11.

18 5 1
                                    

Changbin

Acordei na suíte acabei dormindo no sofá.

Estava com o corpo dolorido de dormir de mal jeito, a cabeça doendo como um inferno pelo tanto que bebi, além de beber no bar, bebi com o garoto. E também nunca fui muito forte pra bebidas.

levantei e minha cabeça rodou, fui tropeçando até o banheiro e joguei fora tudo que tinha no estômago.

Fiquei ajoelhado em frente a privada até rter certeza que não ia vomitar mais. Então levantei de vagar puxei descarga, retirei a roupa e tomei uma ducha rapidamente me vesti com a mesma roupa da noite anterior e desci pra ir embora.

Eu estava mal realmente mal. Perder o Félix estava me matando, ele era meu norte e sem ele me sinto caindo na escuridão novamente.

Estou sentindo aquela angústia tão ruim e tão familiar e sei que a qualquer momento vou ter uma crise de ansiedade, minhas mãos estão formigando, o estômago embolando mas eu estou segurando isso pra dentro porque não quero passar por isso novamente.

Pedi um táxi, fui pra casa de modo automático cheguei, liguei a cafeteira procurei um remédio pra ressaca e bebi com um copos de água.

Subi pro meu quarto coloquei um shorts confortável e voltei pra cozinha pra tentar comer alguma coisa quando a campainha tocou, achei que fosse o Han ele sempre dá uma passada aqui nos fins de semana.

Fui imediatamente até a porta nem me importando de olhar pelo olho mágico abri me arrependendo no mesmo instante.

De todas as pessoas que poderiam vir até minha casa aquele homem que eu era obrigado a chamar de pai era a última que eu gostaria de ver.

Ele entrou pra dentro do apartamento e eu fui o seguindo, ele se sentou no sofá da sala como se fosse dono do lugar.

-saia da minha casa- minha voz saiu falha.

Eu estava com os punhos serrados e o choro embolado na garganta.

Ele se levantou e veio em minha direção.

Meus olhos estavam inundando mas não me permitiria chorar.
-então vejo que você ainda não obedeceu me obedeceu.

-eu sou adulto, não preciso dar satisfação pra você.

-sempre teimoso não é mesmo filho.

-nao me chama assim falei entre dentes,  eu odeio ser seu filho, odeio quando me lembra que você é meu pai.

Ele se aproximou de mim mas um pouco.

Odiava como ainda me sentia uma criança quando era intimidado por meu pai.

-chang querido- ele tentou trocar meu rosto e eu recuei um passo.

Então ele se aproximou novamente e segurou meu queixo com força.

-nao mandei você sair de casa idiota, mandei se divorciar e pelo visto você não me obedeceu né. E para piorar tá saindo com uma puta nova.

- eu não te devo explicação. Por favor me deixa em paz. Já deixei Felix,  não era isso que queria?

Nesse ponto minhas lágrimas já desciam mesmo contra minha vontade.

Eu já estava a beira de uma crise agora sentia ela mais perto que nunca. Já estava hiperventilando e o coração batem com força.

-para de envergonhar nossa família com esses relacionamentos de bosta. Se divorcie e não veja mais o cara da boate.

Ele soltou meu queixo empurrando meu rosto, minhas lágrimas inundando meus rosto.

-por favor me deixa em paz. Já basta o que você fez comigo quando eu era uma criança.

O tapa na minha cara veio forte exatamente como eu lembrava.

-nao haja como se você fosse inocente seu pirralho.

Ele se levantou arrumou o blazer e saiu como se nada tivesse acontecido me deixando pra traz um pouco mais quebrado do que antes.

Odiava saber que aquele homem era meu pai, e a presença dele sempre fazia com que eu revivesse aquele pesadelo de 13 anos atrás.

Corri pro banheiro entrei debaixo do chuveiro com roupa e tudo, chorando forte desejando fechar os olhos e não sentir mais, só queria que acabasse, só queria que a dor passasse, que eu não fosse mais sujo e que Félix estivesse  aqui comigo.

Mas isso tudo era impossível graças aquele desgraçado que se diz meu pai.

Minha mãe tinha certo controle sobre ele por isso enquanto ela era viva eu consegui ter uma vida aparentemente normal.

Porém com sua morte tudo se tornou um inferno, meu pai com o status e poder financeiro que tinha começou a me ameaçar.

Ameaçar prejudicar minha empresa com Jisung, fazer mal a meus amigos e por último ameaçou a vida de Felix.

E eu apenas decidi fazer o que ele pedia, não tenho coragem de denunciar sei o que dinheiro faz com as pessoas.

Eu o odeio tanto, por tudo que ele fez no passado, por estar tirando Félix de mim agora, e também odeio a mim por ser fraco, por me submeter as chantagem dele, por deixar que ele tenha poder sobre mim.

Eu o odeio tanto.

Não sei quanto tempo fiquei em desespero embaixo do chuveiro, quando me senti melhor levantei retirei a roupa molhada me enrolei no roupão e me deitei envolto na minha angústia até o sono me consumir.

Quando acordei já estava escuro, levantei me sentindo fraco tanto fisicamente quando psicologicamente e me sentindo imensamente sozinho.

Peguei o celular pra ligar pra alguém me fazer companhia. O celular do Han e do meu irmão estavam desligado, comecei a chorar me sentindo nada no final das contas eu não tinha ninguém.

Era um filha da puta sozinho, sem meu sol eu não tinha ninguém. Eu estava deixando o meu pai tirar tudo de mim.

Eu estava apavorado já fazia bons quarenta minutos que eu estava chorando, meu corpo estava fraco pois eu não havia comido o dia todo e o pavor de passar mal estando sozinho estava me consumindo.

Peguei novamente o telefone e disquei pra um número que ainda não estava salvo mas eu já havia contatado.

Chamou duas vezes e ele atendeu

-pode me encontrar?- perguntei

-voce tá bem?sua voz tá horrível

Recomeço a chorar nem me importando que ele ainda é um estranho que eu conheci numa boate, eu não ligaria para o Félix não tinha esse direito não depois de deixa-lo sem uma explicação plausível.

-ok me passa o endereço.

Desliguei a chamada e mandei minha localização para hyunjin.

    **********

Até a próxima ❤️

entre dois amores Where stories live. Discover now