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04 - Responsibilities

28 de Março de 2024, Washington, D.C. (Estados Unidos) - Dois meses após o início da crise.

A velocidade com que o vírus se espalhou pelo globo foi estonteante, uma verdadeira corrida contra o tempo e a morte. Não houve nação, por mais fortificada que fosse em termos militares ou tecnológicos, que não sentisse o golpe devastador da pandemia. O mundo, como o conhecíamos, estava mudando, cedendo lugar a uma nova realidade marcada pelo medo, incerteza e uma luta diária pela sobrevivência.

Neste cenário de desespero, a presidente dos Estados Unidos tomou a frente, buscando ser um farol de esperança em meio à tempestade. Sua mensagem, destinada a fortalecer o espírito de seus compatriotas e de todos ao redor do mundo, era transmitida ininterruptamente, alcançando cada canto possível através das ondas de rádio e telas de televisão.

A transmissão começava com uma imagem da bandeira dos Estados Unidos, tremulando solene ao fundo, acompanhada pelo selo presidencial, um símbolo de autoridade e esperança. Logo, a presidente entrava em cena, ajustando-se ao quadro da câmera com uma seriedade que espelhava o peso do momento.

- Meus queridos compatriotas. - começava ela, sua voz firme e repleta de determinação -Enfrentamos agora um desafio sem precedentes. Uma ameaça que não conhece fronteiras, que não discrimina, que testa nosso espírito e nossa unidade como nunca antes. Mas quero que saibam, que cada um de vocês saiba, que não estão enfrentando esta escuridão sozinhos.

Ela prosseguia, reconhecendo o medo e a incerteza que assolavam todos, mas reiterava o compromisso do governo em agir de forma decisiva e incansável para garantir a segurança e o bem-estar da população. - Nossos militares, juntamente com agências em todos os níveis do governo, estão em constante mobilização, lutando para proteger nossa nação e cada cidadão.

- Neste momento, é crucial que permaneçamos calmos, informados e unidos. Por isso, estou aqui para anunciar a criação de um campo de refugiados ao leste de Washington D.C., equipado com abrigo, alimentos, assistência médica e proteção militar contra os infectados. Um oásis de segurança em meio ao caos.

- Sigam as orientações das autoridades, movam-se de forma segura e organizada. E, se possível, abram suas portas para aqueles em necessidade. - pedia ela, evocando o espírito de solidariedade e compaixão que sempre caracterizou o povo americano.

- Para aqueles que estão a caminho, saibam que estamos fazendo tudo ao nosso alcance para garantir uma rota segura até o refúgio. Sinais serão colocados ao longo do caminho, e nossa guarda nacional está mobilizada para ajudar no que for necessário.

- Este momento desafia nossa força, nossa unidade, nossa humanidade. Mas eu acredito, com todo o meu coração, na resiliência do espírito americano, na nossa capacidade de enfrentar adversidades e no nosso compromisso inabalável de cuidar uns dos outros. Juntos, vamos superar este desafio, como fizemos com todos os outros.

- Que Deus abençoe a todos vocês, e que Deus abençoe os Estados Unidos da América. - encerrava ela, buscando não apenas confortar, mas também unir todos sob uma bandeira de esperança.

Para alguns sobreviventes, naqueles primeiros dias críticos do surto, quando as ondas do rádio e as telas de televisão foram preenchidas pela mensagem da presidente, aquelas palavras funcionaram como um sinal divino, uma faísca de esperança no meio da escuridão. Era um lembrete de que, apesar das adversidades, aquilo não significava o fim do mundo e que, juntos, eles poderiam superar a pandemia. Essa promessa de refúgio e segurança oferecia um vislumbre de futuro em meio ao caos.

Contudo, para outros, a mensagem presidencial não passou de uma cruel sentença de morte. O caminho até Washington D.C., apesar de ser pintado como um santuário de salvação, transformou-se em um verdadeiro campo minado, infestado por mortos-vivos. Para esses indivíduos, a jornada até o refúgio prometido era permeada por perigos inimagináveis, tornando cada passo uma luta desesperada pela sobrevivência. A distância até a segurança era marcada não apenas por quilômetros físicos, mas por obstáculos mortais que testavam os limites da resistência humana, fazendo com que muitos questionassem se a esperança oferecida pela líder da nação não seria, afinal, apenas uma miragem inalcançável.