Um Vislumbre do Futuro

Capítulo 22

Hermione estava na biblioteca lendo. Em sua frente Draco passava os olhos por todo o ambiente, enquanto batia freneticamente os dedos indicador e médio na mesa.
A garota respirava fundo tentando se controlar para não gritar com o namorado, e se concentrar na leitura.

Draco estava com a cabeça a mil. Buscando coragem para ir visitar o pai, e sem saber como apresentar Hermione a sua mãe.

Depois do que Scorpiuns lhe disse, resolveu que era a melhor coisa que poderia fazer era apresentar as duas o quanto antes, para evitar um futuro sem tanto ódio e rancor em sua família.
Assim, a mãe já ficaria ciente sobre com quem o Malfoy se casaria daqui alguns anos.

Hermione fechou o livro lentamente e encarou o loiro que não estava a observando.

- Draco - chamou a garota.

Mas o rapaz estava intertido nas estantes e prateleiras de livros espalhadas pela biblioteca.

- Draco! - falou Hermione conseguindo a atenção do loiro - o que foi?

- Como assim? - perguntou o jovem a questionando com uma das sobrancelhas levantadas.

- Você sabe muito bem. O que aconteceu com você depois que Scorpiuns foi atacado? Você tá agindo estranho; está mas imerso nos próprios pensamentos, ou quieto em algum canto. O que tá passando nessa sua cabeça?

Draco ficou calado, apenas desviando o olhar da morena.
Buscava o que responder, não queria que Hermione se preocupasse.
Na cabeça do Malfoy ele teria que proteger a família e cuidar dos seus próprios problemas sozinho. Sem envolver ninguém e sem a ajuda de ninguém.

- Fala, Draco. Pode me dizer - falou Hermione se estendo um pouco sobre a mesa.

- Não é nada, Hermione - disse Draco cruzando os braços - eu só fiquei preocupado, só isso. Desde que Scorpiuns foi machucado eu fiquei muito atribulado.

- Meu amor, ele está bem agora. Está seguro ao nosso lado. Não precisa se preocupar mais.

- Eu sei. Mas e se tiver sido o meu pai?

- Não precisa pensar nisso, está bem. Seu pai está em Askaban. Ninguém entrar ou sai de lá tão fácil assim.

- Você está certa. Mas eu sei lá... Tô com medo de ter sido ele.

- Por que?

- Se foi ele, eu não vou saber o que fazer. Não sei se consigo lutar contra o meu pai, entende.

- Compreendo que é difícil.

- Se pelo menos eu odiasse ele a ponto de querer matá-lo.

- Ei! Nada disso. Ninguém vai matar ninguém. Você não é assassino, entendeu?

- Mas seria tudo bem mais fácil.

- Draco. Para de pensar nessas coisas. Já chega - falou a morena o encarando séria.

- Está bem - falou o loiro relutante.

- Pense que logo o vira-tempo será concertado, e Rose e Scorpiuns irão para casa.

- Nem gosto de pensar em quando eles forem embora. Vou sentir tanta falta deles - falou Draco sorrindo descontraido.

- Eu também - falou Hermione se encostando na cadeira novamente - mas vamos pensar que matamos toda a saudade que vamos sentir assim que eles nascerem.

- Tem razão. Quando eles nascerem - falou o Malfoy com um sorriso bobo nos lábios.

- O que foi?

- Tô tentando imaginar você grávida, ou eu segurando aqueles dois nos braços. Deve ser uma sensação única.