14 de janeiro de 2024, Washington, D.C. (Estados Unidos)
Naquela noite, a cidade se via imersa em um espetáculo de água e luz. As gotas de chuva, tão densas quanto as decisões que moldam destinos, mergulhavam os imensos prédios em uma cortina líquida, criando uma sinfonia única que ecoava entre as estruturas de concreto e vidro.
Enquanto a multidão se abrigava, Normani permanecia serena, em meio à tempestade, concentrada em seu objetivo. Cada gota que deslizava por sua pele era um lembrete sutil de sua determinação, mas nada a distraía de sua tarefa.
Ela se posicionara estrategicamente no terraço, um ponto de observação discreto em meio à vastidão urbana. A lente da sua arma, embaçada pela chuva incessante, capturava o alvo com precisão, como se cada gota que turvava a visão servisse como uma aliada silenciosa na execução meticulosa da sua missão.
Seu foco era afiado, tão afiado quanto a ponta de sua faca. Normani não era do tipo a fazer questionamentos desnecessários, afinal, não era para isso que lhe pagavam. O porquê das coisas pouco importava; essa atitude implacável era parte do que a tornava ainda mais excepcional no que fazia.
Para Normani, o foco era o presente, o alvo em sua mira, a perfeição no cumprimento da tarefa. O resto se dissolvia em segundo plano, não passando de ruído de fundo em sua busca pela excelência em seu ofício.
Enquanto Normani permanecia agachada no terraço, seu olhar concentrado atravessava a cortina de chuva, focalizando o interior do luxuoso restaurante onde seu alvo se encontrava. Um jantar de negócios agitava o ambiente, rostos sérios e conversas sussurradas preenchiam o salão.
Ela ajustou levemente a mira, calibrando-a para a posição exata. Seus dedos habilidosos repousavam sobre o gatilho, prontos para o movimento decisivo. As gotas da chuva, agora aliadas invisíveis, mascaravam o leve ruído que seu disparo poderia causar.
O ambiente parecia imerso em uma realidade paralela, alheio à presença silenciosa e letal de Normani. Seu coração batia em sintonia com a cadência da chuva, uma calma fria permeando cada fibra de seu ser.
O momento chegou.
Com um único movimento suave e preciso, ela pressionou o gatilho. O som abafado do disparo foi engolido pelo ruído ambiente, imperceptível para todos, exceto para seu alvo. Um estranho silêncio pairou por um instante, interrompendo a corrente de conversas.
O alvo, um empresário influente, estremeceu repentinamente, uma expressão de surpresa e dor cruzou seu rosto antes que ele desabasse sobre a mesa.
Normani sabia que precisava agir rápido. Com a mesma agilidade que a caracterizava, ela desmontou a arma, guardou-a em uma maleta e começou a se afastar do terraço, descendo rapidamente pela escadaria de emergência.
Entretanto, mesmo em movimento, sua mente permanecia serena, traçando mentalmente o cardápio do jantar enquanto a cidade ao seu redor continuava seu curso, alheia ao que acabara de ocorrer no jantar de negócios.
Com passos firmes e os olhos semicerrados devido à chuva, Normani se dirigia ao local onde havia estacionado seu carro. Neste momento, um veículo preto de vidros escuros reduziu a velocidade ao seu lado, acompanhando seus passos. Intrigada, ela olhou para o lado, deparando-se com um homem branco, aparentando seus cinquenta e poucos anos, vestindo terno e gravata, abaixando o vidro do passageiro.
- Senhora Hamilton? - indagou ele em voz alta, seu sotaque russo misturando-se ao som do trânsito e da chuva.
Parando de andar, Normani fitou o homem com seriedade, consciente do motivo pelo qual estava sendo seguida.
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Survivors ● |Norminah|G!P|
FanfictionNormani Hamilton, uma ex-agente do Serviço Secreto, é engolida pelas sombras após a devastadora perda de sua família. Das cinzas do luto, ela se ergue como uma sombra implacável, caçando aqueles que arruinaram sua vida. Em seu ápice de escuridão, el...