[CONCLUÍDA] No ano de 1995, Jung Hoseok é um aluno popular do segundo ano da Escola Secundária de Seul, conhecida por ser a mais cara da cidade. Apesar da popularidade, um detalhe o mantém refém de um de seus colegas de classe: o fato de não ter tan...
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Claro que fui atrás de Jungkook para perguntar qual parte da minha conversa com Taehyung, exatamente, ele tinha escutado, mas fui ignorado. E o filho da mãe continuou me ignorando durante todo o restante da semana, em cada uma das minhas tentativas de abordá-lo na hora da chegada, do intervalo e da saída.
Acontece que, na segunda-feira seguinte, quando Yoongi já havia voltado para a escola mas continuava fingindo que eu não existia, o jornal da escola tinha estampada na capa a frase "JUNG HOSEOK É O MAIOR BABACA DA SECUNDÁRIA". Por isso, mesmo que eu tivesse passado os últimos dias sendo evitado, segui Jungkook até o banheiro na hora do almoço. Se ele era o responsável direto pela... notícia, então ele tinha que ouvir a minha versão dos fatos.
— Jungkook — chamei assim que entrei no encalço dele. — Você precisa me escutar.
— Não tenho nada pra conversar com você — respondeu com rispidez.
— Ah, mas tem sim! — Sacudi o jornal da escola no ar, fazendo as páginas farfalharem. — Você escreveu que eu sou o maior babaca da Secundária!
— Mas você é o maior babaca da Secundária. — Deu de ombros, me olhando como se aquilo fosse óbvio. — Eu só escrevo verdades!
— Olha, eu não sei o que você ouviu naquele dia, ou o que você pensou — eu disse, depressa, enquanto gesticulava uma mão. — Mas tenho certeza de que você entendeu tudo errado.
Jungkook riu, embora eu não tivesse falado nada engraçado. Então cruzou os braços numa provável tentativa de me intimidar (que funcionaria melhor se ele tivesse os músculos de Minhyuk) e eu pisquei algumas vezes enquanto o olhava.
— O Yoongi me contou que vocês tavam meio que juntos, e aí, na sexta seguinte à minha festa, eu encontrei ele perdido e chorando perto da Secundária e ofereci uma carona...
— Espera. O quê? — interrompi, embora isso não tivesse surtido efeito algum.
— ... daí liguei no dia seguinte, porque ele se recusou a me contar qualquer coisa com minha mãe no carro, e então eu fiquei sabendo que você tinha enganado ele...
Mesmo que Jungkook continuasse falando e falando, a imagem de um Yoongi perdido e chorando permanecia pipocando freneticamente na minha cabeça. Ele havia saído correndo sozinho para casa na sexta, mesmo que nunca tivesse feito isso e não fosse tão bom assim no que dizia respeito a se localizar. Corri os dedos pelos cabelos conforme a sensação de culpa me preenchia e dominava, mas, impulsivamente, tentei interromper outra vez:
— Jungkook, eu...
— ... e como se não bastasse, eu te vi saindo de dentro do banheiro do segundo andar com o Taehyung depois de ele ter falado que gosta muito de você, que é pra você ir na casa dele e que espera que se resolva com o Yoongi — enumerava tudo enquanto contava nos dedos, e falava tão depressa que parecia uma metralhadora humana de conclusões precipitadas. — Eu entendi tudo certo. Você é um babaca. Babaca e safado!
