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A morte tinha gosto de sal e gengibre, Rebecca percebera isso assim que se remexeu e abriu os olhos. Seus olhos viram cortinas brancas e de certo que estaria a caminho para do céu naquele momento, ela gemeu uma súplica e seus ossos doeram com o esforço.

— Santa mãe de Deus! isto de fato é um milagre! — A voz melancólica e exasperada que soou a jovem julgou ser dos anjos.

Um milagre!

Claro que era um milagre, ela está no céu, xigou até mesmo a alma do próximo e se negou a deixar os hábitos de suas leituras ardentes. O céu era surpresa até mesmo para ela.

— Chamem o Lorde Lisghton!

Rebeca pensou que o céu começara a ser barulhento demais na sua percepção, obrigou seus olhos a se acostumarem com a claridade e tentou sentar-se. Mas foi impedida por mãos ué empurraram com delicadeza seu busto.

— Lady Lisghton, estou muito contente que a senhora esteja acordada mas tenho que lhe dizer para que fique deitada nesta cama. —A jovem Rebecca arregalou seus olhos.
Lady Quem?

Alguém acabara de lhe chamar de Lady, aquilo quase lhe arrancou um riso. Não sabia que no céu os anjos não haviam atualizado sua linguagem.  Rebecca obedeceu a voz do anjo e observou o lugar.

Onde estariam as nuvens?

A jovem pensou que pelo menos estaria deitada em uma, mas tudo oque vira foram lençóis e mais lençóis de seda cobrindo seu corpo. Ela observou mais um pouco, um grande tapete ao chão lustres logo acima de uma mesa que parecia ter sido furtada do museu de Londres. 

— Onde eu estou? — Ela se deu conta de que sua garganta doía mais que seus ossos, sua boca estava seca e sua voz arranhava sua pele interna.

— Oras, Londres Lady Lisghton.

Aquela anja ainda insistia em lhe chamar de Lady Lisghton. Se é qua anja seja mesmo o feminino de anjo, a jovem não perdeu seu tempo pensando naquilo. Ao invés disso, se recordou do ocorrido, das luzes em sua janela e dos estilhaços em seu rosto. Seu corpo estremeceu com as lembranças, e estremeceu ainda mais ao lembrar que do céu não teria sua vingança mas claro ela ainda insistia que o distino Faria Amanda pagar pelos seus pecados agora que ela não estaria na terra.

— Espera aí... — Ela estreitou os olhos na direção do anjo. — Você disse Londres?

Olhares confusos vindo das duas que se encararam.

— Santo Deus! Não me diga que a senhora perdera a memória?

Rebecca perdera toda a cor de seu rosto, se ela ainda estava em Londres significava que não havia de ter morrido. Por Deus! Ela saltou da cama, seus pés descalços no chão frio. Ainda tinha uma chance de desmascarar Amanda e ter sua obra de volta!

— Lady Lisghton!

A mulher a seguiu pelo cômodo com gritinhos exasperados. Rebecca sentiu uma agitação que achou que jamais sentiria de novo. Ela sairia daquele hospital estranho e iria atrás de Amanda!

— Lady Lisghton! A senhorita precisa deitar-se.

— Eu já estou bem. — Ela encarou aquela camisola de hospital estranha que ela vestia. — Talvez um pouco confusa, isso aqui não é um hospital é?

De volta à vida. Where stories live. Discover now