Katorse » jikook

capítulo quatro

My One and Only One

— Me desculpe. Eu sei o quão duro a matilha tem sido com você desde o anúncio do meu acasalamento. Foi tudo culpa minha. Eu deveria ter ficado ao seu lado.

Jeongguk fungou, com o nariz vermelho e entupido de tanto chorar. Jimin não respondeu, e se não fosse pelo som de sua respiração, Jeongguk pensaria que ele já tinha ido embora, e só esse pensamento fez seu coração se apertar.

Mas Jimin ainda estava ali, sentado a um braço de distância dele, a cabeça baixa enquanto cravava as unhas na carne de seu braço como ele sempre fazia.

Jimin estava ali e estava disposto a ouvi-lo. Isso era tudo o que importava.

— Eu fiquei preso demais aos meus próprios planos. Eu... eu estava tão ocupado tentando fazer de tudo para romper esse acasalamento com ele que negligenciei você. Eu não contei nada a você até convencê-lo, pois não queria que você tivesse grandes esperanças por nada. Eu não queria te contar até ter certeza de que estava tudo acabado. Se eu pudesse, teria saído de lá e vindo até você, mas isso não seria nada bom para nós. Seríamos banidos e nenhuma outra matilha nos aceitaria, nossa lealdade seria imediatamente questionada. Lamento não ter podido ir até você antes. Eu n-não suportava falar com você ou mesmo olhar para você pois quando faço isso... tudo que vejo é tudo o que fiz com você. Eu machuquei você, amor. Sinto muito por tudo.

Jimin permaneceu em silêncio.

— Nosso relacionamento nunca foi unilateral. Eu sempre tive meus olhos somente para você. Não me lembro quando comecei a gostar de você, mas um dia eu simplesmente... me vi esperando você vir até a cabana da minha família e me importunar para brincarmos.

Jeongguk riu baixinho, as boas lembranças voltando para ele.

— Às vezes eu rejeitava as suas investidas apenas para provar a mim mesmo que tudo o que eu estava sentindo não era real, que logo iria passar, mas não foi o que aconteceu. Permaneceu igual, todos os dias. Eu ficava atrás da porta e esperava você chegar. Sempre que ouvia você bater, fingia ir até a porta só para que você não soubesse há quanto tempo estive esperando por você lá.

Jeongguk também achou isso bobo, mas era tudo o que ele conseguiu fazer a respeito de seus sentimentos naquela época.

— Você sabe o quão difícil foi não mostrar abertamente como me senti quando você sorria tanto que seus lindos olhos se transformavam em luas crescentes? Suas bochechas eram, ainda são, tão rechonchudas e vermelhas. Você sempre foi tão adorável. Você fez meu coração saltar e me fez sentir essas coisas confusas e estranhas. Eu não sabia o que fazer comigo mesmo, então eu batia a porta na sua cara, não porque estava com raiva, não porque não queria ver você, mas eu apenas precisava de um tempo de todas as coisas que você fez com o meu coração. E quando eu abria a porta, v-você... você ainda estava lá. Ainda esperando. Ainda sorrindo como se eu não tivesse batido a porta na sua cara e mandado você sumir.

Jeongguk ouviu a respiração de Jimin estremecer e quis abraçá-lo pois Jimin gostava de ser abraçado quando estava triste, mas Jeongguk não achava que merecia isso.

— Eu adorei cada momento que passei com você. Você me fez feliz sem esforço nenhum, e quando aprendi que quando tivesse idade suficiente para cortejar quem eu quisesse, eu sempre soube que era você quem eu queria. Eu queria tanto cortejá-lo, mas quando meus pais descobriram isso, ficaram furiosos, principalmente meu pai. Corri até minha mãe e perguntei por que eu não podia cortejar você, e ela apenas me disse que eu poderia cortejar quem eu quisesse, desde que fosse um ômega. Implorei à minha mãe que convencesse o meu pai de que não precisava ser assim, mas nada importava para eles, nem mesmo os sentimentos do próprio filho. Meu pai era o alfa da matilha e eu, sendo seu único filho, automaticamente era o próximo na linha de sucessão. E não importava o que eu queria ou não.