[CONCLUÍDA] No ano de 1995, Jung Hoseok é um aluno popular do segundo ano da Escola Secundária de Seul, conhecida por ser a mais cara da cidade. Apesar da popularidade, um detalhe o mantém refém de um de seus colegas de classe: o fato de não ter tan...
Já aviso logo que esse é um dos meus capítulos favoritos! Espero que você goste dele tanto quanto eu gosto. ^^
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Boa leitura! ♡
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Passei a deixar recadinhos para Yoongi no jornal da escola com a ajuda de Jungkook. Segundo ele, a página de avisos ficaria praticamente inteira disponível para eu colocar quantos eu quisesse, afinal ninguém ia ter pressa de divulgar sobre horários para monitoria se as provas finais ainda estavam longe; não havia mais nenhuma vaga disponível para os clubes, para a banda marcial ou para os times, e por isso os organizadores não teriam o que escrever sobre isso; o baile de formatura e a festa de encerramento ainda iam demorar um bocado para chegar, assim ninguém ia querer passar tão cedo pela humilhação de anunciar que precisava de um par, e nós tínhamos nos entendido, então ele não ia precisar gastar algumas linhas para escrever que eu era um babaca.
Sendo assim, passei a entregar a Jungkook vários pedacinhos de papel com o que eu queria que Yoongi lesse, e ele guardava cada um deles cuidadosamente dentro da agenda. Ela ia dentro da mochila, e por cima, Jungkook deixava algumas provas do ano anterior misturadas com cópias de algumas páginas de gibi e dos jornais do início do ano. "Distração para caso Sungmin resolva futucar as minhas coisas no intervalo", ele explicou, e confesso que achei isso bastante profissional da parte dele.
De qualquer forma, os bilhetinhos não eram nada que pudesse expor a mim, ou a ele, ou a nós dois; eu não citava o nome de ninguém, e nem escrevia nada muito específico. Eram só lembretes anônimos de que eu sentia falta dele e que esperava poder resolver as coisas. Então, toda segunda de manhã, quando Jungkook entrava na sala com uma pilha de jornaizinhos e entregava um para ele, eu ficava o observando abrir e ir direto na página de avisos, que a aquela altura ficava lotada com meus recados. Das duas, uma: ou estava tão curioso quanto o restante da Secundária para saber da fofoca em potencial ou já tinha sacado que era com ele. Eu acreditava mais na segunda opção.
Mas, para ter certeza, comecei a aproveitar os materiais do clube de artes das terças à tarde para confeccionar cartõezinhos coloridos também. Neles, eu escrevia o quanto me arrependia e o quanto sentia falta dele. Escrevia o quanto desejava uma nova chance, mesmo que não merecesse. Escrevia o quanto queria que ele me escutasse e perdoasse, ainda que eu não fosse digno de nada disso. Então confeccionava envelopes tão coloridos quanto e, todos os dias, dava um jeito de enfiar um deles pelas frestas do armário de Yoongi.
Nos primeiros dias, me escondi atrás dos bebedouros para dar uma espiada em qual tipo de reação ele teria quando descobrisse os bilhetes. Na primeira vez, Yoongi agarrou com certa confusão o envelopinho vermelho que eu havia metido por uma brecha. Depois de olhar para os lados e não me ver, enfiou os livros dentro do armário e abriu minha cartinha. Eu estava longe, mas consegui vê-lo suspirar antes de meter de volta o bilhete no envelope e enfiá-lo no armário junto dos livros. Não soube o que aquilo queria dizer, mas o fato de Yoongi não ter amassado tudo e atirado na lixeira mais próxima já significava muito.
