capítulo um

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I Take One Step Away



Se havia uma coisa que Jimin gostava de fazer em seu tempo livre, era cozinhar. Sempre que ele estava livre dos afazeres da matilha, querendo desestressar ou estava sozinho, ele cozinhava.

Sozinho, como agora.

Jimin preparou uma refeição enquanto esperava Jeongguk voltar para casa, quebrando três ovos com habilidade. Ele estava sozinho na casa deles, mas não ligava muito.

Ele adorava ficar em casa.

A cabana deles ficava perto da floresta e, comparada com as outras cabanas da alcateia, era pequena, mas aconchegante. Com seu telhado inclinado e muitas janelas, não faltava luz solar para iluminar a casa nem a neve se acumulava no telhado. Havia também uma lareira decorada com pedras cinzentas; ele adornou com pinturas de flores de cerejeira que fez na primavera com alguns membros de sua matilha.

Enquanto cozinhava, ele arrumou as coisas na mesa de jantar ao lado da cozinha. Era uma mesa pequena suficiente para duas pessoas, já que eles raramente recebiam convidados. Jimin bateu os ovos alegremente, balançou os quadris no ritmo da música que cantarolava para si mesmo e imediatamente avistou a cama. A cama deles.

Ele gostava, particularmente, da cama deles. Tinha quatro colunas, com cortinas em todos os cantos para maior privacidade. Era inegavelmente reconfortante, muito macia e aconchegante. Sempre que as cortinas eram fechadas, ele se sentia no lugar mais seguro do planeta, e também não ficava com medo do escuro, pois as janelas as iluminavam suavemente.

Ele foi subitamente tirado de seu devaneio quando uma voz familiar, uma voz que ele conhecia de cor, ecoou no cômodo.

— Jimin, precisamos conversar.

Jimin enrijeceu ao som de seu nome, mas recuperou a compostura com a mesma rapidez. Não era sempre que Jeongguk o chamava pelo nome. Jeongguk parou de se dirigir a ele pelo nome logo depois que eles começaram a ficar juntos, substituindo o mesmo por algo carinhosamente doce, como "amor". Bem, Jeongguk provavelmente foi forçado a fazer isso, graças à sugestão interminável de Jimin de que esse fosse o termo carinhoso deles, mas ainda assim, ele gostou. Ele achou que iria entrar em combustão na primeira vez que ouviu o apelido escapar dos lábios do alfa.

Ele colocou a tigela e o batedor improvisado sobre a mesa, limpou as palmas das mãos na túnica desgastada antes de se virar, cumprimentando Jeongguk com um sorriso. Ele caminhou em direção a Jeongguk, ignorando a expressão séria em seu rosto, passou os braços em volta de sua cintura e encostou a cabeça em seu peito.

— Eu senti sua falta. — Jimin sussurrou. Jimin esperava que Jeongguk o abraçasse e dissesse que também sentira falta dele, mas Jeongguk permaneceu imóvel. Se Jimin estava desapontado, ele não demonstrou, apenas aumentando seu aperto sobre ele. Jeongguk deve estar muito cansado, Jimin deve tentar ser compreensivo. — Você quer comer? Estou preparando algo para o jantar...

— Nós precisamos conversar. — Jeongguk interrompeu, segurando ambos os pulsos de Jimin para se soltar.

— Ok. — Jimin falou, desanimado.

— Sente-se. — Jeongguk apontou para a cama, a voz ranzinza e as feições rígidas. Ele não olhava Jimin nos olhos desde que entrou na cabana. Jimin sentou-se na cama, sentindo o material macio do colchão contra sua pele, e ele quis ficar ali deitado.

Quando Jimin olhou para Jeongguk, ele viu a exaustão surgir em seu lindo rosto. As bolsas crescentes destacavam-se sob seus olhos avermelhados. Ele também havia perdido um pouco de peso e fazia sentido que isso acontecesse.

Ele estava ocupado cumprindo seus deveres como o próximo líder da matilha. Jimin quase não o vê ultimamente.

— Jimin... — Jeongguk soltou outro suspiro, abrindo a boca apenas para fechá-la sem dizer outra palavra.

Katorse » jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora