Havia se passado uma semana desde que viu Izana pela última vez, desde então não teve mais notícias do mesmo, não o viu, mas pensou no mesmo diariamente, lembrando dos toques do mesmo sobre seu corpo, a voz rouca e grave do mesmo invadindo seus tímpanos em uma melodia que você desejaria ouvir sempre, com frequência se pegava pensando se ele tivesse terminado oque começou naquele dia, os lábios do mesmo em contato com os seus lhe levando ao delírio, um completo sonho, o qual você desejaria esquecer por puro medo de se apaixonar e quebrar a cara novamente, pesadelo.
Seus pais vieram tentando falar contigo durante todo esse tempo, uma insistência fodida que já estava lhe tirando a paciência ao extremo, seu "noivo" havia sumido, oque lhe deu a entender que o mesmo já estava com outra, oque não era mentira, desconfiou, e invocou o FBI, pesquisou e descobriu que o mesmo estava noivo de sua irmã, a qual dizia o odiar, você gargalhou ao ver o post que a mesma fez, " Eu o amo " nenhum post lhe haverá feito rir igual a esse, sem igual sentiu sua barriga doer devido ao tanto que riu durante uns bons minutos.
Não estava chateada, nem nada do tipo, sua mente se negava a sofrer por um homem que não lhe deu valor algum, certo que havia doído pra um caralho ver o mesmo com outras, mas foi momentâneo, em uma semana de sofrência ouvindo Marília Mendonça, Adele, James Arthur e Shawn Mendes, ficou bem melhor após chorar horrores por coisas que nem estava passando, esses cantores lhe faziam sofrer por nada, era incrível essa capacidade de ambos, fascinante eu diria. E também admitirá que Izana foi um dos motivos pelo qual não sofreu tanto, aquele beijo não saía de sua cabeça.
Hoje não teria saída, teria de ir a casa de seus pais oque não haverá lhe deixado contente, pois sabia que iria os encontrar lá e sem sobra de dúvidas iria vê-lo, iria vê-la, é sabia muito bem que por qualquer descuido iria ser alfinetada, palavras dolorosas, que doem mais que sal na ferida aberta, pele arrancada deixando apenas a carne pura que ao toque da água arde pra um caralho, faz com que o medo se faça presente em seu interior, mas mesmo assim tenta não deixar tais pensamentos invadirem sua mente, só irão atrapalhar, e não é isso oque você quer.
Acordou logo cedo e foi arrumar a casa, varreu, passou pano, limpou a louça, pós comida para Dean, fez seu café da manhã e foi tomar um banho, quente e um pouco demorado, estava a procura de paz, e tomar banho era como se suas mágoas se afogassem por um brevio momento e saíssem de sua cabeça lhe deixando respirar aliviada, se sentia mais leve e pode relaxar. Vestiu uma roupa confortável e arrumou seus fios de cabelo, em seguida foi tomar café ao lado de Dean que dormia tranquilamente em cima da bancada, acariciou a cabeça do mesmo.
Arrumou oque havia bagunçado e saiu de casa se preparando para oque viria, não estava ansiosa pra isso, a cada passo pra perto daquela casa seu coração lhe dizia que era pra voltar, tudo lhe dizia pra voltar, mas não o fez seguindo até o grande portão cor dourada com a inicial S bem em cima, sinalizando o sobrenome da família que estava ali a muitos anos, odiava aquele nome com todas as forças, mas não tinha opção a não ser aceitar, sem escolha ou saída, não iriam permitir que você mudasse seu nome, nem por um caralho.
Adentrou a grande mansão e seguiu passando pelos guardas, acenou pra ambos com um pequeno sorriso presente nós lábios, ambos retribuiram com um grande sorriso e pronunciando "Bom dia Senhorita [Nome]", mesmo com anos ouvindo essas duas últimas palavras ainda não havia se acostumado, não se sentia merecedora daquilo ou simplesmente não ligava, achava perca de tempo.
Assim que seus pés tocaram o piso do local sentiu um frio percorrer seu corpo e todos os fios de cabelo de seu corpo se arrepiaram em repulsa, respirou fundo e se recompôs, voltando seu olhar para o sofá da grande sala, seu pai estava ali, lhe olhando com uma cara nada boa, sabia que viria sermão, mas não estava nem aí, a opinião do mesmo e nada era considerado esterco por ti.
— Resolveu aparecer! - Abriu um sorriso, claramente forçado. - Sabe o quanto eu e sua mãe procuramos por ti?
— Sei, foi prazeroso recusar suas ligações, não abrir a porta ou sair mais cedo do trabalho para não vê-los. - Sorriu cínica e o mesmo riu.
— Eu até lhe daria uma bronca por tal desaforo, se eu não fosse o culpado disso. - Confessou e se levantou, andando até ti calmamente, ao chegar em uma distância considerável lhe envolveu em um abraço reconfortante, o qual retribuiu na hora. - Como vai minha garota?
— Mal pra caralho... - Murmurou escondendo o rosto na curvatura do pescoço do mesmo.
— Saiba que eu não apoio sua mãe na decisão dela... - Disse após se afastar, e você o encarou. - Ela está passando dos limites, eu não deveria ter metido você nesse meio.
— Eu vou me calar pra não te falar umas verdades. - Respirou fundo. - Cadê ele?
— Lá em cima com a Ryori e um amigo. - Falou receoso. - Sua mãe saiu, terá que voltar aqui novamente.
— Avise a ela que amanhã estarei aqui, se ela não estiver queimarei o contrato junto do conjunto de taças favorito dela. - Sorriu sacana. - Vou falar com eles... licença.
— Qualquer coisa tem minha permissão pra bater neles. - Tocou seu ombro, com um sorriso diabólico presente nos lábios. - Eu passo o pano.
— E eu assino em baixo...
Ambos gargalharam animados, e então você seguiu subindo as escadas numa calmaria sem fim, por fora, por dentro estava fudida, com um nervosismo sem fim e o medo lhe consumindo aos poucos, parou em frente ao pequeno barzinho que havia ali, onde somente seu pai e você frequentavam, para jogar jogos de azar e beber até esquecer seus nomes. Ouviu algumas vozes, e então abriu a porta sem se importar com oque encontraria ali, se deparando com seu noivo, sua irmã e Izana Kurokawa.
Seu coração errou uma batida, no momento em que seus olhares se encontraram seu mundo parou.
— Olá princesinha...
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