se estivesse livre.

       Lorena pega minha mão, estava pensativa, e realmente uma das poucas coisas que me deixavam preocupada, era quando Lorena pensava. Ela era o tipo de pessoa que não pensava muito, gostava de viver o momento e depois procurava um jeito de lidar com as consequências e os problemas.

- Calma amiga.- Ela sorri.- Acabei descobrindo mais coisas.

    A olho sem entender, curiosa.

- O que você descobriu?- Pergunto.

      Ela respira fundo, pegando um travesseiro, sabia que o que ela estava prestes a falar, não iria me agradar.

- Matteo é da grande máfia italiana, ele e Enrico são irmãos, e por ele ser o mais velho, automaticamente ele que assume a porra toda da tal da máfia. - Conta.-Mas pra isso ele precisa casar e consumar o casamento, e o resto você já imagina, não é?- Fala nervosa.- Não sou muito boa em explicação.

     Fico sem reação, isso não podia estar acontecendo comigo, sério mesmo que fui cair logo nas mãos de um mafioso?! Nada que já estava ruim, que não pudesse piorar.

- Máfia?- Pergunto, tentando assimilar.- Isso não pode estar acontecendo.

- Amiga, estamos literalmente, num mato sem cachorro.- Fala coçando a cabeça.- Kath, você vai finalmente perder a virgindade, meu Deus.

- Cala boca Lorena, como você ainda consegue pensar numa coisas dessa, nesse momento?.- Digo indignada.- Precisamos achar um jeito de fugir, urgente.

- Lamento informar, mas é impossível.- Diz.- Ele aumentou a segurança, está cheio de seguranças lá na rua, por todo o lado.

      A olho, sem entender de onde ela tinha conseguido tantas informações.

- Mas pensa pelo lado bom, ele é um gato, Deus grego.- Continua sorrindo.- Já pensou se fosse um velho, fedido a naftalina, todo molenga?!

- Ah sério mesmo que você já aceitou esse destino pra nós, assim tão rápido?- Pergunto sem acreditar.- Mas espera aí, onde conseguiu todas essas informações?

      Ela se ajeita na cama, me olhando, sabia que tinha caroço naquele angu.

- Com Enrico.- Sorri.- Ah você sabe, tenho o meu charme.

- Eu não acredito, que você está de gracinha pra cima de um mafioso.- Falo sem acreditar.- Você já seduziu o cara?

- Ah Kath, Enrico é um gatinho, e ele deu mole.- Ri.

     Respiro fundo tentando manter a calma, Lorena diferente de mim, Lorena já tinha perdido a virgindade, e era bem saidinha, porém se apegava rápido.

- Você não vale nada.- Digo balançando a cabeça.

-Sabe Kath, nós vivíamos uma vida de merda.- Continua pensativa.- Pelo menos aqui, por pior que seja, você vai ter tudo do bom e do melhor, e ainda por cima um homem lindo ao seu lado.- Sorri ternamente.- Já eu não sei qual meu destino, desde que eu possa ver Enrico todos os dias, já está ótimo.

- Como é? Você já está apaixonada pelo mafioso irmão?- Questiono.

- Apaixonada é uma palavra forte demais.- Suspira.- Mas vamos combinar, ele é lindo também, e você sabe que sempre sonhei em viver um romance tipo os de livros, um amor louco e perigoso.

- Você é emocionada.- Falo revirando os olhos.

     Antes que Lorena pudesse falar mais alguma coisa, a porta se abre, entrando uma senhora, com uma bandeja com uma jarra de água, copo e um comprimido.

- Olá queridas.- Diz simpática.- Matteo pediu pra trazer seu remédinho.

       Ela parecia ser gente boa, aparentava ter uns sessenta anos, cabelos grisalhos, presos em um coque. Usava óculos e um vestido preto.

- E quem pode me garantir, que ele não colocou veneno no remédio, ou na água,  quem sabe?- Questiono.

- Fica tranquila, Matteo tem aquele jeito dele, mas jamais faria uma coisa dessa com você.- Fala colocando a bandeja encima da mesa.

- Me recuso a tomar isso aí.- Teimo em dizer.

- Kath, por favor, toma isso logo, antes que ele entre por aquela porta, e te obrigue.- Diz Lô.- O que é um peido, pra quem já tá cagada, para com isso.

- Escuta sua amiga.- Diz Matteo aparecendo na porta.- Toma logo esse remédio.

      Ele estava parado na porta me olhando com seu olhar frio. Suas roupas hoje estavam diferentes, não usava o terno, e sim uma calça jeans escura e uma camiseta branca, que deixava bem amostra seus músculos e as tatuagens nos braços.

- Não vou, não confio em você.- Teimo.

      Ele respira fundo, pegando a bandeja, e fazendo o sinal para a senhora se retirar.

- E você, vá para seu quarto.- Fala para Lorena.

     Lorena apenas me olha, e assenti com a cabeça, saindo do quarto.

- Eu vou falar pela última vez.- Avisa bravo.- Toma a merda desse remédio.

- Você pode ter envenenado isso daí, não sou otária.- Digo o encarando.

- Então não se faça de otária.- Rebate me analisando.- Preciso de você viva, por enquanto.

- Você é um mafioso de merda.- Digo com raiva.

     Seu olhar muda e vejo ele ficar furioso.

- Você não sabe nada sobre mim.- Grita.- Agora toma logo, essa porra de remédio.

  Olho para ele, pude sentir o medo correr em minhas veias nesse momento, mas nunca deixaria transparecer, ainda mais para ele.

- Se eu morrer, juro que volto e te levo para as profundezas do inferno.- Digo pegando o remédio.

     Ele me observa, até eu finalmente engolir o remédio.

- Ótimo.- Fala satisfeito.- Agora posso dar o aviso.- Continua.- Amanhã teremos um jantar para apresentar a minha futura esposa, a máfia.

- Não vou me casar com você.- Digo ríspida.

- Você não tem querer.- Responde frio.- Preciso me casar e consumar o casamento, preciso de herdeiros, e você atende todos os requisitos, ou seja, querendo ou não, você irá se casar.

- Você é um louco, psicopata, só pode.- Falo nervosa.

- Pense o que quiser.- Diz indo até a porta.- Agora descansa.

- Seu cretino.- Grito.- Eu te odeio.

      Ele não fala nada apenas me observa antes de sair do quarto. Porque eu tinha que ser tão azarada? Maldita vida essa que eu fui ter.

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